Guilherme IX da Aquitânia

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Guilherme IX da Aquitânia
Guilherme IX da Aquitânia
Guillem VII de Poitiers; BnF ms. 12473 fol. 128, cançoner K
Nascimento 22 de outubro de 1071
Morte 11 de fevereiro de 1127 (55 anos)
Poitiers (Reino da França)
Sepultamento Igreja de São João de Montierneuf
Cidadania Ducado da Aquitânia
Progenitores
Cônjuge Ermengarda de Anjou, Filipa, Condessa de Toulouse
Filho(a)(s) Inês da Aquitânia, rainha de Aragão, Guilherme X da Aquitânia, Henri de Poitiers, Raimundo de Poitiers
Irmão(ã)(s) Inês da Aquitânia, rainha de Aragão e Navarra, Beatriz de Poitiers, Inês da Aquitânia, rainha de Leão e Castela
Ocupação trovador, poeta, escritor, compositor, guerreiro
Movimento estético poesia trovadoresca, música medieval
Título duque da Aquitânia, conde de Poitiers

Guilherme IX da Aquitânia, o Trovador (22 de outubro de 107110 de fevereiro de 1126) foi Duque da Aquitânia e da Gasconha e Conde de Poitiers (como Guilherme VII) entre 1086 e 1126. Foi também um dos líderes da Primeira Cruzada e um dos primeiros trovadores [1] e poetas vernaculares.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Guilherme era filho de Guilherme VIII e de Hildegarda da Borgonha (? - 1050), filha de Roberto I, Duque da Borgonha "O velho", duque da Borgonha e de Ermengarda Branca de Anjou.

Foi casado por cinco vezes. A primeira esposa foi Ermengarda de Anjou, repudiada para que ele se casasse em 1094 com Matilde Filipa de Toulouse. Esta foi, mais tarde, também repudiada devido à paixão de Guilherme por uma mulher casada, conhecida por Dangereuse (em francês: "Perigosa") nos seus poemas, cujo nome era Maubergeonne de L'Île-Bouchard. O quarto casamento foi com Berta, e a história não regista o nome da quinta esposa.

Guilherme juntou-se à Cruzada liderada por Godofredo de Bulhão apenas depois da conquista de Jerusalém em 1099. O registo militar do contingente da Aquitânia não foi notável, em parte devido às fracas capacidades de liderança militar de Guilherme: falharam a participação em batalhas importantes e foram frequentemente derrotados em escaramuças menores. Anos depois, Guilherme prestou auxílio aos esforços da rainha Urraca de Castela em conquistar Córdova aos mouros, e ao rei Filipe I de França na sua guerra contra Guilherme o Conquistador.

O maior legado histórico de Guilherme foi no campo das artes. Foi um dos primeiros poetas líricos da Europa e um dos primeiros trovadores. As suas cantigas caracterizavam-se pelo uso de forte linguagem vernacular e cantavam temas diversos, apesar de a maioria ser sobre sexo, amor e mulheres. Esta escolha de tema na Idade Média (quando a música era quase exclusivamente composta de cânticos religiosos) provocou admiração e ao mesmo tempo escândalo e choque. Guilherme era um homem que gostava de chocar e não reformou a sua conduta apesar de ter sido ameaçado de excomunhão várias vezes. Chegou mesmo a planear a construção de um convento onde as freiras seriam escolhidas entre as raparigas mais bonitas da região. O projecto acabou abandonado e para o fim da vida Guilherme doou somas importantes à Igreja, talvez para se redimir da má impressão causada.

Descendência[editar | editar código-fonte]

Do primeiro casamento com Ermengarda de Anjou (1068 + Jerusalém 1 de Junho de 1146) filha de Fulco IV, conde de Anjou Conde de Anjou e de Hildegarda de Beaugency, não teve filhos.

Do segundo casamento com Matilde Filipa de Toulouse (1070 - 1117), filha de Guilherme IV de Toulouse, conde de Tolosa e de Ema de Mortain (1060 -?), teve:

  1. Inês de Poitou (1115 - 8 de Março de 1159), casada por duas vezes, a primeira com Américo VI de Thouars e a segunda em 1 de Janeiro de 1134 com o rei Ramiro II de Aragão.
  2. Guilherme X da Aquitânia (1099 - 9 de Abril de 1137), dito o Santo, casado com Leonor de Châtellerault, filha de Américo I de Châtellerault, visconde de Châtellerault, e de Maubergeonne de L'Île-Bouchard. Segundo alguns autores, Leonor seria filha de Maubergeonne com seu amante, Guilherme IX (pai de Guilherme X). Neste caso, Guilherme X e sua esposa Leonor teriam sido meio-irmãos! Guilherme X sucedeu a seu pai como herdeiro do ducado.
  3. Alise da Aquitânia (? - 1145) que foi freira.
  4. Adélia da Aquitânia, casada com Raoul de Faye.
  5. Audearda da Aquitânia, que foi freira.
  6. Henrique, abade de Cluny.

Do terceiro casamento com Mauberjona de L'Île-Bouchard (1075 - 1153) filha de Bartolomeu de L'Île-Bouchard (1049 - 1087) e de Gerberga, também não teve filhos. Ou teriam tido uma filha?

Do quarto casamento com Berta teve:

  1. Guilherme I de Valentinois, Conde de Valentinois (? - 1187) casado com N… de Trencavel.

De seu quinto casamento, com uma senhora cujo nome a história não regista, teve:

  1. Raimundo de Poitiers (cerca 1099 - 27 de Junho de 1149), líder do principado de Antioquia, casado com Constança de Antioquia, princesa de Antioquia (1127-1163).

Referências

  1. Gumbrecht, H.U. Modernização dos Sentidos. São Paulo: Editora 34, 1998.
  • Raízes e Memórias, Instituto Português de Genealogia, Lisboa.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por:
Guilherme VIII/VI
Duque da Aquitânia
108610 de Fevereiro de 1126
Sucedido por:
Guilherme X/VIII
Conde de Poitiers
22 de Outubro de 107110 de Fevereiro de 1126