Guillermo de Torre
Guillermo de Torre | |
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Norah Borges y Guillermo de Torre.jpg Norah Borges e Guillermo de Torre, 1928 | |
Nascimento | 1900 Madrid, Espanha |
Morte | 14 de janeiro de 1971 (71 anos) Buenos Aires, Argentina |
Nacionalidade | Espanhol |
Ocupação | Crítico literário e de arte, ensaísta, tradutor e poeta |
Guillermo de Torre (Madrid, 1900 — Buenos Aires, 14 de janeiro de 1971) foi um crítico literário e de arte, ensaísta, tradutor e poeta da chamada Geração de 27 na Espanha, notório por ter focado seu trabalho de análise sobre a arte e, principalmente, a poesia de vanguarda, a qual inicia na Espanha a partir da poesia daquela geração de poetas que contava com Federico García Lorca, Rafael Alberti e outros. Foi um dos primeiros poetas das vanguardas em língua castelhana a produzir caligramas e poemas visuais, e também é considerado um dos grandes expoentes da poesia daquela geração[1], além de ser o principal promotor das vanguardas hispânicas no século XX.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Guillermo de Torre nasce em Madri, na mesma casa que San Isidro. Tendo estudado Direito, quis ser diplomata, mas sua surdez o impediu, tendo voltado sua vocação para o "internacionalismo" para o conhecimento da literatura vanguardista internacional, tornando-se um erudito. Foi descrito como “o Menéndez Pelayo da literatura de vanguarda”.
Foi um dos impulsionadores do ultraísmo, tendo publicado poemas e artigos na revista "Ultra". Em 19 de fevereiro de 1919 assinou junto a outros artista o manifesto "ULTRA: Manifiesto a la juventud literaria.
De origem dadaísta, sua poesia converteu-se em breve a um Ultraísmo consciente. Depois da publicação dos poemas ultraístas de "Hélices" (1923), se orientou definitivamente à produção de ensaios artísticos e, principalmente, literários, focando o trabalho não apenas das vanguardas, mas também de poetas como Rubén Darío, de quem organizou uma antologia para a comemoração do centenário de nascimeto do poeta nicaraguense, fundador do modernismo de língua espanhola[2].
Em 1925, na revista "Cosmópolis", iniciou uma série de artigos sobre as literaturas “novíssimas” que constituirian a base teórica do seu livro crítico mais importante, e o mais importante para as vanguardas de língua espanhola naquele momento, "Literaturas européias de vanguarda", publicado em uma primeira versão ainda naquele ano, posteriormente revista e ampliada.
Foi colaborador habitual da "Revista de Occidente", de "Sur y El sol", e fundador, junto com Giménez Caballero, da "Gaceta Literaria" (1927) e, junto con Pedro Salinas, de "Índice Literario" (1932).
Exilou-se da Espanha em função da perseguição pela ditadura de direita imposta pelo franquismo, se tornando, desde 1956, catedrático da Universidade de Buenos Aires, cidade onde fixou sua residência e adquiriu estabilidade financeira.
Se casou com a pintora Norah Borges, irmã de Jorge Luis Borges, e foi conselheiro da editora "Losada", na qual dirigiiu a coleção "Poetas de España y América".
Ficou quase cego como seu cunhado Borges, porém até o seu último momento trabalhou em novos projetos literários"[3]..
Obra
[editar | editar código-fonte]Como crítico literário, Guillermo de Torre se preocupou com os movimientos literários, não centrando seu pensamento em poetas e escritores somente em sua especifidade, preferindo falar sobre gerações, referindo-se frequentemente ao que ele chamava "aire del tiempo", ou seja, o "espírito da época" ou mesmo “Zeitgeist”
Conforme o biógrafo e escritor espanhol Francisco Arias Solis, a importância de Guillermo de Torre é capital enquanto crítico literário, pois estabelece, logo após a I Guerra Mundial, "a ponte cultural entre a vanguarda européia (especialmente da França e da Itália) e os jovens escritores espanhóis, e, logo, entre a vanguarda espanhola e a Hispano-América"[3].
Sua obra mais importante historicamente, "Literaturas europeas de vanguardia", é um dos documentos mais fiéis dos movimentos literários dos anos de 1920, que Guillermo de Torre viveu com absoluta entrega.
Como poeta, Guillermo de Torre, foi um cultivador da imagen e um experimentador da tipografia poemática e da poesia visual, inscrito em tendências dadaístas e ultraístas.
"Vida y arte de Picasso" marca o fruto do trabalho de sua etapa em atividades relacionadas com a pintura.
Livros
[editar | editar código-fonte]Poesia
[editar | editar código-fonte]- Hélices, Madrid: Mundo Latino, 1923.
Crítica
[editar | editar código-fonte]- Manifiesto vertical, 1920.
- Literaturas europeas de vanguardia, Madrid: Caro Raggio, 1925.
- Examen de conciencia. Problemas estéticos de la nueva generación española. Buenos Aires: Humanidades, 1928.
- Itinerario de la nueva pintura española, Montevideo, 1931.
- Vida y arte de Picasso (1936)
- El fiel de la balanza, (1941), ensayo.
- Menéndez Pelayo y las dos Españas (1943)
- Guillaume Apollinaire: su vida, su obra y las teorías del cubismo (1946).
- La aventura y el orden (Buenos Aires, ed. Losada, 1948).
- Problemática de la literatura (1951)
- La metamorfosis de Proteo, (1956), ensaios.
- Claves de literatura hispanoamericana (1959)
- La aventura estética de nuestro tiempo (1961)
- Historia de las literaturas de Vanguardia (Madrid, Guadarrama, 1965).
- Ultraísmo, Existencialismo y Objetivismo en Literatura. Madrid: Guadarrama, 1968.
- El espejo y el camino (1968), ensayos.
- Minorías y masas en la cultura y el arte contemporáneo (1963)
- Al pie de las letras (1967)
- La metamorfosis de Proteo (1967)
- Nueva direcciones de la crítica literaria (1970)
- Doctrina y crítica literaria (1970).
- Correspondencia Juan Ramón Jiménez / Guillermo de Torre 1920-1956. Madrid / Frankfurt: Iberoamericana / Vervuert, 2006.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Juan Manuel Bonet, Diccionario de las Vanguardias en España 1907-1936. Madrid: Alianza Editorial, 1995.
- Miguel de Torre Borges, "Appunti su mi padre"', en Eliche, edição de Daniele Corsi, Arezzo, Biblioteca Aretina, 2005.
Referências
- ↑ Guillermo de La Torre. Poemas visuais. Site de Poesia Ibero-Americana. Página visualizada em 21 de julho de 2010.
- ↑ Cuadernos hispanoamericanos - Nº 212-213, agosto-septembro de 1967. Cervantes virtual. Página visualizada em 20 de julho de 2010.
- ↑ a b Solis, Francisco Arias. Guillermo de Torre: La voz erudita del arte vanguardista. 3 Septiembre 2007.[ligação inativa]
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Guillermo de La Torre. Poemas visuais. Site de Poesia Ibero-Americana.
- Documentos sobre Guillermo de Torre no arquivo digital do Projeto de Documentos do ICAA, Museum of Fine Arts, Houston