Helô D'Angelo

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Helô D’Angelo (São Paulo, 1994), é uma cartunista e ilustradora brasileira. A artista conta com a publicação de duas Hqs de sua autoria e uma em conjunto com outros artistas, atua também como chargista para o jornal Brasil de Fato. Seu trabalho é focado em minorias políticas e nos direitos humanos, utilizando dessas linguagens para facilitar a explanação e compreensão dessas temáticas.

Vida e carreira[editar | editar código-fonte]

Artista nascida em São Paulo, Helô D'Angelo é formada em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e atuou na área em diversas revistas e jornais, porém Helô decidiu dedicar-se a carreira de ilustradora e quadrinista devido a necessidade de expôr sua opinião e esclarecer temas relevantes de forma mais explícita não tão possível no jornalismo. Influenciada pela obra “Retalhos”, no original Blankets de Craig Thompson ainda antes de seu ingresso na universidade, a necessidade de produzir quadrinhos foi crescente na vida de Helô.[1]

Durante seu período na universidade D’Angelo se sensibiliza cada vez mais com os temas que aborda hoje em dia, a pluralidade no ambiente universitário elucida a artista quanto as mazelas da sociedade contemporânea e desperta a vontade de ler e produzir conteúdo crítico e didático, em paralelo com o interesse na produção autobiográfica. Explorando o que viria a ser sua dedicação posterior, seu trabalho de conclusão trata-se de uma reportagem jornalística em quadrinhos expondo a realidade do aborto no Brasil.[1]

Devido seu conteúdo sociopolítico e crítico, o trabalho da artista acaba enfrentando resistência principalmente por parte daqueles que reproduzem os comportamentos expostos pela artista, que acaba sofrendo ataques e críticas nas redes sociais, tendo uma de suas tirinhas que expõem o comportamento antifeminista por parte de algumas mulheres retirada do ar no Instagram.[1]

Atualmente a artista trabalha com a produção de histórias em quadrinhos institucionais, jornalísticas e didáticas, atua como chargista para o jornal Brasil de Fato, possui uma loja online com suas publicações e publica seu conteúdo em tirinhas nas redes sociais onde possui mais de 155 mil seguidores.[1]

Obras[editar | editar código-fonte]

Helô D’Angelo utiliza de sua formação jornalística para retratar em seu trabalho principalmente questões feministas, de igualdade de gênero, e sobre a luta LGBTQIA+. Através dos quadrinhos e do desenho sua obra atinge um público amplo, dissociando-se da resistência que muitos encontram ao se deparar com a leitura verbal e facilitando a propagação da temática.[2]

Indicada na Categoria Webtiras pelo troféu HQMIX em 2020, a artista possui uma produção constante de tirinhas e charges jornalísticas, além de quadrinhos institucionais, encomendas e trabalhos autorais. Através do financiamento coletivo a artista foi capaz de realizar a publicação de suas duas histórias em quadrinhos autorais longas, além do trabalho Webnona, uma coletânea de tirinhas que reúne outros artistas brasileiros e as zines “Cineterapia”, “Nem todo homem” e “O pequeno livro dos grandes xingamentos”.[3]

TCC: Quatro Marias – 2016[editar | editar código-fonte]

Insatisfeita com o jornalismo tradicional e buscando abordar questões relevantes através da arte e dos quadrinhos o projeto do trabalho de conclusão de curso de Helô na Faculdade Cásper Líbero foi a elaboração de uma história em quadrinhos jornalística, o projeto Quatro Marias – Uma reportagem em quadrinhos, sobre as realidades do aborto no Brasil reúne histórias reais de quatro mulheres que realizam abortos clandestinamente. As personagens são adaptadas para preservar a identidade das quatro mulheres, porém retratam histórias reais, sendo divididas em Maria Memória, Maria Dentro da Lei, Maria Mudança e Maria Julieta as histórias expõem as dificuldades e sacrifícios exigidos por diferentes mulheres em condições financeiras e sociais diferentes.[1][4]

Dora e a Gata - 2019[editar | editar código-fonte]

Publicada no ano de 2019 de forma independente e indicada ao Prêmio Grampo de grandes HQs em 2020, a história em quadrinhos Dora e a Gata foi a primeira publicação da artista e é uma adaptação de suas publicações realizadas no Instagram e narra a história de uma jovem a partir do momento em que adota sua gata, a obra de ficção aborda temas como o relacionamento abusivo, o início da vida adulta, o amadurecimento e o autoconhecimento. Inspirada na própria gata Jerí, a HQ é a primeira obra ficcional longa da artista que até então utilizava ainda do jornalismo para criar suas histórias.[5][6][7]

Capa do Livro "Isolamento", de Helô D'Angelo

Isolamento – 2021[editar | editar código-fonte]

No início do ano de 2020, Helô se muda para um apartamento em Pinheiros, bairro na cidade de São Paulo e logo no mês de março é decretada a pandemia de Covid-19; percebendo a acústica do ambiente em frente ao seu prédio a artista começa a realizar tirinhas e publicá-las nas redes sociais.  A HQ Isolamento, de 208 páginas surge então como uma compilação dos quadrinhos semanais em que retrata o dia a dia de doze núcleos de personagens inspirados pelos vizinhos de seu apartamento a frente. O projeto foi financiado via Catarse e publicado de forma independente no ano de 2021.[8][9][10]

Referências

  1. a b c d e Batista, Bruna (25 de abril de 2019). «Mulheres nos Quadrinhos: Helô D'Angelo». DELIRIUM NERD. Consultado em 6 de junho de 2022 
  2. «Ilustradoras levam debate feminista ao universo da HQ com ajuda da internet». www.uol.com.br. Consultado em 6 de junho de 2022 
  3. Marino, Por Dani (2 de outubro de 2020). «As indicadas ao Troféu HQMIX 2020 • Mina de HQ - Histórias em quadrinhos mais diversas». Mina de HQ - Histórias em quadrinhos mais diversas. Consultado em 6 de junho de 2022 
  4. «A realidade do aborto no Brasil retratada em quadrinhos». Vermelho. 18 de agosto de 2017. Consultado em 6 de junho de 2022 
  5. «– Prêmio Grampo 2020 de Grandes HQs – O resultado final: as 20 HQs mais votadas». Vitralizado. 13 de abril de 2020. Consultado em 6 de junho de 2022 
  6. «Papo com Helô D'Angelo, autora de Dora e a gata: "Tenho curtido 'alfabetizar' uma galera que não está acostumada a ler quadrinhos"». Vitralizado. 3 de julho de 2019. Consultado em 6 de junho de 2022 
  7. Avila, Gabriel (27 de junho de 2019). «Dora e a Gata | Primeira graphic novel de Helô D'Angelo chega ao Catarse». Omelete. Consultado em 6 de junho de 2022 
  8. institucionais, Ramon VitralRamon Vitral é jornalista e editor do blog Vitralizado Os textos dos colunistas são autorais e não refletem as opiniões. «Isolamento: Helô D'Angelo apresenta microcosmo melancólico e bem-humorado do Brasil durante a pandemia». Itaú Cultural. Consultado em 6 de junho de 2022 
  9. «Conheça quatro perfis no Instagram que trazem ilustrações cheias de graça». VEJA SÃO PAULO. Consultado em 6 de junho de 2022 
  10. disse, Marcio Melo (3 de setembro de 2021). «Review HQ | Isolamento». POCILGA. Consultado em 6 de junho de 2022