Insuficiência venosa crónica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Hipertensão venosa)
Insuficiência venosa crónica
Insuficiência venosa crónica
As varizes são um dos sintomas de insuficiência venosa
Especialidade Cardiologia
Sintomas Sensação de peso, dor, prurido, formigueiro, irritação da pele, edema, varizes[1]
Complicações Trombose venosa profunda, embolia pulmonar, úlceras varicosas[2]
Fatores de risco Sexo feminino, > 50 anos, obesidade, gravidez, antecedentes familiares, fumar, antecedentes de coágulos sanguíneos, falta de exercício físico, permanecer sentado ou em pé por longos períodos de tempo[1]
Método de diagnóstico Sinais e sintomas, ecodoppler venoso[1]
Tratamento Alterações no estilo de vida, meias de compressão, medicamentos, cirurgia.[1]
Classificação e recursos externos
CID-10 I87.2
CID-9 459.81
CID-11 2057222152
DiseasesDB 13734
MedlinePlus 000203
eMedicine 461449
MeSH D014689
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Insuficiência venosa crónica (IVC) é uma condição médica em que as válvulas das veias não funcionam corretamente, fazendo com que o sangue se acumule e exerça pressão nas paredes das veias.[1] Os sintomas manifestam-se principalmente nas pernas e tornozelos. Os mais comuns são sensação de peso, dor, prurido, formigueiro, irritação da pele, edema (pernas inchadas) e varizes (dilatação das veias).[1] Quando a doença não é tratada, a pressão faz com que as veias dilatem, rompendo os vasos capilares.[1] Isto causa hiperpigmentação e fibrose da pele e tecidos subcutâneos. Entre as complicações graves da doença não tratada estão trombose venosa profunda, embolia pulmonar e úlceras varicosas difíceis de tratar e vulneráveis a infeções.[2]

As veias nas pernas transportam o sangue venoso de volta para o coração. Estas veias possuem válvulas que impedem o refluxo e asseguram que o sangue flui numa única direção. Na insuficiência venosa crónica, estas válvulas não funcionam corretamente, fazendo com que o sangue se acumule nas veias.[1] Entre os fatores de risco da IVC estão o sexo feminino, idade superior a 50 anos, obesidade, gravidez, antecedentes familiares da doença, fumar e antecedentes de coágulos sanguíneos.[1] A falta de exercício físico e permanecer sentado ou em pé por longos períodos de tempo aumenta a pressão nas veias e enfraquece as válvulas.[1] As válvulas podem ainda ser danificadas por um coágulo sanguíneo numa veia profunda.[1]

O diagnóstico de IVC tem por base os sintomas e os antecedentes clínicos. O diagnóstico pode ser complementado por um exame não invasivo denominado ecodoppler venoso, em que é colocado um dispositivo de ultrassons na pele que permite estimar a direção e velocidade do fluxo sanguíneo. Em alguns casos podem ser necessárias radiografias ou outros exames para descartar outras possíveis causas de edema.[1][3]

O tratamento inclui alterações no estilo de vida, tratamento compressivo, medicamentos e cirurgia.[1] As alterações no estilo de vida incluem a prática regular de exercício físico, evitar permanecer várias horas de pé ou sentado, caminhar, evitar a exposição solar prolongada e evitar roupa ou água excessivamente quentes e massajar as pernas de baixo para cima. Entre outras possíveis medidas estão preferir sapatos com salto de 3–4 cm, elevar os pés durante o sono e fazer uma alimentação rica em fibras.[4] O tratamento compressivo consiste na utilização de meias de compressão ou ligaduras elásticas, disponíveis em várias classes de compressão. A compressão diminui o edema, o refluxo, o volume e a pressão venosa e está indicada no tratamento de úlcera venosa. No entanto, não atrasa a progressão da doença nem previne a recorrência de varizes.[4] A cirurgia consiste na remoção ou laqueação das varizes ou da veia safena por ablação mecânica, térmica ou química. A abordagem convencional é o stripping venoso para remoção da veia safena. No entanto, tem-se vindo a tornar comum a ablação térmica por laser ou radiofrequência, procedimento minimamente invasivo feito com anestesia local, em que é inserida uma sonda que queima a veia safena. Entre as técnicas de ablação química está a escleroterapia.[4]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m «Dvt venous insufficiency». WebMD. Consultado em 11 de maio de 2018 
  2. a b «Doença Venosa Crónica». CUF Saúde. Consultado em 11 de maio de 2018 
  3. «Eco doppler». CUF saúde. Consultado em 11 de maio de 2018 
  4. a b c Júlia Medeiros, Armando Mansilha (2012). «Estratégia terapêuticana doença venosa crónica». Angiol Cir Vasc. 8 (3). ISSN 1646-706X 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]