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Homens de Kibish

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Os homens de Kibish são fósseis de Homo sapiens arcaico, encontrados na formação rochosa de Kibish, vale do rio Omo, no sul da Etiópia, descobertos em 1967 por Richard Leakey.[1] Foram encontrados um crânio incompleto (sem o rosto) e partes do esqueleto (ossos dos braços, pernas, pés e a pelvis), de um indivíduo denominado Omo I. Também foram achadas as partes frontal e traseira de outro crânio, que designaram Omo II.

Omo I tinha a aparência de um humano moderno, com uma capacidade craniana de 1.400 centímetros cúbicos. Omo II tem traço aparentemente mais antigo e se discute se pertence a outra espécie (Homo rhodesiensis) ou se reflete a variabilidade dentro da mesma.

Estes fósseis foram datados inicialmente em 130.000 anos com uma técnica baseada na análise da desintegração do urânio-238 e tório-238, em conchas de ostras próximas dos crânios.

Após uma exploração realizada entre 1999 e 2003 na que foram encontrados parte do fêmur e outros restos de Omo I, assim como ferramentas de pedra, se realizou uma nova datação mediante a determinação dos isótopos radioativos de argônio, aplicada aos cristais minerais na cinza vulcânica encontrada nas camadas superiores e inferiores dos sedimentos do rio que continham os ossos. Esta datação teria determinado que tanto os fósseis de Omo I como os de Omo II estavam no mesmo nível geológico e tinham essencialmente a mesma idade, que se estimou em 195.000 anos, o que representa os fósseis de Homo sapiens mais antigos conhecidos até a data, e fazem retroceder a aparição de nossa espécie em 35.000 anos. Este estudo[2][3] foi realizado por Ian McDougall, da Universidade Nacional da Austrália em Canberra, e John Fleagle, da Universidad de Stony Brook em Nova York.

A situação dos fósseis no terreno permite deduzir que já naquele tempo havia algum tipo de comportamento funerário.[4] Anteriormente se haviam encontrado indícios de que o Homo sapiens idaltu, 35.000 anos posterior, exercia alguma manipulação cultural dos corpos posteriormente a morte.

O estudo destes fósseis é relacionado por alguns autores com as questões envolvidas nas hipóteses da da origem única e da evolução multirregional para o Homo sapiens.[5]

Referências

  1. R. E. F. LEAKEY; Early Homo sapiens Remains from the Omo River Region of South-west Ethiopia: Faunal Remains from the Omo Valley; Nature 222, 1132 - 1133 (21 June 1969); doi:10.1038/2221132a0 - www.nature.com (em inglês)
  2. McDougall, I., Brown, F. H. & Fleagle, J. G., 2005. Stratigraphic placement and age of modern humans from Kibish, Ethiopia. Nature, 433: 733-736. Abstract
  3. Fossil Reanalysis Pushes Back Origin of Homo sapiens - www.sciam.com (em inglês)
  4. Shea, J. J., Fleagle, J. G., Brown, F. W., Assefa, Z., Feibel, C. & McDougall, I., 2002. Archaeological Reconnaissance of the Omo Kibish Formation, Ethiopia. Journal of Human Evolution, 42: A33-A34.
  5. MILFORD WOLPOFF and ALAN THORNE; The case against Eve: Where did we originate? Some reserachers think that all modern humans evolved from a single African women. The testimony of fossils suggests otherwise; New Scientist magazine, 22 June 1991, page 37 - www.newscientist.com (em inglês)

Ligações externas

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