Igreja de Santo Amaro (Santiago Maior)
Igreja de Santo Amaro Capela de Santo Amaro | |
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Igreja de Santo Amaro | |
Tipo | igreja, museu, património cultural |
Estilo dominante | Pré-românico; Gótico; Barroco |
Início da construção | século X |
Fim da construção | século XV-século XVI; século XVIII |
Função inicial | Templo Católico |
Função atual | Museu (Núcleo Visigótico do Museu Regional de Beja) |
Página oficial | http://www.museuregionaldebeja.pt/?page_id=30 |
Património de Portugal | |
Classificação | Monumento Nacional |
Ano | 1936 |
DGPC | 327210 |
SIPA | 746 |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Beja, Distrito de Beja |
Coordenadas | 38° 01′ 04″ N, 7° 51′ 58″ O |
Localização em mapa dinâmico |
A Igreja de Santo Amaro, também designada por Capela de Santo Amaro e Capela de Santa Maria da Graça, é um templo cristão localizado no Largo de Santo Amaro, na freguesia de Beja (Santiago Maior e São João Baptista) em Beja.[1]
Actualmente faz parte do núcleo visigótico do Museu Regional de Beja.[2]
A Igreja de Santo Amaro está classificada como Monumento Nacional desde 1936.[3]
História
[editar | editar código-fonte]A Igreja de Santo Amaro é um dos poucos templos conservados de arquitectura altimedieval em Portugal e insere-se no amplo processo de reavaliação dos tradicionais conceitos de arte visigótica. Durante muito tempo foi considerada uma igreja do século V, porém à medida que se vão conhecendo melhor as comunidades cristãs sob domínio islâmico, toma forma uma datação em pleno século X, por intermédio dos moçárabes (comunidades cristãs que habitavam o espaço dominado pelo poder muçulmano) de Beja.
Os vestígios altimedievais, que singularizam de forma muito particular este templo, encontram-se num contexto arquitectónico mais complexo e devem ser encarados como reaproveitamentos de anteriores estruturas. Baseando-se na feição classicizante dos capitéis das naves, foram muitos os autores que optaram por uma cronologia visigótica. A correcta avaliação do complexo conjunto entre Visigodos e Moçárabes é dificultada pelas campanhas construtivas realizadas no monumento ao longo da história, com destaque para os finais do século XV ou inícios do XVI, desenvolvendo-se um "programa arquitectónico praticamente de raiz", reformulando-se a fachada principal, construindo-se a torre sineira, reorganizando-se o interior e refazendo-se a cabeceira, com capela-mor ladeada por dois absidíolos. Anteriormente, no reinado de D. Dinis, havia-se adaptado a capela-mor a capela funerária do cavaleiro João Mendes (1329), e mesmo depois do século XVI o imóvel não cessou de ser transformado.
Inicialmente a igreja foi dedicada a Santa Maria da Graça, dando nome ao arrabalde da Graça.
Descrição
[editar | editar código-fonte]O interior é composto por três naves escalonadas, de quatro tramos, separadas por arcos de volta perfeita sobre colunas de fuste cilíndrico (um deles espiralado), com capitéis esculpidos. A igreja de época visigótica, com o seu espaço segmentado, indicia os primeiros passos no processo de hierarquização feudal. Os catecúmenos, a quem é vedado antes do baptismo o acesso ao interior da igreja, ocupam o espaço do alpendre ou nártex. Os fiéis instalam-se no corpo central da igreja e na cabeceira, espaço secreto dos mistérios da encarnação, apenas podem penetrar o sacerdote-oficiante e membros do clero.