Ijexá

Ijexá (em inglês Ijesha, em iorubá Ìjẹ̀ṣà)[1], são um sub-grupo étnico dos Iorubás[2] e um reino histórico nigeriano.
A região que habitam, na costa ocidental da África, é chamada de ijexalândia, no estado nigeriano de Osun, território que limita-se com o Ekiti ao leste, Oyo a oeste, Igbomina ao norte e Ifé pelo sul, e as principais cidades são Ipetu-Ijesa, Esa-Oke, Ibokun, Ijebu-Ijesa, Ifewara, Erin-Ijesa, Esa-Odo, Kajola, Imesi-Ile, Ikeji-Ile, Owena-Ijesa e Otan-Ile.[3]
Origens míticas[editar | editar código-fonte]
Diversas lendas tratam da origem do povo ijexá, todas elas trazendo em comum o fato de que seria originário de Ile-Ife; uma das versões narra que o povo seria descente de Oduduwa, o mesmo do povo iorubá, por meio de seu filho Owa (ou Ajibogun "aquele que busca a água do mar", termo que mais tarde designaria o rei local) que teria sido orientado pelo sacerdote de Ifá a que, para curar a cegueira do pai, fosse ao mar buscar um pouco de sua água para com ela, junto a outros ingredientes, curar a cegueira dele, o que de fato se deu.[3]
Após essa tarefa ele decidiu partir em busca de nova morada e seu pai lhe deu uma grande coroa e o abençou; Owa assim saiu de Ile-Ife com seu irmão Agigiri junto a outras pessoas; no caminho, entretanto, muitos dos seguidores morreram; Obokun, descendente de Owa, se estabeleceu na atual ijexalândia, motivo pelo qual seus moradores hoje se chamam "Omo Obokun" ("filhos de Obokun").[3]
Num tempo mais distante, o primeiro Owa (rei) procurou o Alaafin para reclamar do pequeno número de súditos que tinha e da pouca extensão de seu território; o monarca então lhe deu pequenas varas com as quais este retornou e, em sua terra, converteu as varetas em gente, crescendo deste modo o número de súditos; assim é que os povos vizinhos se referem aos ijexás como "Omo igi", ou seja, "filhos de varas".[3]
Características[editar | editar código-fonte]
Possuem os ijexás uma obstinação famosa, a tal ponto que são chamados de "Osomaalo", termo nativo que reflete sua determinação em cobrar as dívidas e significa "não saio até receber meu dinheiro"; também são famosos como guerreiros de bravura reconhecida, e que ficou patente na história do país durante a Guerra Kiriji no século XIX quando Ogedengbe Agbogungboro se tornou o comandante das tropas de Ekiti Parapo contra o Alaafin, evitando que este conquistasse a ijexalândia (teria, para isto, aliado suas habilidades guerreiras, uma personalidade ardilosa e ainda poderes místicos que o faziam teletransportar-se).[3]
As pinturas tribais características de cada tribo, comuns no passado entre os iorubás, permitiam a identificação da origem da pessoa; embora os ijexás não possuíssem uma determinada marca, na maior parte das vezes a pintura identitária era feita com cinco a seis linhas horizontais em cada bochecha, bem riscadas e longas.[3]
O prato típico é um ensopado de inhame picado (ali chamado "Iyan") regado com vinho de palma.[3]
Atrativos da Ijexalândia[editar | editar código-fonte]
A principal atração da terra dos ijexás são as quedas Erin-Ijesa (ou Olumirin), composta por sete degraus; no mais alto deles fica a vila de Abake; a paisagem é formada pela queda d'água entre as rochas e a rica vegetação que a ladeia.[3]
Também compõem o acervo histórico e cultural o "Museu da Guerra Kiriji", situado em Imesi-Ile; os santuários de Agirigiri em Ijebu-Ijesa e de Ogun em Ipole e os palácios Owa-Obokun Millennia e Obanla, em Ilesa.[3]
Festival a Ogun[editar | editar código-fonte]
A principal festa deste povo é o Iwude Ogun, no qual o rei (Owa) é obrigado a realizar visitas a todos os chefes tradicionais de Ilesa.[3]
Referências
- ↑ «Ọrọ èdè wa». oroede.sourceforge.net. Consultado em 19 de agosto de 2018
- ↑ http://asirimagazine.com/en/10-famous-personalities-ijesha-descent/
- ↑ a b c d e f g h i j Christianah Ajiki (5 de agosto de 2018). «Interesting Facts About The Ijesa Tribe». Connect Nigeria. Consultado em 25 de março de 2019. Cópia arquivada em 25 de março de 2019