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Imbituva

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Não confundir com Imbituba (em Santa Catarina).
Imbituva
Município do Brasil
Hino
Gentílico imbituvense
Localização
Localização de Imbituva no Paraná
Localização de Imbituva no Paraná
Localização de Imbituva no Paraná
Imbituva está localizado em: Brasil
Imbituva
Localização de Imbituva no Brasil
Mapa
Mapa de Imbituva
Coordenadas 25° 13′ 48″ S, 50° 36′ 16″ O
País Brasil
Unidade federativa Paraná
Municípios limítrofes Ipiranga, Ivaí, Guamiranga, Prudentópolis, Irati, Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares
Distância até a capital 174,30 km
História
Fundação 1871 (154 anos)
Administração
Prefeito(a) Celso Kubaski[1] (Cidadania, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [2] 756,531 km²
População total (Censo IBGE/2010[3]) 28 759 hab.
Densidade 38 hab./km²
Clima subtropical úmido (mesotérmico) (Cfb)
Altitude 968 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,660 médio
PIB (IBGE/2009[5]) R$ 220,502,997 milhões
PIB per capita (IBGE/2009[5]) R$ 9 694,08

Imbituva é um município brasileiro do estado do Paraná. Está localizado na região centro sul, há 900 metros acima do nível do mar e sua população estimada em 2013 segundo o IBGE é de 30.359 habitantes.

Imbituva é vocábulo indígena que significa cipoal, "lugar de muito imbé". Da língua tupi imbé: espécie de cipó da família das aráceas pertencentes ao gênero Philodendron; e tyba: grande quantidade, abundância.

Em 1809, uma expedição rumo aos Campos de Guarapuava penetra no território onde, hoje, encontra-se o município de Imbituva. Na época de sua fundação, em 1871, o local era chamada de "Arraial do Cupim", devido à conformação geológica de um destes pousos de tropeiros.

Às margens do histórico caminho de Viamão, repleto de tropeiros e marchantes, foram aparecendo, desde o Rio Grande do Sul até São Paulo, os pontos de “pouso”, os marcos, origem das cidades dos Campos Gerais. Desde então “Cupim” passou a ter destaque entre os “pousos” preferidos pelos tropeiros. Em 1871, o bandeirante, Antonio Lourenço, natural de Faxina, então capitania de São Paulo, abandonando o comércio de tropas, atraiu companheiros e fixou-se em Cupim com alguns companheiros, iniciando a construção da Vila. É considerado o fundador de Imbituva.

Os primeiros povoadores eram procedentes da então Capitania de São Paulo, aos quais juntaram-se outros, todos da mesma procedência. A nova povoação não tardou a receber a influência de colonos alemães, poloneses e russos, que deram notável contribuição ao seu desenvolvimento. Os colonos alemães fixaram residência na direção da estrada que mais tarde ligaria Imbituva a Guarapuava. Também os italianos, em 189, adquiriram terras em Cupim e iniciaram a fundação de uma colônia. A freguesia foi criada em 1876, com sede no lugar denominado Campo do Cupim. Em 1881, foi elevada à categoria de vila, com denominação de Santo Antônio do Imbituva, vinculada ao Município de Ponta Grossa. Recebeu foros de cidade em 1910, passando a denominar-se apenas Imbituva, em 1929. O topônimo surgiu em virtude da existência de um rio com igual nome, junto à cidade. Aos habitantes do município dá-se o nome de imbituvenses.

Imbituva é conhecida como um polo industrial têxtil no segmento de malhas, o que a faz conhecida como "Cidade das Malhas", com destaque para as peças em tricô, apresentando uma infinidade de modelos de peças de vestuário nas diversas malharias que compõem a Associação das Malharias de Imbituva. Um fator industrial que vem se destacando também em Imbituva, é o de calçados de segurança com bastante destaque dentro e fora do país, atualmente com 2 empresas nesse setor, empregando aproximadamente 1500 pessoas com emprego direto, ou indireto.

Imbituva, conta hoje com aproximadamente 50 indústrias do ramo têxtil. As malharias surgiram há mais de 25 anos e cada vez mais estão ganhando espaço não só no Paraná, como também em outros estados. Elas geram atualmente mais de 500 empregos diretos e indiretos, envolvendo muitas vezes famílias inteiras. As indústrias estão em aperfeiçoamento contínuo, investindo em aquisição de equipamentos modernos para o setor têxtil, além de contar com profissionais de alta qualidade e vasta experiência no ramo.

Existem micros, pequenas e grandes empresas que chegam a trabalhar com suas máquinas 24 horas por dia, para atender seus pedidos. A cidade de Imbituva compete em igualdade com as maiores potências no ramo têxtil.

O turismo, baseado no comércio de seus produtos de malha também tem atraído um grande afluxo de pessoas de cidades paranaenses como Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Toledo, Cascavel e Foz do Iguaçu, incluindo também turistas de estados vizinhos, como Santa Catarina e São Paulo. Especial destaque para a Femai, Feira de Malhas de Imbituva, realizada pela Associação de Malharias de Imbituva, sempre no mês de abril, que chega a receber cerca de 40 mil pessoas. A feira é realizada a quase 30 anos.

Desde 2005 Imbituva passou a ser um Arranjo Produtivo Local (APL) no setor têxtil, com reconhecimento e apoio do Governo do Estado. Existem planos para a instalação na cidade de uma escola técnica com a oferta de cursos na área da manufatura têxtil. Já conta com um centro comercial para reunir os produtos das malharias da cidade.

Além da industrialização e comércio de produtos têxteis a economia do município de Imbituva é baseada na indústria madeireira, com destaque para o beneficiamento de madeiras e fabricação de móveis e utensílios deste material, segmento que gera mais de 20% do total de empregos entre a população economicamente ativa no município.

No entanto é a agropecuária que responde ainda pela maior fatia do PIB do município, com destaque entre os produtos agrícolas para as lavouras de soja, milho, feijão, fumo e trigo. Destacam-se também os rebanhos suíno (corte) e bovino (gado de corte e leiteiro), os galináceos (em especial para produção de ovos) e a produção de mel de abelha.

Destaque ainda para a produção de argila, produto da extração mineral empreendida por cerca de 14 estabelecimentos do município, especialmente dedicados à produção de cerâmica vermelha, como tijolos e telhas para a construção civil.

Imbituva é uma cidade formada por uma mescla de diversas etnias e tradições, que podem ser sintetizada na seguinte tripartite: europeus, africanos e indígenas. Dentre os europeus, como salienta Cleusi Bobato[6], consta-se que no final do século XIX "Imbituva recebeu dois grupos imigratórios em seu território: alemães e italiano". Embora em menor número, também vieram para a região eslavos (poloneses, ucranianos, russos e neerlandeses). Destes grupos, sobreviveu aspectos culturais relacionados a culinária, tal como o consumo de polenta, o nhoque e vinho. Também é evidente os traços de religiosidade europeia, sobretudo de influência protestante, visto a predominância da religião luterana e suas derivadas na localidade.

Todavia, a região anteriormente já era ocupada pelos indígenas, com ênfase sobre os Kaingangues, os quais foram responsáveis por ensinar os primeiros imigrantes europeus no trabalho agrícola. Conforme esclarece Cleusi Bobato[6]: "O primeiro desafio para esses imigrantes da Colônia Bella Vista consistia em aprender a lidar com a mata, como derrubá-la e como livrar-se dos troncos e galhos, para tornar o chão arável. Neste contexto, tiveram que aprender com os índios [...] Aprenderam a limpar o mato com foice [...] também o método indígena da coivara". Deste grupo, sobreviveram algumas práticas religiosas que foram assimiladas pelas benzedeiras, em particular, e de modo geral pela população que absorveu o conhecimento e o trato sobre ervas medicinais, mantendo suas hortas de remédios, que são comuns em todas as casas, mesmo na região urbana. Ainda, deste grupo foram absorvidas palavras, tal como se observa no próprio nome da cidade.

Além disso, deve-se considerar que muito antes, a obra escrava tinha chegado a região, o que explica a presença negra na cidade até os dias atuais. Não se trata, portanto, de uma imigração tardia. Da junção entre tradições negras e indígena, desdobrou-se nos faxinais, os quais foram assimilados pelos imigrantes europeus[6]. A cultura africana também foi assimilada na linguagem, na religiosidade, na culinária e na cultura de modo geral.

Atualmente, pode-se considerar que a cidade de Imbituva é formada por uma cultura bastante plural, das quais se destacam os ativos movimentos musicais e culturais, tais como: o rock, o rap e a música caipira, os quais produzem uma musicalidade bastante peculiar da região. Em relação a cultura, desde meados da década de noventa, tem-se destacado na região a prática da capoeira.[7] Esta arte marcial tem reunido em seu entorno praticantes e simpatizantes, os quais vivenciam a capoeira como um estilo de vida. Neste sentido, Jeferson Machado explica que: "desde a década de 1990, a capoeira passou, para além de uma prática esportiva, a alterar o cenário cultural da cidade, ocupando espaços como praças, escolas e as ruas dos bairros. A capoeira era -em alguns bairros -como, por exemplo, a Vila Zezo, mais visível que o próprio futebol. Era comum poder observar crianças e adolescentes praticando movimentos de agilidades nas ruas, praças e escolas"[7]. Estas gerações, ainda formado por crianças e jovens, serão essenciais para a ampliação da prática nas décadas seguintes.

A capoeira - atualmente mantida pelos professores Josni Nogosek Ferreira dos Santos e Anderson Andrade, ambos do Grupo Guerreiro dos Palmares - possui uma longa linhagem em Imbituva e um estilo bastante próprio. Conforme a tradição, a capoeira chegou na cidade pela década de 1990 e foi gradualmente sendo assimilada pela população local. Segunda historiografia recente, a "capoeira chegou a Imbituva no inicio dos anos de 1990, quando passou pela cidade Mestre Luiz Baiano, que ensinou a capoeira para Valdecir Borgo", o qual foi um difusor da arte marcial na comunidade imbituvense. Em paralelo com Borgo, professor Daniel, ativista do movimento negro, candomblecista e jogador da capoeira angola, também ajudou na divulgação da capoeira.[7]

Desde o inicio da prática da capoeira em 1990, até os dias atuais, existiram cinco grupos de capoeira oficiais: Vôo Livre (grupo de Mestre Valdeci, já extinto), Salve Brasil (grupo criado pelo próprio professor Valdeci, tendo professor Daniel como Mestre, que também já é extinto), Berimbau de Prata (grupo de Mestre Samuca, que permanece ativo na cidade de Curitiba, tendo como liderança o Contramestre Jesus), ACAPRAS (grupo de Mestre Silveira) e Guerreiros dos Palmares (grupo de Mestre Pop, que é o atual grupo de capoeira na cidade)[7].

O município de Imbituva é servido pelas seguintes rodovias:

Referências

  1. «Candidatos a vereador Imbituva-PR». Estadão. Consultado em 10 de julho de 2021 
  2. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  3. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 11 de outubro de 2013 
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2009». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2009 [ligação inativa]
  6. a b c Bobato, Cleusi (2015). COLÔNIA BELLA VISTA: UM ESPAÇO CONSTRUÍDO PELAS PRÁTICAS SOCIAIS DOS IMIGRANTES ITALIANOS EM IMBITUVA/PR. Irati: UNICENTRO. p. 107-112 
  7. a b c d Machado, Jeferson do Nascimento (2017). «HISTÓRIA DA CAPOEIRA NA REGIÃO DE IMBITUVA-PR: : CULTURA NEGRA ENTRE BRANCOS». Revista de História Bilros: História(s), Sociedade(s) e Cultura(s) (10). ISSN 2357-8556. Consultado em 15 de abril de 2025 
  8. http://www.infraestrutura.pr.gov.br/arquivos/File/SISTEMARODOVIARIOESTADUAL2017.pdf

Ligações externas

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