Intervencionismo (relações internacionais)
Intervencionismo é um termo para uma política de atividade não defensiva (pró-ativa) empreendida por um Estado-nação ou outra jurisdição geopolítica de natureza menor ou maior, para manipular uma economia e / ou sociedade. As aplicações mais comuns do termo são para o intervencionismo estrangeiro (uma intervenção de um Estado nos assuntos de uma outra nação como parte de sua política externa).[1]
Em política internacional, denomina-se intervencionismo ao conjunto de atos mediante os quais um Estado procura influir sobre as decisões de outro de forma não legítima, com ou sem o uso da força. Historicamente, essas práticas foram frequentes, com finalidades políticas e econômicas. Foram adotadas, por exemplo, durante o segundo pós-guerra, na chamada Guerra Fria, no sentido de manter um certo equilíbrio geopolítico entre os blocos de poder hegemônicos - a OTAN (constituída pelos países capitalistas do Ocidente, capitaneados pelos Estados Unidos) e o Pacto de Varsóvia (integrado pelos países comunistas da União Soviética e seus aliados). Na América Latina, os Estados Unidos mantinham, no Canal do Panamá, sob sua jurisdição, a famosa Escola das Américas, destinada a treinar militares e apoiar regimes ditatoriais pró-americanos, o que pode ser configurado como uma prática intervencionista.
Exemplos históricos[editar | editar código-fonte]
- 1800-1900
- Primeira Guerra do Ópio (1839-1842) e Segunda Guerra do Ópio (1856-1860) na China, após a dinastia Qing impedir o tráfico de ópio britânico para as partes costeiras da China. O Império Britânico, impulsionado pela ideologia do livre comércio de Adam Smith e pela perda de lucros, respondeu com uma intervenção militar para forçar a dinastia Qing a assinar os tratados "free for us", conhecidos como Tratado de Nanquim e Tratado de Tianjin.[2][3]
- 1900-1990
- Aliança das Oito Nações formada pelos Estados Unidos, Japão e várias potências europeias, organizadas para reprimir a Rebelião Boxer na China.
- Intervenção dos Aliados na Guerra Civil Russa, intervenção estrangeira multilateral dos aliados ocidentais na Guerra Civil Russa.
- Guerra da Coreia, intervenção multilateral por forças sob o Comando das Nações Unidas na Coreia.
- Golpe de Estado no Irã em 1953, intervenção encoberta no Irã pelas agências de inteligência estadunidense (CIA) e britânica (SIS) para reinstalar o Xá após a eleição de Mohammad Mosaddegh.
- 1990-2000
- Guerra do Golfo, intervenção estrangeira multilateral da OTAN e Coalizão.
- Intervenção militar na Iugoslávia em 1999, intervenção estrangeira multilateral da OTAN na Guerra do Kosovo.
- 2000-presente
- Invasão do Iraque em 2003, intervenção estrangeira unilateral com base na Doutrina Bush para invasão, mudança de regime e ocupação.
- Intervenção militar na Líbia em 2011, intervenção multilateral da OTAN.
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Não intervencionismo
- Cronologia das operações militares dos Estados Unidos
- Invasão
- Ingerência humanitária
Referências
- ↑ Robert Higgs and Carl P. Close, "Opposing the Crusader State: Alternatives to Global Interventionism", 2007 ISBN 978-1-59813-015-7
- ↑ Giraldez, Arturo (2001). "Book Review: The World That Trade Created: Society, Culture, and the World Economy, 1400 to the Present" Journal of World History vol 12.2, 482–85 (online)
- ↑ Hammond, Kenneth J. (2008) "From Yao to Mao: 5000 Years of Chinese History", The Teaching Company
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Robert Higgs Opposing the Crusader State: Alternatives to Global Interventionism, The Independent Institute, 2007. ISBN 978-1-59813-015-7
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Interventionism na Internet Encyclopedia of Philosophy