Isabel Clifton Cookson

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Isabel Clifton Cookson
Conhecido(a) por primeira palinóloga australiana
Nascimento 25 de dezembro de 1893
Hawthorn, Melbourne, Austrália
Morte 1 de julho de 1973 (79 anos)
Hawthorn, Melbourne, Austrália
Residência Austrália
Nacionalidade australiana
Alma mater
Instituições Universidade de Melbourne
Campo(s) Palinologia e paleobotânica

Isabel Clifton Cookson (Hawthorn, 25 de dezembro de 18931 de julho de 1973) foi uma botânica australiana, especialista em paleobotânica e palinologia. Uma das primeiras cientistas da Austrália, foi professora e pesquisadora na Universidade de Melbourne.

Em 58 anos de carreira, foi autora ou co-autora de 93 artigos científicos, descreveu cerca de 110 gêneros novos, 557 espécies e 32 táxons de fitofósseis e palinomorfos. A ancestral das plantas vasculares, a Cooksonia, foi nomeada em sua homenagem por um de seus mentores e colegas, William Henry Lang, em 1937.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Isabel nasceu em 1893 em Hawthorn, no subúrbio de Melbourne. Era a caçula entre três irmãos de John Cookson com sua segunda esposa Elizabeth Somers. Cursou biologia em uma instituição para mulheres, a Methodist Ladies' College, em Melbourne, onde obteve notas altas em fisiologia, anatomia e botânica. Era também uma exímia pianista e jogou na equipe feminina de tênis da instituição. Ingressou na Universidade de Melbourne em 1916, onde se graduou em botânica e zoologia, sem nunca ter abandonado as quadras de tênis.[1]

Entre 1916 e 1917, Isabel recebeu uma bolsa de estudos do governo para trabalhar com botânica no Território do Norte, além de vários outros prêmios e bolsas de incentivo à pesquisa. Esteve na Inglaterra entre 1925 e 1926, onde trabalhou no Imperial College London e em 1927 na Universidade de Manchester. Foi em Manchester que Isabel começou uma longa parceria acadêmica com o botânico William Henry Lang, que nomeou o gênero de fitofóssil Cooksonia" em sua homenagem.[1]

Carreira[editar | editar código-fonte]

De 1929, ano em que suas pesquisas começaram a focar na paleobotânica, em diante, Isabel escreveu vários artigos sobre plantas fósseis, em especial as primeiras plantas vasculares do Siluriano e do Devoniano, onde contribuiu significativamente para formular teorias sobre o surgimento e evolução das plantas.[1][2] Estudou a formação de depósitos recentes de carvão e trabalhou com plantas fósseis da Austrália associadas a graptólitos, o que levou ao seu doutorado em 1932, pela Universidade de Melbourne.[2]

Na década de 1940, Isabel começou a trabalhar com palinomorfos, estudando esporos, pólen e fitoplâncton, além de macrofósseis como lenhos, folhas e frutos, o que ajudou a reconstruir a paleoflora da Austrália. Além disso, Isabel ressaltou a importância dos microfósseis para a correlação de entre geologia e exploração de petróleo. Seu trabalho pioneiro foi reconhecido pelo governo australiano e pela universidade, que estabeleceu uma linha de pesquisa na área em 1949 sob sua supervisão. Em 1952, Isabel foi indicada como membro associado de pesquisa em botânica.[1][2][3]

Isabel era incansável nos trabalhos de campo, coletando e trazendo para a universidade muitas amostras de rochas com espécies nunca antes vistas ou descritas. Ao longo de quase 60 anos de carreira, foi autora ou co-autora de 93 artigos científicos. Descreveu cerca de 110 gêneros novos de fitofósseis, 557 espécies e 32 táxons de fitofósseis e palinomorfos.[2][3]

Isabel foi a principal palestrante na abertura oficial do Instituto de Paleociências Birbal Sahni, em Lucknow, na Índia, em 1947. Foi membro de diversas associações científicas, bem como pesquisadora associada de universidades e institutos pelo mundo. Em 1971, foi premiada pela Sociedade Geológica da Austrália por suas contribuições à ciência. Aposentou-se em 1959.[2][3]

Últimos anos[editar | editar código-fonte]

Sem nunca ter se casado ou tido filhos, Isabel soube investir seu salário de pesquisadora para poder se manter na aposentadoria e assim poder viajar e participar de eventos fora da Austrália. Isabel morreu em sua casa em Hawthorn, em 1 de julho de 1973, aos 79 anos e seu corpo foi cremado.[1][2]

Seu nome hoje designa um prêmio internacional concedido pela Botanical Society of America para o melhor artigo de paleobotânica publicado no ano.[3]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e Mary E. Dettmann (ed.). «Isabel Clifton Cookson». Australian Dictionary of Biography. Consultado em 26 de dezembro de 2019 
  2. a b c d e f James B. Riding e Mary E. Dettmann (ed.). «The first Australian palynologist: Isabel Clifton Cookson (1893–1973) and her scientific work». Alcheringa: An Australasian Journal of Palaeontology. Consultado em 26 de dezembro de 2019 
  3. a b c d Sue Turner & Mary Dettmann (ed.). «The Isabel Cookson Award». Botany. Consultado em 26 de dezembro de 2019