Itamari
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Município do Brasil | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | itamariense | ||
Localização | |||
Localização de Itamari na Bahia | |||
Localização de Itamari no Brasil | |||
Mapa de Itamari | |||
Coordenadas | |||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Bahia | ||
Municípios limítrofes | Gandu, Apuarema, Nova Ibiá e Wenceslau Guimarães | ||
Distância até a capital | 330 km | ||
História | |||
Fundação | 1962 (61 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Everton Borges Vasconcelos (PP, 2021 – 2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 131,469 km² | ||
População total (IBGE/2010[2]) | 7 904 hab. | ||
Densidade | 60,1 hab./km² | ||
Clima | Zona da mata | ||
Altitude | 232 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[3]) | 0,578 — baixo | ||
PIB (IBGE/2008[4]) | R$ 29 193,192 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2008[4]) | R$ 3 337,51 | ||
Sítio | www.itamari.ba.gov.br (Prefeitura) |
Itamari é um município brasileiro do sul do estado da Bahia.
Contexto[editar | editar código-fonte]
A Região Sul da Bahia desenvolveu-se dentro da estrutura agro-exportadora baseada na grande propriedade, caracterizada pelo sistema de sesmarias, utilizada pela coroa portuguesa durante o período Colonial até os Governos Gerais, quando predominava pelo interior do país os potentados locais, sobre a Égide das assembleias provinciais.
No final do Século XIX, o país passou por profundas transformações nas estruturas políticas e sociais. Finda a Monarquia e surge a República. Acaba o modo de produção baseada na escravidão (1888), e assenta-se o modelo Capitalista, fundamentando na relação, entre o capital e o trabalho; (O Trabalho Assalariado e a Formação do estado Burguês*) com o domínio das oligarquias agrárias, fundamentalmente, do Eixo São Paulo x Minas Gerais, alternando-se na dinâmica das relações dos poderes constituídos a nível federal.
O advento da República, implicou, além da mudança na estrutura política, a emergência de novas personalidades sociais, caracterizadas pela grande contingência de mendigos, moleques e vadios* perambulando pelas ruas das grandes cidades e nas vilas do interior dos estados. As manufaturas e pequenas indústrias que se formavam, nos grandes centros urbanos, não eram suficientes para observar a demanda de trabalhadores livres, na sua maioria, recém libertos, desqualificados para atuarem dentro da nova ordem econômica, imposta pela política capitalista e burguesa que se - formava.
É, portanto, no contexto histórico e geográfico da formação do Brasil contemporâneo, que procurarei compreender as formas de relações que foram travadas no cotidiano de cada personagem, buscando analisar os fatos, a partir dos depoimentos dos sujeitos que se articularam dentro do processo de migração e povoamento (da Fazenda Tabocas, atual município de Itamari-Bahia).
Coronelismo[editar | editar código-fonte]
O aspecto preponderante do regionalismo do Brasil, é sem sombra de dúvida, o fenômeno social denominado Coronelismo. Representado nos primeiros momentos da República Velha, pelos grandes proprietários rurais e posteriormente, pelos detentores de títulos acadêmicos (Médicos, Advogados e etc.). Descendentes diretos dos patriarcas ou com proeminência junto aos representantes das localidades (Vilas ou Municípios), os coronéis, detentores de larga influencia nas instâncias Políticas Estaduais, exerciam o controle da população local, via laços de subordinação, dependência, fidelidade e coração.
A formação da Guarda Nacional e o declínio do Poder Privado, favoreceu o surgimento dos coronéis locais, que atuavam como elo de ligação entre a população e os Governos Estaduais, e por sua vez, garantia a elegibilidade dos representantes Federais. Foi implementada pelo Presidente Campos Sales durante a primeira República. Essa forma de relações, permeou as discussões em torno da elegibilidade dos representantes políticos , locais, marcado pela violência, fraudes, corrupções e subornos, pactuada com a justiça, conveniente e protetora, conforme o jogo de interesses. Estes aspectos, são caracterizados da formação sóco-político da maioria dos municípios no interior do país.
O topônimo originou-se de itá = ‘pedra’ + mari = ‘planta leguminosa e medicinal’, (ambas existentes em abundância na região) que significa ‘planta sobre pedra’;
Histórico[editar | editar código-fonte]
Até 1985, as terras que passaram a pertencer a família Freire e posteriormente constituir a área territorial do município de Itamari, era totalmente composta de florestas tropicais, dentro da faixa de Mata Atlântica do Sul da Bahia. Pouco devastada até então, possivelmente era habitada por nativos da tribo Pataxós, além de alguns posseiros invasores, que ali cultivaram plantas leguminosas (feijão, milho, mandioca e etc.).
A área adquirida pelos Freires nos últimos cinco anos do Século XIX, compunha uma sesmaria constituída de 9.000 (nove mil) hectares. Estas vastas terras pertenciam a um senhor conhecido naquelas paragens pelo nome de Dr. Augusto, seu sobrenome desconhece-se; como relata o Sr. Zacarias Ribeiro, 87 anos e neto do patriarca João Freire de Carvalho. Segundo ele, este senhor residia no município de Nilo Peçanha, então sede e comarca da região.
João Freire de Carvalho comprou toda a área pelo valor de 12.000 (doze mil) contos de Réis, moeda circulante no início do Século XX, realizando o pagamento à vista. Proprietário de terras no Vale do rio Jiquiriçá, especificamente na região do povoado de areias, atual Municipal de Ubaíra, onde residia com seus familiares, João Freire, dividia suas responsabilidade conjugal, com Maria Rosa de Jesus; compondo neste primeiro matrimônio, sua família, com nove filhos, sendo seis mulheres e três homens. Foram eles: Maria Francisca de Carvalho, Júlia, Madalena, Rita, Agemira, Joana e Manoel, Flávio e José. Estes, constituíram os primeiros núcleos dominantes de imigrantes na Fazenda Tabocas.
Neste intervalo temporal que vai da aquisição das terras, a transferência do primeiro membro da família, João Freire, havia levado para aquela região, alguns trabalhadores recrutados no Vale do Jequiriçá, para dá início ao processo de desmatamento e plantio de algumas culturas permanente como o café e outras rotativas (feijão, milho e mandioca), desta forma, preparavam as bases para sua futura transferência definitiva. Existe entretanto, um ponto de divergência referente ao valor pago por João Freire na aquisição da área; conforme consta na revista Cidades do Cacau, nº36 publicada pela CEPLAC Arquivado em 9 de agosto de 2020, no Wayback Machine. – Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira em 1983 e o depoimento de Mizael Inácio de Vasconcelos 86 anos, com algumas relações de parentescos com os Freires e ex-prefeito do Município entre 1966 e 1972, ambos afirmam que Freire pagou pelas terras 9.000 (nove mil) contos de Réis. Entretanto, estes dados são contestados por Zacarias Ribeiro que afirma, em seu depoimento, que o valor pago foi 12.000 (doze mil) Contos de Réis, efetuado à vista, por seu avô, pela aquisição da sesmaria.
Geografia[editar | editar código-fonte]
O município fica entre as cidades de Jequié (BR-116) e Gandu (BR-101), cortado pela rodovia BA-549.
Cravada entre montanhas, às margens do outrora rio Tabocas, assim chamado devido as variedades desta vegetação ali existente, inspirando João Freire de Carvalho a registrar as terras de sua posse, como Fazenda Tabocas.
Localizada ao norte da região sul da Bahia, o município pode ser acessado pela BA-549, que liga os municípios de Apuarema e Gandu. Fica a aproximadamente 110 km do Litoral e 320 km da capital do Estado. Ocupa uma área de 132,5 km², seu clima é quente e úmido, com Precipitação pluviométrica que varia em torno de 1200 mm anuais, e uma temperatura média oscilando em torno de 24º a 35 °C. A altitude da região é de aproximadamente 200 metros acima do nível do mar. Situa-se a 13º 47’ de latitude sul e 39º 40 de longitude oeste. Limita-se ao norte, com o município de Wenceslau Guimarães, ao sul com Nova Ibiá, ao leste com Gandu e ao oeste com o município de Apuarema.
Apesar da sua proximidade com o Litoral e a existência de densas matas, a sua bacia hidrográfica é limitada, em consequência dos desmatamentos principalmente nas nascentes, fato que causou o fim do principal rio que infelizmente tornou-se um pequeno riacho, antes perene, hoje temporário, com forte tendência a desaparecer. Parte das florestas tropicais mantém-se pela necessidade de sombreamento para a lavoura cacaueira, pelo sistema de "cacau cabruca". O clima da região vem sofrendo variações provocados em decorrência de fenômeno naturais como El Niño, La Niña, e também, pelas inconsequentes devastações levadas pela extração descontrolada de recursos naturais, como a madeira, água e o solo, devido a ganância e o pouco conhecimento de muitos proprietários de terras locais.
Ordem de prefeitos[editar | editar código-fonte]
1962 - Emancipação Política
1963-1966 - OSVALDO DE ANDRADE GALVÃO[5]
1967-1970 - MIZAEL INÁCIO DE VASCONCELOS
1971-1972 - VALDEMAR PEREIRA LUZ
1973-1976 - DANIEL INÁCIO DE VASCONCELOS[6]
1977-1982 - JOÃO GALVÃO SOBRINHO
1983-1988 - MANOEL BIÉ DE ANDRADE MENEZES[7]
1989-1992 - ANTONIO LEANDRO DE MATOS[8]
1993-1996 - RUI BARBOSA DA SILVA LISBÔA[9]
1997-2000 - ANTONIO LEANDRO DE MATOS[8]
2001-2004 - RENILDO DA SILVA SANTOS
(Falecido no exercício do mandato em 7 de Setembro de 2003[10], o cargo foi assumido pelo vice-prefeito ENEDINO RIBEIRO VASCONCELOS[11])
2005-2008 - ENEDINO RIBEIRO VASCONCELOS[12]
2009-2012 - WALDSON CARLOS ANDRADE MENEZES[13]
2013-2016 - VALTER ANDRADE DA SILVA JUNIOR[14]
(Afastado do cargo em 5 de julho de 2016[15], o cargo foi assumido pelo vice-prefeito ERIVALDO ANDRADE SILVA[16])
2017 - 2020 - PALLOMA EMANUELLA UZEDA TAVARES ANTAS[17]
2021 - 2024 - EVERTON BORGES VASCONCELOS
Economia[editar | editar código-fonte]
Sua economia está baseada predominantemente na cultura do cacau, embora tenha a pecuária uma participação significativa.
Referências
- ↑ IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
- ↑ «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 25 de agosto de 2013
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ «MOÇÃO nº 11.007/2009 do deputado Euclides Fernandes». 16 de julho de 2009
- ↑ «DOU 17/05/1979 - Pg. 67 - Seção 1 | Diário Oficial da União | Diários Jusbrasil». Jusbrasil. Consultado em 12 de julho de 2016
- ↑ «DOU 11/10/1996 - Pg. 126 - Seção 1 | Diário Oficial da União | Diários Jusbrasil». Jusbrasil. Consultado em 12 de julho de 2016
- ↑ a b «Inteiro Teor do Acórdão | TCU : 25019119954 | Jurisprudência Jusbrasil». Jusbrasil. Consultado em 12 de julho de 2016
- ↑ «DOU 21/09/1995 - Pg. 39 - Seção 3 | Diário Oficial da União | Diários Jusbrasil». Jusbrasil. Consultado em 12 de julho de 2016
- ↑ «Prefeito baiano morre em acidente de carro - Diário do Grande ABC». Consultado em 12 de julho de 2016
- ↑ «Diário Oficial da Prefeitura Municipal de Itamari». 4 de dezembro de 2004
- ↑ «Andamento do Processo n. 692.0.149983/2015 - Procedimento Preparatório - 09/09/2015 do TJBA | DJBA 09/09/2015 - Pg. 446 - Caderno 1 - Administrativo | Diário de Justiça do Estado da Bahia | Diários Jusbrasil». Jusbrasil. Consultado em 12 de julho de 2016
- ↑ «Prefeito flagrado em esquema de compra de voto evita comentar vídeo». Consultado em 12 de julho de 2016
- ↑ «Contas da Prefeitura de Itamari são reprovadas pelo TCM». www.tcm.ba.gov.br. Consultado em 12 de julho de 2016
- ↑ «OPERAÇÃO NOTA ZERO: Prefeito do interior da Bahia é afastado em operação da PF». Consultado em 21 de setembro de 2017
- ↑ «Diário Oficial da Prefeitura Municipal de Itamari»
- ↑ «Com 52,73% dos votos, eleitores de Itamari elegem Pallomma Uzeda, esposa do ex-prefeito Kçulo». Consultado em 21 de setembro de 2017