João Agripino da Costa Doria Neto

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 Nota: Para o filho e o governador de São Paulo, veja João Doria.
João Agripino da Costa Doria Neto
João Agripino da Costa Doria Neto
Deputado Federal pela Bahia
Período 18 de junho de 1963 até 1° de abril de 1964 (cassado pelo AI-1)
Dados pessoais
Nascimento 3 de fevereiro de 1919
Salvador, Bahia
Morte 17 de outubro de 2000 (81 anos)
São Paulo, São Paulo
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Maria Carolina Barbosa de Oliveira
Pai: Nelson da Costa Doria
Cônjuge Maria Sylvia Vieira de Moraes Dias (1958–1974)
Filhos(as) João Doria Junior
Partido PDC (1961-1964)
Profissão Publicitário, psicólogo, advogado

João Agripino da Costa Doria Neto[1] (Salvador, 3 de fevereiro de 1919São Paulo, 17 de outubro de 2000),[2] foi um publicitário, psicólogo, advogado e deputado federal brasileiro. Bacharel em direito, era filiado ao Partido Democrata Cristão (PDC).[3] Também ficou conhecido por ter sido um dos criadores do Dia dos Namorados no Brasil.[4] É pai do ex-governador de São Paulo, João Doria Junior.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido na cidade de Salvador, na Bahia, filho de Nelson da Costa Doria e Maria Ge­raldina de Oliveira Dória, sua mãe pertencia à tradicional família Barbosa de Oliveira, sen­do prima de Rui Barbosa.[5]

Iniciou seus estudos em casa. Posteriormente, de 1930 a 1935, frequentou o Ginásio Carneiro Ribeiro, em Salvador. Em 1935, tornou-se revisor da Imprensa Oficial do Estado da Bahia.[5]

Em 1936, ingressou no curso pré-jurídico do Ginásio da Bahia, deixando a Imprensa Ofi­cial para tornar-se, no ano seguinte, funcionário da Secretaria da Fazenda e Tesouro do Estado. Deixou o cargo em 1938, ano em que ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia e foi nomeado redator-chefe do Departamento Estadual de Imprensa e Propagan­da, além de oficial-de-gabinete de Landulfo Alves, interven­tor federal na Bahia durante o Estado Novo. Paralelamente, atuou em jornais locais, como O Imparcial e O Estado da Bahia, até 1942.[5]

Em 1942, transferiu-se para o Rio de Janeiro (então Distri­to Federal) com a intenção de completar seu curso de direito na então Universidade do Brasil. Entretanto, interrompeu os estudos no ano seguinte para voltar à atividade jorna­lística na capital federal. Trabalhou ainda como auxiliar técnico no gabinete do secretário-geral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), antes de começar a se dedicar à publicidade, tornando-se redator da Stan­dard Propaganda S.A. em 1944. No ano seguinte, seria nomeado diretor da filial de São Paulo e, em 1948, diretor-­vice-presidente da empresa.[6]

Em 1951, deixou a Standard Propaganda e assumiu a presidência da empresa criada por ele mesmo - Doria Associados Propaganda, à frente da qual permaneceria até meados da década de 1960.[5]

Nas eleições de outubro de 1962, obteve uma vaga de suplente de deputado federal pela Bahia na legenda do Partido Democrata Cristão (PDC), ao qual se filiara em 1961, assumindo o mandato em junho de 1963, incorporando-­se à Frente Parlamentar Nacionalista, que apoiava o presidente João Goulart. Após o Golpe de 64, foi incluído na primeira lista de punições do Ato Institucional nº 1, de 9 de abril de 1964. Teve seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos por dez anos.[7][5]

Após a cassação, partiu para o exílio em Paris. Lá, graduou-se em psicologia pela Universidade de Paris (Sorbonne), em 1967, e, em 1969, obteve o mestrado nessa mesma área, pela Universidade de Sussex, na Inglaterra.[5]

Posteriormente, tornou-se diretor comercial de uma empresa exportadora de vinhos na Argentina, retornando ao Brasil em 1974. Nesse ano, montou a empresa Pro-Service Editora, em sociedade com o ex-deputado federal José Aparecido de Oliveira, e inaugurou no Brasil o Instituto Mind Power, do qual tornou-se presidente e ficou à frente até dezembro de 1992. Nesse período, também ocupou por algum tempo, a vice-presidência internacional do Institut for Mind Power Development.[5]

João Doria casou-se pela primeira vez com Maria Sílvia Dias Doria, com quem teve dois filhos. Um deles, o jornalista, empresário e político João Doria Junior, se elegeu Prefeito de São Paulo em 2016, e posteriormente Governador do Estado de São Paulo em 2018. Viúvo, Doria casou-se com Tânia Pereira Henrique Doria, com quem teve mais dois filhos, Raphael e Marcelo Henrique Doria. Divorciando-se da segunda esposa, casou-se pela terceira vez com Maria Teresa Doria.[5]

Dia dos Namorados[editar | editar código-fonte]

A criação do Dia dos Namorados em data diferente da comemorada no exterior deu-se quando João Doria era presidente de uma empresa publicitária que representava a Exposição Clíper, uma conceituada loja da década de 1940 em São Paulo.[8] Para alavancar a vendas no mês de junho, que não tinha nenhum feriado comercial, ele criou o slogan "não é só com beijos que se prova o amor".[9] A data escolhida foi 12 de junho, segundo ele o dia antecede a comemoração de Santo Antônio, considerado o santo casamenteiro.[4] Com isso a empresa conseguiu um prêmio de agência do ano.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Quem é parente?». Família Doria. 5 de maio de 2001. Consultado em 2 de outubro de 2016 
  2. a b Lopes, Jadias (1 de dezembro de 2008). «Os padroeiros da paixão o melhor de tudo dias lopes». Estadão. Consultado em 23 de março de 2013. Cópia arquivada em 23 de março de 2013 
  3. Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «JOAO AGRIPINO DE COSTA DORIA». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 25 de maio de 2021 
  4. a b Hoffmann, Bruno. «João Dória só não criou o Natal». Almanaque Brasil. Consultado em 5 de julho de 2012. Arquivado do original em 7 de junho de 2012 
  5. a b c d e f g h CPDOC-FGV. DÓRIA, João
  6. Abreu, Alzira Alves de; Paula, Christiane Jalles de; Dicionário histórico-biográfico da propaganda no Brasil. FGV Editora, 2007.
  7. Doria, Francisco Antonio (1 de julho de 2001). «PORTUGAL-L Archives». rootsweb.ancestry.com/. Consultado em 23 de março de 2013 
  8. «Brasil comemora Dia dos Namorados desde 1949». Cultura Mix. Jex. 24 de maio de 2004. Consultado em 23 de março de 2013 
  9. Motomura, Marina. «Como surgiram os feriados comerciais, como o Dia das Mães?». Mundo Estranho. Consultado em 23 de março de 2013