João Eladas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
João Eladas
Nascimento desconhecida
Morte 914
Nacionalidade Império Bizantino
Principais trabalhos
Título
Religião ortodoxia oriental

João Eladas (em latim: Ἰωάννης ὁ Ἐλαδᾶς; m. 914) foi um membro sênior da corte bizantino dos século IX e X, ativo durante o reinado dos imperadores Leão VI, o Sábio (r. 886–912), Alexandre (r. 912–913) e Constantino VII Porfirogênito (r. 913–959). Sob Leão VI, aparece pela primeira como um patrício enviado em missão aos temas europeus. Sob Alexandre, recebeu a posição de magistro e foi nomeado para o conselho de regência do jovem Constantino VII.

Nessa posição, Eladas tornar-se-ia famoso por ter confrontado com sucesso a conspiração do general Constantino Ducas, ao conseguir armar a guarda palaciana e os remadores da frota imperial. Em agosto de 813, Eladas participou da recepção dos filhos do imperador búlgaro Simeão I da Bulgária (r. 893–927) no Palácio de Blaquerna e mais adiante, em 14 de maio de 914, com ajuda de Estêvão, depôs do conselho o patriarca Nicolau Místico (r. 901-906; 912-925), substituindo-o pela imperatriz viúva Zoé Carbonopsina (r. 906–912). Faleceria tempos depois em decorrência de uma doença.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Fólis de Leão VI, o Sábio (r. 886–912)
Fólis de Constantino VII Porfirogênito (r. 913–959) com sua mãe Zoé Carbonopsina (r. 906–912)

João Eladas é mencionado pela primeira vez durante o reinado de Leão VI, o Sábio (r. 886–912), quando manteve o título de patrício e recebeu a missão de coletar dinheiro (possivelmente em troca de serviço militar comunitário) dos temas europeus. Sob o irmão e sucessor de Leão VI, Alexandre (r. 912–913), ele portou o título supremo não-imperial de magistro, embora já poderia tê-lo recebido desde o reinado anterior.[1]

Em junho de 913, pouco antes de sua morte, Alexandre nomeou-o como guardião e membro de um conselho de regência para o infante de Leão, Constantino VII Porfirogênito (r. 913–959), junto com o patriarca Nicolau Místico (r. 901-906; 912-925), o magistro Estêvão, o reitor João Lazanes e os obscuros Eutímio e os escudeiros de Alexandre, Basilitzes e Gabrielópulo.[2] Nesta capacidade, Eladas foi instrumental em derrotar a tentativa de golpe do general Constantino Ducas, ao mobilizar a guarda palaciana e armas os remadores da frota imperial. As forças de Elaia confrontaram os apoiantes do rebelde no Portão Calce, e no confronte que se seguiu, Constantino Ducas foi morto.[1]

Em agosto de 913, junto com seus colegas da regência, o patriarca Nicolau Místico e o magistro Estêvão, ele recebeu os filhos do imperador búlgaro Simeão I da Bulgária (r. 893–927) no Palácio de Blaquerna. Tanto Eladas quanto Estêvão logo começaram a opor-se a dominância do patriarca no conselho da regência, acarretando, em 14 de março, sua deposição e a ascensão da regência da viúva de Leão, Zoé Carbonopsina (r. 906–912). Sob conselho de Eladas, ela removeu os escudeiros de Alexandre do conselho. Contudo, o próprio Eladas adoeceu logo depois, e retirou-se do Grande Palácio de Constantinopla para o de Blaquerna, onde morreu.[1][3]

Referências

  1. a b c Lilie 2013, Ioannes Eladas (#22909).
  2. Runciman 1988, p. 47–48.
  3. Runciman 1988, p. 51–52.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt 
  • Runciman, Steven (1988). The Emperor Romanus Lecapenus and His Reign: A Study of Tenth-Century Byzantium (em inglês). Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-35722-5