João das Leis

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Mestre João (das Leis), de seu nome João Peres[1] pertencia à influente família alfacinha dos Nogueiras, do qual se julga que ele na altura possa ter sido o cabecilha,[2] licenciado em Leis[3] era um dos legistas letrados[4] do Desembargo do Paço (entre 1320 a 1340),[5] privado de D. Afonso IV de Portugal, seu chanceler-mór e membro do seu Conselho. Testamenteiro da rainha D. Beatriz, parece ter passado por uma «travessia do deserto» no reinado de D. Pedro, surgindo com D. Fernando novamente como membro da corte.[6]

Embaixador do monarca D. Afonso IV à Cúria pontifícia em Junho de 1345, foi parte activa em algumas das acções mais importantes do reinado, casos do conflito com o bispo do Porto ou das pazes com D. Pedro ainda infante.[1]

Como administrador do morgado de São Lourenço, cedido pelo seu meio-irmão o arcediago Filipe Lourenço e do tio Mestre Pedro clérigo e médico de D. Dinis,[7][8] é enterrado com sua mulher na sua Igreja de São Lourenço (Socorro), fundada por ele em 1258 ou 1271 e à qual vinculou vários dos seus bens,[9] com o seguinte letreiro: «Aqui jaz o M. e João das Leis Conselheiro do Rei D. Afonso IV de Portugal Padroeiro desta Igreja, e Provedor da Capela».

Dados genealógicos[editar | editar código-fonte]

Pais:

  • Lourenço Peres (Nogueira) ou Lourenço Peres Sénior,[10] 2º senhor do morgado de São Lourenço,
  • Josefa (ou Joana) Filipa[11] (filho de casado e de solteira[7])

Casamento I:

  • Maria Afonso Carregueira; seu verbete na ou Maria Afonso (ou das Lebres), certamente filha de Afonso Eanes Carregueiro, sem descendência.[12]

Casamento II:

  • Constança Afonso[11] (1332- depois de 1380) ou Constança Eanes, que era filha de um desembargador régio[12] Afonso Esteves.

Filhos do Casamento II:

Referências

  1. a b Ensaio sobre a origem dos Machado da Ilha Terceira, por Manuel Lamas de Mendonça, Arquipélago - História, 2ª série, XIII (2009), p. 239
  2. A oligarquia camarária de Lisboa (1325-1433), pág. 261
  3. A oligarquia camarária de Lisboa (1325-1433), pág. 199, nota 1117
  4. letrado, Infopédia, Porto: Porto Editora, 2003-2014. (Consult. 2014-01-17).
  5. http://periodicos.bce.unb.br/index.php/textos/article/viewFile/5898/4877 Arquivado em 1 de fevereiro de 2014, no Wayback Machine. A Roda da Fortuna: do dominium feudal à clausura da Corte, de Celso Silva Fonseca, Textos de História, vol. 7, n» 1/2, 1999, pág. 119]
  6. Ensaio sobre a origem dos Machado da Ilha Terceira, por Manuel Lamas de Mendonça, Arquipélago - História, 2ª série, XIII (2009), p. 239 e 240
  7. a b Carta de D. Jorge, Bispo de Coimbra, concedendo a D. João Peres autorização para suceder a seu irmão Filipe Lourenço na administração dos bens deixados por Mestre Pedro, Cota: Viscondes de Vila Nova de Cerveira, cx. 1, n.º 15, ANTT
  8. A oligarquia camarária de Lisboa (1325-1433), pág. 339 e 621
  9. "Em ano de 1387 sendo Mestre João das Leis viúvo da primeira mulher fez doação entre vivos à Capela de Mestre Pedro de que era o administrador da sua quinta de Alverca com mais sete estins de terra no campo de Santarém a onde chamam de Capa Rota, do casal da Carvalha no termo de Lisboa, da herdade de Alcolombal em Sintra, da quinta da Amora no termo deAlmada.Sumário de uma doação feita por mestre João das Leis, cota: Viscondes de Vila Nova de Cerveira, cx. 4, n.º 27, ANTT
  10. Entre 1427 e 1428, ela tinha preterido a inserção em São Lourenço pela fundação de duas capelas no Mosteiro do Salvador de Lisboa - Espiritualidade e Poder na Lisboa dos finais da Idade Média: a Colegiada de São Lourenço e os seus Patronos (1298-1515), por Gonçalo Melo da Silva, Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, policopiada, Lisboa, 2012, pág. 67.
  11. a b c d e Nobiliário das Famílias de Portugal, de Felgueiras Gayo, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, -vol. VII-pg. 584 (Nogueiras)
  12. a b Ensaio sobre a origem dos Machado da Ilha Terceira, por Manuel Lamas de Mendonça, Arquipélago - História, 2ª série, XIII (2009), p. 240
  13. A oligarquia camarária de Lisboa (1325-1433), pág. 344
  14. A oligarquia camarária de Lisboa (1325-1433), pág. 687