Joaquim Antônio da Silva Callado

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Joaquim Antônio da Silva Callado (Jr.)
Joaquim Antônio da Silva Callado
Ilustração de Joaquim Calado
Informação geral
Também conhecido(a) como um dos criadores do choro
Nascimento 11 de julho de 1848
Local de nascimento Rio de Janeiro
Brasil
Morte 20 de março de 1880 (31 anos)
Local de morte Província do Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade  Brasileira
Gênero(s) Choro
Polca
Lundu
Ocupação(ões) Músico
Cônjuge Feliciana Adelaide Callado
Instrumento(s) Flauta
Piano
Período em atividade 1866 - 1880
Afiliação(ões) Viriato Figueira
Chiquinha Gonzaga
Prêmios Comendador da Imperial Ordem da Rosa

Joaquim Antônio da Silva Callado Júnior (Rio de Janeiro, 11 de julho de 184820 de março de 1880) foi um músico compositor e flautista brasileiro.

É considerado como um dos criadores do choro ou o "pai dos chorões". Seu grupo, que ficou conhecido como "O Choro de Callado", era constituído por um instrumento de solo, no caso sua flauta de ébano, dois violões e um cavaquinho, onde os acompanhantes, ou os três instrumentistas de cordas, tinham boa capacidade de improvisar sobre o acompanhamento harmônico, que é a base do choro.[1]

O compositor trabalhou e conviveu com inúmeros chorões, que se destacaram naquela fase de fixação da nova maneira de interpretar as modinhas, lundus, valsas e polcas. Dentre eles, o seu amigo e aluno, o flautista Viriato Figueira e sua também amiga Chiquinha Gonzaga.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Joaquim nasceu na cidade imperial, em 1848. Era filho de filho de Joaquim Antônio da Silva Callado e de Mathilde de Souza Callado.[2] Desde muito pequeno convivia com música, pois seu pai era pistonista, professor de música e mestre de banda na Sociedade dos Artistas e na Sociedade Carnavalesca dos Zuavos. Sua família frequentava com frequência os clubes e festas carnavalescas no século XIX. A família era pobre, assim o pequeno Joaquim era educado em casa, onde teve suas primeiras aulas de piano, flauta e de música com o pai.[3]

Aos 15 anos apresentou-se pela primeira vez em concerto, e teve como uma de suas primeiras composições Querosene, data de 1863.[1]

Em 1866 começou a ter aulas de regência, harmonia e composição com o maestro Henrique Alves de Mesquita, que teve grande influência em sua formação musical. Em 1867, casou-se com Feliciana Adelaide Callado, com quem tem três filhas e um filho. Precisando sustentar a família, Joaquim começou a trabalhar como músico profissional, tocando flauta em concertos. Foi o segundo flautista no Teatro Ginásio Dramático onde tocou para a família imperial, além de tocar em salões privados e clubes populares.[3]

Em 1867 compôs a quadrilha Carnaval, que se tornou um sucesso naquele ano. Em 1869, compôs a polca Querida por Todos, dedicada à amiga Chiquinha Gonzaga, com quem frequentava as rodas de música. Ele também tocava junto de Chiquinha em eventos e reuniões. Além de seu trabalho como músico, Joaquim também organizava rodas de música com os amigos, onde tocavam e ouviam todo tipo e gênero de música. É nestes círculos populares que Joaquim organizou seu próprio conjunto, em 1870, o Choro Carioca ou o Choro do Callado.[2][3]

Logo Joaquim se tornou uma referência no choro da época. Durante a década de 1870 tornou-se um músico bastante conhecido na sociedade. Em 1973, sua composição Lundu Característico, que conseguiu um relativo sucesso. Ele ainda editaria as polcas Linguagens do Coração (1872), Ímã (1873) e Cruzes, Minha Prima (1875), entre outras e tornou-se um dos mais célebres flautistas cariocas.[3][4]

Em 1871, Joaquim foi indicado como professor da cadeira de flauta do Imperial Conservatório de Música e em 1879 foi condecorado como Comendador da Imperial Ordem da Rosa.[3][4]

Morte[editar | editar código-fonte]

Sua carreira de sucesso é subitamente interrompida quando Joaquim cai de cama e rapidamente adoece. Ele morreu em 20 de março de 1880, na cidade do Rio de Janeiro, aos 31 anos, devido a uma meningoencefalite. Ele foi sepultado no Cemitério de São João Batista, no Caju.[2] Deixou quatro filhos com Feliciana Adelaide Callado: Alice Callado Corrêa, Luísa Callado Ribeiro de Castro, Elvira Callado e Artur da Silva Callado.[3]

Para homenageá-lo, Catulo da Paixão Cearense compôs letra para a polca Flor Amorosa (1880), consagrando-a no cancioneiro nacional.[4]

Composições[editar | editar código-fonte]

  • Adelaide
  • Ai, que gozos
  • Aurora
  • Capricho característico
  • Caprichosa
  • Carnaval de 1867
  • Celeste
  • Choro
  • As cinco deusas
  • Como é bom
  • Como é bom o que é bom!
  • Conceição
  • Consoladora
  • Cruzes, minha prima!
  • A dengosa
  • A desejada
  • Ermelinda
  • Ernestina
  • Família Paul
  • Fantasia para flauta
  • Flor amorosa (com letra posterior de Catulo da Paixão Cearense)
  • As flores do coração
  • Florinda
  • Hermenêutica
  • Honorata
  • Íman
  • Improviso
  • Isabel
  • Laudelina
  • Lembrança do cais da Glória
  • Linguagem do coração
  • Lírio fanado
  • Lundu característico
  • Manuela
  • Manuelita
  • Maria
  • Maria Carlota
  • Mariquinhas
  • Mimosa
  • Não digo
  • Uma noite de folia
  • O que é bom, é bom! loucos!
  • Olhos de Ana
  • Pagodeira
  • Perigosa
  • Perigoso
  • Polca em dó maior
  • Polucena
  • Puladora
  • Quem tocar, toca sempre
  • Querida por todos
  • Querosene e tnt
  • O regresso de Chico Trigueira
  • Rosinha
  • Salomé
  • Saturnina
  • Saudades do cais da Glória
  • Saudades de Inhaúma
  • Saudosa
  • A sedutora
  • Sete de novembro
  • Sousinha
  • Suspiro
  • Suspiros de uma donzela
  • Último suspiro
  • União comercial
  • Valsa
  • Vinte e um de agosto
  • Vinte e um de junho

Referências

  1. a b «Antonio Callado, o criador do choro». Biblioteca Nacional. Consultado em 17 de maio de 2022 
  2. a b c Verzoni, Marcelo (2016). «Joaquim Callado, trajetória historiográfica do pai do choro carioca». Revista Brasileira de Música. 29 (2): 293-321. doi:10.47146/rbm.v29i1. Consultado em 17 de maio de 2022 
  3. a b c d e f «Joaquim Antônio Callado». Itaú Cultural. Consultado em 17 de maio de 2022 
  4. a b c Diniz, André (2008). Joaquim Callado, o pai do choro. São Paulo: Zahar. ISBN 9788537800850