Jogo da laranjinha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O jogo da laranjinha é um desporto tradicional de origem portuguesa onde se lançam bolas maiores de madeira em direcção a uma mais pequena que tem o nome de "laranjinha".[1][2][3]

História[editar | editar código-fonte]

A sua origem perde-se no tempo, existindo no entanto registos que apontam para o facto de já ser conhecido nos séculos XV e XVI, em que era jogado apenas entre-muros palacianos.[4] Nos séculos posteriores tornou-se um jogo popular, especialmente na primeira metade do século XX, onde teve grande implementação em Lisboa e arredores, sendo muitas vezes associado às tabernas e carvoarias, onde era massivamente jogado[5][6][nota 1].

O Jogo[editar | editar código-fonte]

A laranjinha é jogada num recinto rectangular aberto no chão, ladeado por tabelas de madeira, com topos (cabeceiras) de cortiça, e pavimento feito com uma mistura de areia e caliça. A meio das tabelas laterais são fixadas duas peças metálicas que dão pelo nome de "policia" ou "garrafinha". Para se jogar utiliza-se uma bola pequena, a "laranjinha", e seis bolas grandes de madeira maciça, sendo o objectivo acertar a "laranjinha" com as bolas grandes, acumulando um total de 31 pontos.[7]

É um jogo de destreza e pontaria, exclusivamente masculino,[5] sendo cada equipa, as "caixas", constituída geralmente por três jogadores, possuindo cada uma posições relativas no lançamento e uma bola de madeira.[6]

Notas

  1. O jogo da laranjinha, é referido e considerado por muitos autores como tendo sido criado em Lisboa e ter tido a sua expansão exclusivamente em Lisboa e arredores, mas tal é falso pois, apesar de não ser tão conhecido e divulgado fora dessa região, o mesmo teve origem palaciana e foi jogado por Portugal afora[4][6]

Referências

  1. «O jogo da "Laranjinha"». Sociedade Musical e Desportiva de Caneças. Consultado em 20 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 4 de março de 2016 
  2. Marta Martins Silva (16 de maio de 2010). «As vilas e os pátios que Lisboa esconde». Correio da Manhã. Consultado em 20 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 21 de dezembro de 2010 
  3. Luís Osório (25 de setembro de 2012). «A história que Lula da Silva nunca esquecerá». Jornal Sol. Consultado em 20 de janeiro de 2013 
  4. a b Gameiro 2010, pp. 114
  5. a b Cordeiro 1990
  6. a b c «Tabernas». Jagoz.com. Consultado em 20 de janeiro de 2013 [ligação inativa]
  7. «As regras da "Laranjinha"». Sociedade Musical e Desportiva de Caneças. Consultado em 20 de janeiro de 2013 [ligação inativa]
Bibliografia
  • Gameiro, José (2010). Subsídios para a História de Salvaterra de Magos, Séc.XII – Séc. XVIII, I Parte. Salvaterra de Magos: EDA. 133 páginas 
  • Cordeiro, Graça Índias (1990). Sociabilidade e associativismo popular em Lisboa. alguns elementos para a identificação de um terreno urbano. IN: Colóquio viver na cidade. Lisboa: LNEC/ISCTE. p. 133-137 
  • Joaquim, Garcia (1997). Jogos tradicionais. de geração em geração. 2. IN: ELO associativo. Lisboa: Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio. p. 9-10 
  • Florbela, Gomes (1998). Os 31 de Santo Amaro. o associativismo e o jogo da laranjinha. 4. IN: ELO associativo. [S.l.]: Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio. p. 25 
  • Vários (2006). Sporting União Fonte Santense. IN: Colectividades de Lisboa - Freguesia dos Prazeres. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. Gabinete de Apoio às Colectividades e Casas Regionais. p. 91-97 
  • Vários (2006). Clube Recreativo e Musical 6 de Setembro. IN: Colectividades de Lisboa - Freguesia dos Prazeres. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. Gabinete de Apoio às Colectividades e Casas Regionais. p. 53-59 
  • Indias, Graça (1989), "Jogo, sociabilidade, cultura: o ritual da laranjinha em Lisboa", IN: Estudos em homenagem a Ernesto Veiga de Oliveira, p. 281-303.