José Maria Pacheco de Aguiar

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José Maria Pacheco de Aguiar
Nascimento 8 de dezembro de 1803
Porto Judeu
Morte 31 de julho de 1876 (72 anos)
Porto Judeu
Cidadania Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação padre, professor, escritor
Religião Igreja Católica

José Maria Pacheco de Aguiar (Porto Judeu, 8 de dezembro de 1803 — Porto Judeu, 31 de julho de 1876) foi um padre, professor e escritor.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu no Porto Judeu a 8 de Dezembro de 1803, filho de Francisco João de Aguiar e de Mariana Vitorina. Após ter cursado os estudos preparatórios no Convento de São Francisco de Angra, em 1825 professou no Mosteiro dos Eremitas Calçados da Graça da cidade de Angra, seguindo no ano imediato, de 1826, por indicação do prelado e a expensas da Ordem, para o Colégio dos Eremitas Descalços de Santo Agostinho, em Coimbra, no sentido de se habilitar para o múnus sacerdotal e para a docência.

Em 1828 transferiu-se para o Convento do Pópulo, em Braga, onde concluiu os preparatórios de Teologia e foi ordenado presbítero e depois ultimou a sua preparação de Mestre. Permaneceu como professor naquele convento, ensinando Teologia Dogmática e Moral, até 30 de Maio de 1834, data em que foram extintos os conventos e passou à condição de egresso. Fixou-se então na cidade do Porto, onde durante doze anos exerceu o professorado nos colégios de Passos e de Fonseca.

A 24 de Janeiro de 1848 foi apresentado prior da Igreja de Santa Eulália, na então vila de Águeda, Diocese de Aveiro, onde se distinguiu no combate à cólera-morbus.[2] Por Decreto de 28 de Julho de 1852 foi nomeado cónego da Sé de Coimbra, cargo que não aceitou. Contudo, em 1854 assumiu a regência de uma das disciplinas de ciências eclesiásticas em Coimbra.

Por decreto de 31 de Maio de 1862, foi nomeado titular do cabido da Sé de Angra, com o ónus de ensino, por dez anos, no Seminário Episcopal de Angra, instituição na qual proferiu a oração de sapiência na inauguração solene do Seminário em 9 de Novembro de 1862. Na sua actividade docente evidenciou-se como um dos docentes mais cultos, ensinando História Sagrada e Eclesiástica durante 14 anos.

Publicou diversas obras sob pseudónimo. Faleceu em 31 de Julho de 1876, vítima de uma congestão cerebral.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Entre outras obras e grande número de escritos dispersos por periódicos, é autor das seguintes monografias:

  • Períodos da História Portuguesa Antiga e Moderna. Porto, Typ. Santos, 2 volumes, (1841-1842);
  • Elementos de Metaphysica segundo o Genuense. Porto, Typ. Santos (1849);
  • Cartilha de Doutrina Christã. Porto, Typ. Santos, (1849).

Deixou inédita e apenas começada a obra Pequena Bibliotheca Açorica, ou Catalogo dos Escriptores dos Açores, divididos pelos distritos Oriental, Central e Occidental. Também deixou inéditos sermões e discursos, entre os quais uma colectânea intitulada Sermões e Discursos sobre vários assuntos scientificos.

Notas

  1. Gervásio Lima, Breviário Açoriano, p. 237. Tipografia Andrade, Angra do Heroísmo, 1935.
  2. a b "Aguiar, José Maria Pacheco de" in Enciclopédia Açoriana.

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Alfredo Luís Campos, Memória da Visita Régia à Ilha Terceira. Imprensa Municipal, Angra do Heroísmo, 1903.
  • Almanach Insulano para Açores e Madeira: estatístico, histórico e literário (1874-1875), Angra do Heroísmo;
  • Inocêncio Francisco da Silva, Diccionario Bibliographico Portuguez. Lisboa, XIII: 100-101, 1921;
  • Ernesto do Canto (1890), Bibliotheca Açoriana. Ponta Delgada: 256;
  • Archivo dos Açores (1957), Ponta Delgada, XIII: 539;
  • Urbano de Mendonça Dias (1931), Literatos dos Açores. Vila Franca do Campo: 373-374;
  • José Alves Pereira (1939), Padres Açoreanos (Bispos - Publicistas - Religiosos). Angra do Heroísmo, União Gráfica Angrense: 44-45;
  • José Alves Pereira (1950), A Diocese de Angra na História dos seus Prelados. Angra do Heroísmo, Ed. Andrade;
  • J. S. Sousa (1980), "Aguiar, José Maria Pacheco de, O.E.S.A" in Dicionário de História da Igreja em Portugal. Lisboa, Resistência, I: 81-82.