Judaísmo no Uruguai
| População total | |||||||||
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| 16.600 a 22.000[1] | |||||||||
| Línguas | |||||||||
| espanhol · hebraico · yidish · alemão · polonês · russo · ladino | |||||||||
| Religiões | |||||||||
| Judaísmo | |||||||||
| Grupos étnicos relacionados | |||||||||
| Ashkenazim, Sefaradim, Mizrahim e outras divisões étnicas do Judaísmo. | |||||||||
A história dos judeus no Uruguai remonta ao período colonial, como consequência da Inquisição na Península Ibérica. No entanto, a imigração judaica para o país teve seu auge nas primeiras décadas do século XX, com a chegada de judeus de diferentes partes da Europa, principalmente da Europa Central e Oriental, em sua maioria de origem asquenazita.[2]
A comunidade judaica do Uruguai é a quinta maior da América Latina, mas a que possui a maior proporção em relação à população total do país.[3] Na década de 1960, era composta por aproximadamente 50 mil pessoas, mas ao longo dos anos diminuiu como resultado da aliá, e atualmente conta com cerca de 16 mil a 22 mil membros.[4][5]
História
[editar | editar código]A presença judaica no Uruguai remonta ao período colonial, quando o território era chamado de Banda Oriental, com a chegada de judeus que escapavam da Inquisição na Espanha e em Portugal. No entanto, a imigração significativa teve início no final do século XIX, com a chegada de sefarditas provenientes do Brasil e da Argentina, e se intensificou nas primeiras décadas do século XX, com a chegada de asquenazitas oriundos da Europa.[6]
De acordo com relatórios, em 1909 residiam em Montevidéu cerca de 150 judeus, mas em 1918, nove anos depois, esse número havia aumentado para 1.700.[7] Nos primeiros anos do século XX, o Uruguai tornou-se um destino atraente para os judeus devido às fortes medidas de secularização promovidas durante o governo de José Batlle e à prosperidade econômica e social que o país vivenciava.[8]

A Cidade Velha de Montevidéu tornou-se o local de residência de grande parte dos judeus recém-chegados, pertencentes às classes mais baixas. Entre eles, destacava-se um contingente importante de sefarditas oriundos do Império Otomano, que também se estabeleciam em cortiços nos bairros Palermo e Barrio Sur.[9][10] No entanto, com o passar dos anos, o bairro Villa Muñoz transformou-se na judiaria da cidade, devido à grande quantidade de asquenazitas que ali se estabeleceram e às sinagogas e instituições judaicas que fundaram naquela área.[11]
O primeiro minyan registrado no Uruguai ocorreu em 1912, e a primeira sinagoga foi inaugurada em 1917, em Montevidéu.[12] No mesmo ano, também foi inaugurado um cemitério judaico na cidade de La Paz, no Departamento de Canelones, por iniciativa das associações Jevrá Kadishá Ashkenazí, de origem asquenazita, e da Hesed Shel Emet, de origem sefardita.[13] Em 1915, foi fundada no Departamento de Paysandú a Colônia 19 de Abril, um assentamento agrícola estabelecido por colonos judeus oriundos, em sua maioria, da Bielorrússia e da Bessarábia.[14]
Nos primeiros anos do século, à medida que a comunidade judaica no Uruguai crescia, foram fundadas diversas instituições com o objetivo de unificá-la e auxiliar os recém-chegados em seu processo de integração e adaptação.[15] Devido à predominância numérica dos asquenazes, adotou-se o sistema da kehilá polonesa para a organização interna da coletividade.[2] Inicialmente, os imigrantes judeus no Uruguai dedicaram-se a atividades econômicas modestas, trabalhando em ofícios manuais, no comércio varejista e na venda ambulante.[16]
Referências
[editar | editar código]- ↑ Telias, David (2009). «100 años de presencia institucional judía en Uruguay II» (PDF). Universidad ORT Uruguay. Consultado em 20 de abril de 2025. Cópia arquivada (PDF) em 4 de setembro de 2023
- ↑ a b Porzecanski, Teresa (2005). La vida empezó acá: inmigrantes judíos al Uruguay. Montevideo: Linardi y Risso. ISBN 9974559596
- ↑ Dashefsky, Arnold; DellaPergola, Sergio; Sheskin, Ira, eds. (2019). «World Jewish Population, 2019» (PDF). www.jewishdatabank.org. Consultado em 20 de abril de 2025
- ↑ «Wayback Machine». www.haaretz.com. Consultado em 20 de abril de 2025. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2022
- ↑ Congress, World Jewish. «World Jewish Congress». World Jewish Congress (em inglês). Consultado em 20 de abril de 2025. Cópia arquivada em 3 de dezembro de 2023
- ↑ «Nuestra historia». CCIU (em espanhol). Consultado em 23 de abril de 2025. Cópia arquivada em 3 de junho de 2023
- ↑ Porzecanski, Teresa (2005). La vida empezó acá: inmigrantes judíos al Uruguay. Montevidéu: Linardi y Risso. p. 20. ISBN 9974559596
- ↑ «Iglesia, batllismo y la responsabilidad de llevar la administración estatal a todos los rincones de la república | La Mañana» (em espanhol). 18 de março de 2021. Consultado em 23 de abril de 2025
- ↑ User, Super. «Historia de la Comunidad». www.sefaradi.com.uy (em espanhol). Consultado em 23 de abril de 2025. Cópia arquivada em 25 de março de 2024
- ↑ «Historia de los barrios: Barrio Sur y Palermo». amec.uy (em espanhol). Consultado em 23 de abril de 2025
- ↑ «Así lo veo yo». Montevideo Portal. Consultado em 23 de abril de 2025
- ↑ «Historia de los judíos en Uruguay - Aurora». Semanario Aurora. 16 de agosto de 2023. Consultado em 23 de abril de 2025. Cópia arquivada em 16 de agosto de 2023
- ↑ Telias, David (2009). «100 años de presencia institucional judía en Uruguay I.» (PDF). Universidad ORT Uruguay. Consultado em 22 de abril de 2025
- ↑ «Hay un camino a transitar para ser más competitivos». El Observador (em espanhol). Consultado em 23 de abril de 2025
- ↑ «JUDÍOS EN URUGUAY - Dicionário de História Cultural de la Iglesía en América Latina». dhial.org. Consultado em 24 de abril de 2025
- ↑ administrador. «Rocha, un importante capítulo en la historia de los judíos uruguayos: Entrevista a la Dra. Elena Katz». Centro Recordatorio del Holocausto de Uruguay (em espanhol). Consultado em 24 de abril de 2025