Justino de Jacobis
Justino de Jacobis, C.M.
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|---|---|
| Bispo da Igreja Católica | |
| Vigário Apostólico da Abissínia | |
Título |
Bispo titular de Nilópolis |
| Atividade eclesiástica | |
| Ordem religiosa | Congregação da Missão |
| Diocese | Vicariato Apostólico da Abissínia |
| Nomeação | 6 de julho de 1847 |
| Predecessor | ereção do Vicariato |
| Sucessor | Lorenzo Biancheri, CM |
| Mandato | 1847-1860 |
| Ordenação e nomeação | |
| Ordenação presbiteral | 18 de junho de 1824 |
| Nomeação episcopal | 6 de julho de 1847 |
| Ordenação episcopal | 7 de janeiro de 1849 por Guglielmo Massaia, OFMCap. |
| Dados pessoais | |
| Nascimento | San Fele, Reino de Nápoles 9 de outubro de 1800 |
| Morte | Eidale 31 de julho de 1860 (59 anos) |
| Nacionalidade | Italiano |
| Funções exercidas | - Prefeito Apostólico da Abissínia (1839-1847) |
| dados em catholic-hierarchy.org Bispos Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo | |
São Justino de Jacobis
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|---|---|
| Missionário e bispo | |
| Veneração por | Igreja Católica |
| Beatificação | 25 de junho de 1939 Basílica de São Pedro por Papa Pio XII |
| Canonização | 26 de outubro de 1975 Praça de São Pedro por Papa Paulo VI |
| Festa litúrgica | 31 de julho |
| Atribuições | Traje do bispo |
| Padroeiro | Missionários |
São Justino de Jacobis, C.M., ou Giustino Sebastiano Pasquale de Jacobis (9 de outubro de 1800 – 31 de julho de 1860) foi um clérigo católico italiano, que serviu como missionário na Etiópia, em Tigray, em Adua e depois em Guala, e Vigário Apostólico da Abissínia.[1][2] Foi canonizado pelo Papa Paulo VI em 1975.[3]
Biografia
[editar | editar código]Giustino Sebastiano Pasquale de Jacobis nasceu em 9 de outubro de 1800, em San Fele, filho de Giovanni Battista e Giuseppina Muccia. Por volta de 1812, a família, talvez por razões econômicas, mudou-se para Nápoles. Ali, em 1818, um sacerdote carmelita o encaminhou à comunidade dos missionários vicentinos. Depois, continuando seus estudos, de Jacobis mudou-se para a Apúlia. Em 18 de junho de 1824, foi ordenado sacerdote na catedral de Brindisi.[1][2]
Dedicou-se à pregação missionária e foi superior de várias comunidades vicentinas na Itália central.[4] Em 1836, voltou para Nápoles. Durante uma epidemia de cólera, o sacerdote dedicou-se aos doentes da cidade.[1] Dois anos depois, foi enviado pelo Cardeal Giacomo Fransoni, prefeito da Congregação para a Propagação da Fé, como missionário ao Tigray, Etiópia, sendo nomeado Prefeito Apostólico da Abissínia, jurisdição que incluía a atual Eritreia,[5] em 10 de março de 1839.[6]
Padre Justino chegou a região em 13 de outubro de 1839.[1] A princípio, desdenhosamente chamado de "o Franco" pelos coptas, mais tarde passou a ser respeitado e carinhosamente conhecido como "Abuna Yacob" (Padre Tiago).[4]
Em 1841, os coptas o induziram a acompanhar uma missão ao patriarca de Alexandria, buscando a eleição de um metropolita etíope. Sua presença perturbou o patriarca, mas de Jacobis convenceu um dos presentes, o monge etíope Ghebra Michael, a continuar até Roma e visitar o Papa Gregório XVI.[4]
Com o tempo, juntaram-se a ele dois confrades italianos, aos quais se uniu também Ghebra Michael, recebido na Igreja Católica em 1844. Converteram-se cerca de cinco mil pessoas. Justino instituiu ainda outros centros missionários.[1] Com a assistência de Ghebra, estabeleceu um seminário em Guala em 1845,[4] o Colégio da Imaculada, para formação de padres locais.[1][2]
Com a elevação da Prefeitura a Vicariato Apostólico da Abissínia, pelo Papa Pio IX, foi eleito Bispo titular de Nilópolis e Vigário Apostólico em 6 de julho de 1847. Sua ordenação episcopal pelo Vigário Apostólico de Galla, Bispo Guglielmo Massaia, OFMCap, ocorreu em 7 de janeiro de 1849.[6]
Bispo Justino enfrentou forte oposição da Igreja Ortodoxa Etíope por seus esforços missionários, que incluíam celebrar a liturgia na língua local, seguindo o Rito Alexandrino, em vez do latim. Além de ordenar muitos padres locais, ele também levou muitos padres ortodoxos à plena comunhão com Roma.[5]
Isso levou à perseguição do Imperador Tewodros II, com o apoio do Patriarca Ortodoxo Etíope Abuna Salama III,[5] quando houve o martírio do primeiro sacerdote indígena, precisamente o monge Ghebra Michael, proclamado Beato em 1926.[1]
Em 1855, o bispo foi preso pelo usurpador Tewodros e depois banido. Passou o resto de sua vida ministrando ao longo da costa do Mar Vermelho. Por fazer amizade com uma missão diplomática francesa, foi novamente preso em 1860. Foi liberto, mas as dificuldades de seu cativeiro o esgotaram e ele morreu enquanto retornava à sua missão na Eritreia.[4]
Canonização
[editar | editar código]Justino de Jacobis é chamado de "pai da Igreja na Etiópia"[1] e de "Apóstolo da Etiópia e da Eritreia".[5]
O processo informativo em prol de uma possível beatificação transcorreu entre 1891-1894. Na década seguinte, foi promulgado o decreto sobre escritos (1902), houve a introdução da causa (1904) e o decreto non cultu (1905).[7]
O processo apostólico foi realizado entre 1904-1913, sendo validados os processos informativos e apostólicos por decreto de 9 de dezembro de 1915. Apenas em 1931 aconteceu a congregação antepreparatória, com a congregação preparatória ocorrendo em 1935, e logo em seguida a congregação geral. Por fim, o papa promulgou o decreto sobre virtudes heroicas em 28 de julho de 1935, tornando o bispo Justino de Jacobis, CM, Venerável.[7]
Após o processo apostólico sobre milagres para beatificação e as congregações necessárias, ele foi proclamado beato em 25 de junho de 1939. Com a retomada da causa e os devidos processos da Santa Sé, de Jacobis foi canonizado pelo Papa Paulo VI em 26 de outubro de 1975.[7]
O Papa Bento XVI, em discurso no Vaticano à comunidade do Pontifício Colégio Etíope, em 2011, comentou: “Com o seu ministério zeloso trabalhou incansavelmente a fim de que aquela porção do povo de Deus reencontrasse o fervor originário da fé, semeada pelo primeiro evangelizador são Frumêncio”.[8]
Referências
- ↑ a b c d e f g h «S. Justino de Jacobis, da Congregação da Missão, bispo na Abissínia - Informações sobre o Santo do dia - Vatican News». www.vaticannews.va. Consultado em 11 de outubro de 2025
- ↑ a b c «Giustino de Jacobis». Dicastero delle Cause dei Santi (em italiano). Consultado em 12 de outubro de 2025
- ↑ «26 Ottobre 1975: Canonizzazione del Vescovo Giustino De Jacobis». www.vatican.va (em italiano). Consultado em 11 de outubro de 2025
- ↑ a b c d e «Jacobis, Giustino de, St. | Encyclopedia.com». www.encyclopedia.com. Consultado em 12 de outubro de 2025
- ↑ a b c d Sun, The Catholic (31 de julho de 2019). «Feast of St. Giustino de Jacobis». The Catholic Sun (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2025
- ↑ a b «Bishop St. Giustino Sebastiano Pasquale de Jacobis [Catholic-Hierarchy]». www.catholic-hierarchy.org. Consultado em 11 de outubro de 2025
- ↑ a b c «1860». newsaints.faithweb.com. Consultado em 11 de outubro de 2025
- ↑ «To the Community of the Pontifical Ethiopian College in the Vatican (January 29, 2011)». www.vatican.va (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2025
Ligações externas
[editar | editar código]- «San Giustino De Jacobis da San Fele Vescovo» (em italiano). Santi e Beati
- «St. Justin de Jacobis» (em inglês). Saints & Angels
- «Saint of the Day – 31 July – Saint Giustino de Jacobis CM (1800-1860)» (em inglês). Ana St. Paul
- «San Giustino de Jacobis» (em italiano). Santuario Mariano di Pierno
- «San Giustino de Jacobis» (em italiano). Pontificia Basilica Cattedrale, Brindisi
- Nuovo, Luigi C.M. «Bibliografía di San Giustino de Jacobis: Biografie e Studi». Vincentiana, Vol. 44, No. 6, 2000.
- Nascidos em 1800
- Mortos em 1860
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- Naturais do Reino de Nápoles
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