Kátia Abreu
Kátia Abreu | |
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Foto oficial de senadora | |
Senadora pelo Tocantins | |
Período | 1º de fevereiro de 2007 a 1º de fevereiro de 2023 [a] |
Ministra da Agricultura do Brasil | |
Período | 1º de janeiro de 2015 a 12 de maio de 2016 |
Presidente | Dilma Rousseff |
Antecessor(a) | Neri Geller |
Sucessor(a) | Blairo Maggi |
Deputada Federal pelo Tocantins | |
Período | 1º de fevereiro de 2003 a 1º de fevereiro de 2007 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 2 de fevereiro de 1962 (61 anos) Goiânia, GO, Brasil |
Prêmio(s) | Medalha do Pacificador[1] |
Partido | PPB (1995-1998) PFL (1998-2007) DEM (2007-2011) PSD (2011-2013) PMDB (2013-2017) PDT (2018-2020) PP (2020-presente) |
Profissão | Pecuarista |
Assinatura | ![]() |
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Kátia Regina de Abreu (Goiânia, 2 de fevereiro de 1962) é uma empresária, pecuarista e política brasileira, filiada ao Progressistas (PP). Foi a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento durante o segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff[2] e senadora pelo estado do Tocantins de 2007 a 2023. Em 2018, compondo a chapa de Ciro Gomes, foi candidata a vice-presidente da República.
Formada em psicologia na Pontifícia Universidade Católica de Goiás, tornou-se pecuarista ao assumir, com a morte do marido em 1987, uma fazenda no antigo norte goiano, atualmente Tocantins. Mudou-se para a fazenda mesmo sem muito conhecimento de como conduzi-la. Ao chegar à fazenda, encontrou dentro do cofre da propriedade um roteiro completo sobre o que fazer caso o seu marido não pudesse gerenciar a fazenda. Segundo Kátia, Irajá Silvestre havia deixado uma espécie de inventário, no qual explicava coisas como onde aplicar o dinheiro, quais dívidas deveriam ser pagas primeiro e quais eram os investimentos prioritários para o aumento da produtividade da fazenda.[3]
Líder dos agropecuaristas[editar | editar código-fonte]
Destacou-se entre os produtores da região e logo tornou-se presidente do Sindicato Rural de Gurupi.
Em seguida, foi eleita presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins, cargo que exerceu por quatro mandatos consecutivos entre 1995 e 2005.
Em novembro de 2008, foi eleita presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para o triênio 2008 a 2011. A entidade representa 27 federações estaduais, 2142 sindicatos rurais por todo o Brasil, além de mais de um milhão de produtores sindicalizados.
Carreira política[editar | editar código-fonte]
Em 1998, Kátia Abreu disputou pela primeira vez uma cadeira na Câmara dos Deputados, ficando como primeira suplente. Assumiu a vaga em duas oportunidades, entre abril de 2000 e abril de 2002. Foi escolhida para presidir a Bancada ruralista no Congresso Nacional, sendo a primeira mulher no país a comandá-la, que na época contava com 180 integrantes.
Em 2002, foi efetivamente eleita para a Câmara dos Deputados com 76.170 votos, a mais votada no Estado do Tocantins.
Em 2006, concorreu e venceu a eleição por uma vaga ao Senado Federal, derrotando Siqueira Campos, que tentava a reeleição.
Em 2007, criticou a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF),[4] criticando o presidente Lula.
Em 2009, Kátia Abreu figurou entre as cem personalidades mais influentes do Brasil, numa lista seleta publicada pela edição especial da Revista Época.[5] Dentre as cem personalidades destacam-se trinta personalidades políticas, dentre os quais somam cinco senadores da República.
Em 2010, em entrevista a revista Veja, a senadora fez críticas as políticas para o agronegócio do ministério trabalho, desenvolvimento agrário e meio ambiente do governo Lula. Na ocasião fez um desafio aos ministros
“ | Quero fazer um desafio aos ministros: administrar uma fazenda de qualquer tamanho em uma nova fronteira agrícola e aplicar as leis trabalhistas, ambientais e agrárias completas na propriedade...Se depois de três anos eles conseguirem manter o emprego e a renda nessa propriedade, fazemos uma vaquinha, compramos a terra para eles e damos o braço a torcer, reconhecendo que estavam certos.[6] | ” |
Em 2010, apoiou José Serra na Campanha presidencial de 2010, foi cotada vice de Serra e criticou Dilma e o presidente Lula durante a campanha de 2010.[7]
Em 2011, torna-se aliada ao governo Dilma.[8] Em 2016 permaneceu mais fiel à Dilma que ao partido onde se situa: "Outros, como Katia Abreu, são considerados mais fiéis à presidente que ao partido, a ponto de considerarem uma troca de legenda para permanecer ao seu lado." [9] e "A ministra Kátia Abreu é uma política sem teto. O MDB, partido que a abriga, o faz obrigado pelas contingências, da mesma forma como ela está presa ao governo Dilma." [10]
Em abril de 2016, o presidente em exercício do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o senador Romero Jucá, confirmou em nota que faz questão de solicitar a Comissão de Ética o processamento com a maior rapidez possível para a satisfação da base partidária e dos representados. Com isso a Senadora Kátia Abreu, pode ser expulsa do partido, por recusar a entregar seu cargo.[11]
Em agosto de 2016, começou a possibilidade dela ser expulsa do MDB, inclusive como "paralelo do caso dela com o de Roberto Requião, outro senador do MDB que votou contra o impedimento da ex-presidente"; e supostamente, "processo deve começar em breve". [12]
Em dezembro de 2016, votou contra a PEC do Teto dos Gastos Públicos.[13] Em julho de 2017 votou contra a reforma trabalhista.[14]
Em 13 de setembro de 2017, o MDB por recomendação da Comissão de Ética afastou Kátia Abreu por 60 dias motivado pelo fato de ela ter votado, em setembro do ano passado, contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.[15] Em resposta, Kátia Abreu disse que "Neste exato momento a preocupação do MDB deveria ser provar que não é uma organização criminosa (quadrilhão). Eu estou longe de ser um problema para o MDB. Sigo minha vida".[16]
Em outubro de 2017 votou a contra a manutenção do mandato do senador Aécio Neves mostrando-se favorável a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no processo onde ele é acusado de corrupção e obstrução da justiça por solicitar dois milhões de reais ao empresário Joesley Batista.[17][18]
Em novembro de 2017, o conselho de ética do MDB decidiu por expulsar a senadora do partido por criticar o partido e o governo de Michel Temer.[19]
Em abril de 2018, filiou-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Com a cassação do então governador do Tocantins, Marcelo Miranda (MDB) e sua vice Cláudia Lelis (PV), foi candidata à governadora do Estado nas eleições suplementares, em junho. Após o final do pleito, não conseguiu chegar ao segundo turno, obtendo pouco mais de 15% dos votos válidos.
Em agosto, foi confirmada candidata a vice-presidente da República, na chapa de Ciro Gomes na eleição presidencial de 2018, chapa essa que obteve o terceiro lugar[20][21].
Em junho de 2019, votou contra o Decreto das Armas do governo, que flexibilizava porte e posse para o cidadão.[22]
Em 22 de novembro de 2020 foi internada em São Paulo em decorrência de complicações causadas pela COVID-19. Segundo a parlamentar, seu teste deu positivo após 3 assessores receberem o diagnóstico da doença.[23] Atualmente está filiada ao Partido Progressista.
Nas eleições de 2022, Kátia concorreu à reeleição para o 3° mandato de senadora. Sem o aval popular, ficou na 2ª colocação, com pouco mais de 18% dos votos válidos, perdendo para Dorinha Rezende (UNIÃO), que conquistou 50% dos votos válidos. Kátia deixa o Congresso Nacional após 20 anos de mandato.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento[editar | editar código-fonte]
Em dezembro de 2014, foi indicada por Dilma Rousseff para ocupar o cargo de ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.[2] Permaneceu no cargo até 12 de maio de 2016, sendo exonerada, no dia do afastamento de Dilma pelo Senado Federal.[24]
Controvérsias[editar | editar código-fonte]
Sua atuação em defesa dos agropecuaristas tem gerado animosidade entre alguns ecologistas. Em 2009, foi rotulada pelos ativistas ambientalistas como "Miss Desmatamento".[25] No mesmo ano, foi criticada pela revista Carta Capital por manter dois terrenos improdutivos que concentram 2500 hectares de terra.[26]
Como presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, contratou a organização Contas Abertas[carece de fontes] para descobrir quanto custou e quem produziu a Campanha de TV e rádio "Carne Legal" (a campanha se constitui de três peças intituladas "Churrasco de desmatamento", "Picadinho de trabalho escravo" e "Filé de lavagem de dinheiro"), encomendada pelo Ministério Público Federal.[27]
Defende a política de uso de sementes alteradas em laboratório patenteadas por grandes corporações de biotecnologia como a Monsanto.[28] O uso dessas sementes é considerado polêmico, pois deixa a produção dos alimentos que precisam de novas sementes a cada plantio atrelada ao monopólio de grandes corporações.[carece de fontes]
No dia 26 de junho de 2013, em uma palestra no Congresso Internacional de Carnes sediado em Goiânia, Kátia defendeu a PEC 37 em seu discurso, e manifestou repudio a todos aqueles que rejeitavam a Emenda. De acordo com as palavras da Senadora, os políticos devem ser livres, e a atuação do Ministério Público dificulta a governabilidade.[carece de fontes]
Kátia na primeira sessão do novo Senado Federal em fevereiro de 2019, sessão a qual era destinada a escolher o novo presidente do Senado, se destacou ao defender o direito do voto secreto dos senadores, ação a qual provocou grande tumulto no plenário pois contrariava o presidente em exercício Davi Alcolumbre que decidiu colocar a questão em votação.[29] A senadora chegou a tomar papéis da mesa de Davi em protesto[30] e com isso paralisado a sessão por algum tempo.
Notas
- ↑ Licenciada entre 1º de janeiro de 2015 a 12 de maio de 2016 para assumir o Ministério da Agricultura do Brasil.
Referências
- ↑ «Boletim do Exército do Brasil de julho de 2013». Secretaria Geral do Exército do Brasil (pdf). Consultado em 26 de setembro de 2020
- ↑ a b Kátia Abreu é nova ministra da Agricultura
- ↑ MATHEUS LEITÃO. «A chefe dos vaqueiros». Consultado em 31 de março de 2016. Cópia arquivada em 15 de setembro de 2009
- ↑ «Kátia Abreu apresenta seis fontes alternativas à CPMF». Conexão Tocantis. 12 de novembro de 2007. Consultado em 14 de setembro de 2017
- ↑ A Notícia[ligação inativa]
- ↑ SCHELP, Diogo (2010). Entrevista Kátia Abreu. Revista Veja, editora Abril, edição 2162, ano 43, nº 17, pág. 25.
- ↑ «Estou pronta para ser vice de Serra, diz Kátia Abreu». Terra. 10 de abril de 2010. Consultado em 7 de outubro de 2010
- ↑ Luciana Lima (24 de agosto de 2011). «Kátia Abreu defende pauta do MST, depois de encontro com Dilma». Jornal do Brasil. Consultado em 14 de setembro de 2017
- ↑ "O Financista" (Portal Terra). «Quem ocupará o espaço deixado pelo PMDB no governo Dilma?». Consultado em 29 de março de 2016. Cópia arquivada em 29 de março de 2016
- ↑ Equipe do Blog (do Moreno). «O drama da ministra Kátia Abreu». Consultado em 29 de março de 2016. Cópia arquivada em 29 de março de 2016
- ↑ «PMDB analisa expulsão de Celso Pansera e Kátia Abreu». (Agência Brasil +) EXAME. 7 de abril de 2016. Consultado em 17 de junho de 2016. Cópia arquivada em 5 de maio de 2016
- ↑ «PMDB vai expulsar Katia Abreu». G1 Política - Blog do Matheus Leitão. 2 de setembro de 2016. Consultado em 2 de setembro de 2016. Cópia arquivada em 2 de setembro de 2016
- ↑ Bol (13 de dezembro de 2016). «Confira como votaram os senadores sobre a PEC do Teto de Gastos 155 Do UOL, em São Paulo». Consultado em 16 de outubro de 2017
- ↑ Redação - Carta Capital (11 de julho de 2017). «Reforma trabalhista: saiba como votaram os senadores no plenário»
- ↑ Alessandra Modzeleski. «PMDB afasta ex-ministro Geddel Vieira Lima e senadora Kátia Abreu por 60 dias». G1. Globo.com
- ↑ «PMDB afasta senadora Kátia Abreu do partido por 60 dias». JM Notícia. 14 de setembro de 2017. Consultado em 14 de setembro de 2017
- ↑ «Veja como votou cada senador na sessão que derrubou afastamento de Aécio». Consultado em 17 de Outubro de 2017
- ↑ «Janot denuncia Aécio Neves ao STF por corrupção e obstrução da Justiça». Consultado em 17 de Outubro de 2017
- ↑ «PMDB decide expulsar Kátia Abreu por ataques a Temer e ao partido»
- ↑ «Kátia Abreu será a vice de Ciro»
- ↑ «Ciro Gomes 12 - Eleições 2018». Eleições 2018. Consultado em 12 de outubro de 2018
- ↑ TEMPO, O. (18 de junho de 2019). «Veja como votou cada senador sobre decretos de porte e posse de armas». Politica. Consultado em 6 de janeiro de 2021
- ↑ «Kátia Abreu é internada em São Paulo com covid-19». Terra. Consultado em 23 de novembro de 2020
- ↑ «Lula e mais 27 ministros são exonerados». O Povo Online. 12 de maio de 2016. Consultado em 12 de maio de 2016. Arquivado do original em 7 de agosto de 2016
- ↑ «Ativistas detidos no Senado em entrega de faixa de Miss Desmatamento para Kátia Abreu». Greenpeace. Consultado em 2 de junho de 2009
- ↑ Carta Capital diz que Kátia foi beneficiada por golpe contra camponeses
- ↑ «O tempero da "Carne Legal"». contasabertas.uol.com.br. Consultado em 31 de julho de 2010[ligação inativa]
- ↑ «Proposta para uso das sementes Terminator partiu da então deputada Kátia Abreu»
- ↑ «Contra voto aberto, Kátia Abreu briga e interrompe eleição no Senado». Metrópoles. Consultado em 26 de março de 2019
- ↑ «Kátia Abreu levou a pasta». O Antagonista. 1 de fevereiro de 2019. Consultado em 26 de março de 2019
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Precedido por Neri Geller |
Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 2015 – 2016 |
Sucedido por Blairo Maggi |
- Nascidos em 1962
- Pecuaristas de Goiás
- Proprietários rurais do Brasil
- Psicólogos do Brasil
- Ministros da Agricultura do Brasil
- Ministros do Governo Dilma Rousseff
- Deputados federais do Brasil pelo Tocantins
- Senadores do Brasil pelo Tocantins
- Mulheres de Goiás na política
- Naturais de Goiânia
- Alunos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás
- Candidatos à vice-presidência da República do Brasil
- Família Abreu
- Membros do Progressistas do Tocantins
- Membros do Partido Democrático Trabalhista
- Membros do Movimento Democrático Brasileiro (1980)
- Membros do Partido Social Democrático (2011) do Tocantins
- Membros do Democratas (Brasil)
- Sindicalistas do Brasil
- Membros do Progressistas
- Membros do Partido Social Democrático (2011)