Kmara

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Jovens georgianos a portar bandeiras do Kmara durante a Revolução das Rosas em Novembro de 2003.

Kmara (em georgiano: კმარა; "Suficiente!") foi um movimento de resistência juvenil na Geórgia, activo em protestas antes e durante a Revolução das Rosas em Novembro de 2003, a qual derrubou o governo de Eduard Shevardnadze. O movimento, inspirado na ONG sérvia Otpor!, que tinha sido chave na queda do regime de Slobodan Milošević em 2000,[1] os membros do Kmara foram treinados e aconselhados pela influente ONG georgiana Instituto da Liberdade e fundada pelo Instituto da Sociedade Aberta dos Estados Unidos.[2] O movimento era um híbrido dum movimento social e duma ONG virtual, o qual foi altamente bem-sucedido em mobilizar os georgianos jovens, na sua maioria estudantes contra o poder de Shevardnadze. Embora o Kmara esteve aliado com outros partidos da oposição, especialmente o Movimento da União Nacional de Mikheil Saakashvili,[3] o seu comportamento e tácticas não apoiavam nenhum partido, focando-se em criticar a corrupção e os falhanços do regime de Shevardnadze mais do que promovendo algum partido ou político em específico.[4]

Origens[editar | editar código-fonte]

O movimento Kmara imergiu em Abril de 2003. Foi formado por activistas estudantis georgianos que receberam treinamento da organização sérvia Otpor! através do Instituo da Liberdade. O treinamento estava focado em partilhar e experiência sérvia da acção não-violenta e o logo do Kmara era uma cópia quase exacta do do Otpor!.[5]

Tácticas[editar | editar código-fonte]

O Kmara organizou uma rede de células regionais descentralizadas, mas usou métodos efectivos para criar um grande movimento social contra o governo de Eduard Shevardnadze. O membros gravaram graffitis com a palavra "kmara" ("suficiente") em muros, edifícios, ruas e em qualquer lugar até nos lugares mais remotos da Geórgia. Esta divisa foi rápidamente adoptada por aqueles que viam o governo de Eduard Shevardnadze cada vez mais corrupto e decadente. Este esforço foi complementado por manifestações barulhentas e uma campanha agressiva nos meios de comunicação.[4][6] De acordo com um dos co-fundadores do Kmara, Giorgi Kandelaki, "o Kmara foi bem-sucedido em irromper através da apatia social à política, particularmente entre a gente jovem".[7]

Referências

  1. Mitchell, Lincoln A. (9 de maio de 2012). The Color Revolutions (em inglês). [S.l.]: University of Pennsylvania Press. ISBN 0812244176 
  2. Bunce, Valerie J.; Wolchik, Sharon L. (30 de junho de 2011). Defeating Authoritarian Leaders in Postcommunist Countries (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 9781107006850 
  3. Mitchell, Lincoln A. (11 de junho de 2013). Uncertain Democracy: U.S. Foreign Policy and Georgia's Rose Revolution (em inglês). [S.l.]: University of Pennsylvania Press. ISBN 0812202813 
  4. a b Mitchell, Lincoln A. (2009). Uncertain democracy: U.S. foreign policy and Georgia's Rose Revolution. Philadelphia: University of Pennsylvania Press. pp. 53–54. ISBN 0812241274 
  5. Rosenberg, Tina (2011). Join the Club. How Peer Pressure Can Transform the World. 1st ed. London: Gardners Books. ISBN 1848313004 
  6. Antelava, Natalia (4 de dezembro de 2003). «How to stage a revolution». The BBC News. Consultado em 27 de novembro de 2016 
  7. Kandelaki, Giorgi (2006). Georgia’s Rose Revolution. A Participant’s Perspective (PDF). [S.l.]: United States Institute of Peace. 5 páginas 
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