Saltar para o conteúdo

Língua sererê

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sererê

Seereer

Falado(a) em: Senegal Senegal
Gâmbia Gâmbia
MauritâniaMauritânia
Região: África Ocidental
Total de falantes: 1,4 milhão aproximadamente
Família: Nigero-congolesa
 Atlântico-Congo
  Setentrional
   Senegambiana
    Sererê
Escrita: Alfabeto latino
Regulado por: Centro de Linguística Aplicada de Dacar
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: srr
ISO 639-3: srr

Sererê (seereer) é um grupo de línguas e dialetos falados pelo povo serer, da África Ocidental, no Senegal, no Gâmbia e na Mauritânia.

Classificação

[editar | editar código-fonte]

Sererê é uma das línguas Senegambianas, tendo a característica de mutação de consoantes. Sapir (em 1971) a classificou como uma língua Atlântica semelhante às línguas fulas. [1] Porém, uma largamente citada e errônea leitura de dados feita por Wilson (1989) inadvertidamente a confundiu com a língua uolofe. Segerer (2009, 2010) confirmou as ideias de Sapir. Sererê e fula são mesmo muito relacionadas (compartilham sufixos classificadores de substantivos que não existem nem uma outra língua Atlântica. [2]

Os dialetos são Sererê Sine (o mais importante), Segum, Fadyut-Palmerin, Dyegueme (Gyegem) e Niominca, sendo todos mutuamente inteligíveis.

Nem todos os sererês falam a língua do mesmo nome, Cerca de 200 mil falam línguas Cangines, as quais, pelo fato dos falantes serem da mesma etnia, são consideradas como dialetos do Serer. Porém, não uma há grande relação entre as Cangines e o Serer. Este último é bem mais próximo da língua fula do que das Cangines.

Os Dialetos e suas áreas ão:

  • Serer-Sine; falado em Sine-Saloum, Kaolack, Diourbel, Dacar e outras partes de Senegal.
  • Serer-Safen; falado no sudeste de Dacar.
  • Serer-Ndut; falado em Mont-Roland, uma área a noroeste de Thiès e em Biffeche, no Rio Senegal.
  • Serer-Noon; falado nos arredores de Thiès.
  • Serer-Palor; falado em uma pequena área entre Rufisque e Thiès.
  • Serer-Lehar; falado em uma pequena área a norte de Thiès.

Todas as línguas sererês exceto serer-sine (a maior) são classificadas no grupo das línguas cangin.

A maioria dos falantes do sererê também fala uolofe, a língua dos uolofes, como segunda língua, e aqueles que vivem na cidade tendem a ter o uolofe como primeira língua.

A língua é escrita tanto numa versão do alfabeto latino como numa versão da escrita árabe.

Consoantes
Labial Alveolar Palatal Velar Uvular Glotal
Nasal m n ɲ ŋ
Plosiva p
 
b
ᵐb
t
 
d
ⁿd
c
 
ɟ
ᶮɟ
k
 
g
ᵑɡ
q
 
 
ᶰɢ
ʔ
 
Implosiva ɓ̥ ɓ ɗ̥ ɗ ʄ̊ ʄ
Fricativa f s x h
Aproximante Lateral j w
l
Vibrante ɾ

Algumas saudações em sererê

[editar | editar código-fonte]

As seguintes saudações e frases são faladas na maioria das regiões do Senegal onde vivem os falantes do serer.

Nam fi'o? (pronúncia, nam feeyoh) = Onde você está? - Resposta = mexe meen (pronúncia, may hay men) = Estou aqui.

Ta mbind na? (pronúncia, tah mbind nah) = Como está sua família? - Resposta = Owa maa (pronúncia owa maa) = Está bem.

Na cultura senegalesa, saudações são muito importantes. Às vezes, moradores das vilas podem passar vários minutos cumprimentando uns aos outros.

Amostra de texto

[editar | editar código-fonte]

Em escrita latina Ween we naa ñoowaa na ’adna, den fot mbogow no ke war na ’oxu refna na den ’a jega ’o ngalaat ’umti yiif ’um, le mbarin o meƭtowtaa baa mbaag ’o ñoow den fot no fog.

Em escrita árabe

وࣹينْ وࣹ ݧُووَا نَ اَدْنَ، دࣹنْ فࣷتْ مبࣷگࣷوْ نࣷ کࣹ وُر نَ اࣷخُ رࣹفْنَ نَ دࣹنْ اَ جࣹگَ اࣷ نگَلَاتْ اُمْتِ يِيفْ اُمْ، لࣹ مبَرِنْ اࣷ مࣹࢣࣷوْتَا بَا مبَاگْ اࣷ ݧࣷووْ دࣹنْ فࣷتْ نࣷ فࣷگْ.‎

Português

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Eles são dotados de razão e consciência e devem agir uns para com os outros num espírito de fraternidade. (Declaração Universal dos Direitos Humanos – Artigo 1º)

Referências

  1. Sapir, David, 1971. "West Atlantic: an inventory of the languages, their noun-class systems and consonant alternation". In Sebeok, ed, Current trends in linguistics, 7: linguistics in sub-Saharan Africa. Mouton, 45–112
  2. Guillaume Segerer & Florian Lionnet 2010. "'Isolates' in 'Atlantic'" Arquivado em 31 de março de 2012, no Wayback Machine.. Language Isolates in Africa workshop, Lyon, Dec. 4
  • Fall, Papa Oumar (2013). «The ethnolinguistic classification of Seereer in question.». in Africa: Challenges of Multilingualism, ds Altmayer, Claus / Wolff, H. Ekkehard, Peter Lang, Francoforte, Berlim, Berna, Bruxelas, Nova Iorque, Oxford: 47–60 
  • McLaughlin, Fiona (1994). «Consonant mutation in Seereer-Siin». Studies in African Languages. 23: 279–313 
  • McLaughlin, Fiona (2000). «Consonant mutation and reduplication in Seereer-Siin». Phonology. 17: 333–363. doi:10.1017/S0952675701003955 
  • Mc Laughlin, Fiona (2005), «Voiceless implosives in Seereer-Siin», Journal of the International Phonetic Association, 35 (2): 201–214, doi:10.1017/S0025100305002215 
  • Crétois, L. (1972). Dictionnaire sereer-français (différents dialects) (em francês). Dacar: Centre de Linguistique Appliquée de Dakar 
  • Fal, A. (1980). Les nominaux en sereer-siin: Parler de Jaxaaw (em francês). Dacar: Nouvelles Editions Africaines 
  • Senghor, L. S. (1994). «L'harmonie vocalique en sérère (dialecte du Dyéguème)». Journal de la Société des Linguistes (em francês). 14: 17–23 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]