Raça lapã

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Homem lapão

A raça lapã (ou tipo lapão),[nota 1] também conhecida como lapídea, laponoide, hiperbórea, sami ou protoasiática ocidental, foi um conceito racial da antropologia física, utilizado historicamente para descrever uma população associada por vezes à chamada raça caucasiana, por vezes à mongoloide, e por vezes como uma raça à parte. Os exemplares mais típicos se encontrariam no povo lapão.

A percepção das individualidades físicas dos lapões é de longa data, sendo um tema frequente inclusive nas sagas nórdicas, enquanto o conceito de uma raça lapã típica mas conceitualmente distinta do povo lapão se desenvolveu em algumas das primeiras classificações modernas, como de Bernier e Erxleben. Já no contexto da Guerra Franco-Prussiana, contemporânea à ascensão do racismo científico, a suposta influência racial lapã foi utilizada por franceses como De Quatrefages como forma de desqualificar o Reino da Prússia, com Rudolf Virchow como maior promotor da tese oposta. Com o avanço da antropologia, a posição dos lapões em uma classificação universal (e em especial a questão de sua afiliação caucasoide ou mongoloide), a influência de sua linhagem na população europeia como um todo e a relação com outros tipos europeus (mais notavelmente o alpino) foram estudadas por autores como Ripley, Czekanowski, Eickstedt e Coon. Elucidações mais recentes e cientificamente precisas, pertinentes à modernização da antropologia física, foram obtidas com o uso da serologia e da genética.

A chamada raça lapã é destacada entre todas as outras por sua excepcionalmente baixa estatura e acentuada braquicefalia. A cabeça teria formato ovoide ou globular, com mandíbula e dentes pequenos, que fariam a face, também pequena, parecer maior. O nariz seria pequeno e retraído, mas relativamente largo. Entre os representantes mais antigos, os cabelos seriam de um tom castanho escuro, a pele, amarelada, e os olhos, escuros, mas em geral se admitiu certa variedade desenvolvida por adaptação e misturas. Apesar de seu território tradicional ser a epônima Lapônia, a percepção de influências, misturas e subtipos foi relevada por diversos autores ao longo de diversas regiões europeias, de diferentes formas.

História[editar | editar código-fonte]

Primeiras observações[editar | editar código-fonte]

Xilogravura do século XVI, representando lapões carregando um barco

Antes mesmo de o conceito de raça lapã ser estabelecido enquanto gênero em sistemáticas universais como algo distinto do povo lapão enquanto unidade cultural, as individualidades físicas deste povo já causavam impressões naqueles com os quais se relacionavam. As sagas nórdicas, por exemplo, frequentemente se referem a eles como finnar, atribuindo-lhes o estereótipo de um povo escuro de rosto largo e hábitos nomádicos habitantes do extremo norte da Escandinávia.[4]

Em 1673, Johannes Schefferus publicou Lapponia, um extenso volume sobre a cultura e história lapãs em que relata como seus correspondentes se impressionaram com a baixíssima estatura dos nativos, descritos como tendo entre três e cinco côvados de altura, apesar de não terem as deformidades típicas dos anões. Também são ressaltadas entre suas características físicas pelas sagas a compleição escura, a cabeça grande com olhos puxados, a barba rala mas comum, a falta de força física masculina e a beleza feminina.[5]

Em 1684, o viajante, antropólogo e médico François Bernier, ao buscar empreender uma classificação totalizante da humanidade em raças, estabeleceu quatro de cujas existências tinha certeza: a primeira equivalente aos caucasianos, a segunda aos negros, a terceira aos amarelos, e a quarta aos lapões, descritos como "animais vis", com o rosto "assustador, como de um urso".[6] Ainda em sua juventude, Carlos Lineu empreendeu expedição científica à Lapônia, publicando seus resultados em 1732. Ainda que o foco de sua viagem não tenha sido antropológico, Lineu se mostrou impressionado com a habilidade física dos lapões, descrevendo-os como ágeis, leves, encurvados e flexíveis.[7]

Em 1777, Johann Christian Erxleben, ao fazer uma classificação do Homo sapiens, argumentou como subespécies asiaticus, europaeus, afer, americanus, tatarus e lappo, este último descrito como pequeno, claro, musculoso, claro e de crânio grande, sendo localizado no norte da Eurásia e da América do Norte,[8] de forma a incluir, além dos lapões, esquimós e povos indígenas da Sibéria. Em 1808, Johann Friedrich Blumenbach, buscando classificar a humanidade conforme suas características craniológicas, isolou características propriamente lapãs, agrupando-os na mesma categoria que os chineses.[9] Em 1829, por fim, Johann Baptist Fischer criou a terminologia do Hyperboreus explicitamente para referir-se coletivamente a lapões, esquimós e povos indígenas da Sibéria, dividindo com chineses a terminologia do Homo Scythicus, e como sinônimo declarado do Homo lappo de Erxleben e dos já referidos crânios lapões de Blumenbach.[10]

Antropologia fenotípica[editar | editar código-fonte]

No contexto da Guerra Franco-Prussiana e das rixas entre alemães e franceses, contemporâneas à ascensão do racismo científico, a suposta racialidade lapã foi utilizada por estes como forma de desqualificar aqueles. Esta tese foi primariamente levantada pelo naturalista francês De Quatrefages, que argumentou em seu livro de 1871 Le Race Prussienne que o principal componente racial entre os alemães da Prússia não seria teutônico, mas sim lapão, aproximando-os dos finlandeses e russos e buscando excluí-los coletivamente do fundo genético comum europeu, condenando-os deterministicamente ao barbarismo. Esta tese provocou reações inflamadas por parte de alemães como Rudolf Virchow, alimentando o nordicismo nascente e levando o Império Alemão a estabelecer censos de cores dos cabelos e dos olhos, a fim de refutar a tese de De Quatrefages, crescentemente popular entre os franceses.[11][nota 2]

O volume do segundo semestre do décimo-terceiro ano da revista La Nature (1885) trouxe um primeiro estudo antropométrico aprofundado dos lapões, pelo príncipe Roland Napoléon Bonaparte.[13] Já em 1889, em breve dissertação buscando classificação física de todos os povos do mundo na revista da Sociedade de Antropologia de Paris, Joseph Deniker definiu a raça lapã como uma sub-raça uralo-altaica ou turco-finlandesa, diferenciando-se da "finlandesa ocidental" por ser mais escura (mas tendo, como esta, nariz retraído e braquicefalia), e ambas se diferenciando da "turca" e da "úgrica" por estas terem nariz reto robusto.[14] Em seu mais amplo Les races de l'Europe de 1899, identificou a influência lapã ou finlandesa ocidental como provável componente considerável na formação das populações massivamente mesocéfalas de certas regiões escandinavas, como a Herdália.[15]

Em obra de 1899 condensando seus estudos sobre o que definiria a suposta raça ariana, Vacher de Lapouge atribuiu coletivamente aos lapões e samoiedos a nomenclatura binomial de Homo hyperboreus, identificando sua espécie com os restos encontrados em sepulturas e dólmens neolíticos na região da Lapônia e crânios espalhados pela Escandinávia, Bélgica e norte da Rússia, e caracterizando-a como uma raça inferior.[16] Ainda, assim como Deniker, identifica a influência laponoide como havendo contribuído para a frequente braquicefalia nas costas norueguesas.[17]

Ainda no mesmo ano, William Z. Ripley publicou seu notório The races of Europe, em que não apenas reafirmava o forte substrato lapão na Escandinávia[18] e a pertença dos samoiedos à raça lapã,[19] mas também argumentou por uma forte presença laponoide em toda a Europa pré-indo-europeia, especialmente evidenciada entre os bascos e bretões, que teriam significativos traços lapões em sua antropometria.[20] Adicionalmente, postulou que seria possível mesmo que um linguista encontrasse semelhanças estruturais entre a extinta língua etrusca da Itália e as línguas lapônicas.[21][nota 3]

Esquema racial de Czekanowski, no qual laponoides (λ) são apresentados como formas ancestrais de alpinos (ω), subnórdicos (γ) e o "tipo das casas em estaca" (β)

Jan Czekanowski, usando seu até hoje influente método de clustering multidimensional,[23] classificou em 1928 os europeus em quatro raças básicas: três caucasoides (nórdica, íbero-insular e armenoide) e uma mongoloide. A mistura do laponoide com nórdicos, íbero-insulares e armenoides respectivamente resultaria em subnórdicos, o tipo das casas em estaca (em alemão: Pfahlbautypus) e o dinárico.[24] Em 1939, Carleton S. Coon criticou esta esquematização, apontando que Czekanowski e Eickstedt errariam em identificar os exemplares mais típicos da raça alpina como laponoides e que a apropriação do termo para supostas misturas de nórdicos com armenoides seria absurda, seguindo uma tradição de descaracterização terminológica da qual Günther partilharia.[25] Parcialmente acolhendo a crítica na terceira edição de seu manual Człowiek w czasie i przestrzeni, Czekanowski inverteu as definições de dinárico e alpino, tomando este como mistura de armenoide e laponoide, e aquele como de nórdico e armenoide.[26]

Na sistemática racial de seu extenso Rassenkunde der Menschheit de 1934, Egon von Eickstedt caracterizou os lapões como Homo sapiens lappo, um subtipo e forma arcaica da raça alpina, subdivisão do "cinturão das raças montanhesas" a quem o nome latino Homines sapientes albi brachimorphi é atribuído, enquanto o alpinídeo típico seria chamado "alpinídeo ocidental" (Homo sapiens cevenolicus, remetendo a terminologia de Deniker). Desta forma, não seriam mongoloides, mas sim, uma variedade caucasoide arcaica,[27] perspectiva aderida por Henri-Victor Vallois,[28] mas criticada por Andreas Vonderach.[29]

Ao reescrever o magnum opus de Ripley em 1939, Carleton S. Coon dedicou um capítulo à análise da raça lapã, em que, baseado nos estudos sobre osteologia sami de Kristian Schreiner, descreveu-os como uma transição entre caucasoides e mongoloides que retiveram mongoloidismos adquiridos durante o último máximo glacial, provavelmente separando-se das populações que se especializaram em caucasoides e mongoloides mais típicos no oeste da Sibéria, especificamente durante a regressão glacial de Laufen, fase morna da glaciação de Würm. Coon apontou diferença conceitual entre o povo lapão e a raça lapã, citando exemplos tanto de populações originalmente não-lapãs absorvidas pela cultura sami como de populações racialmente lapãs incorporadas a outras culturas, mais notavelmente os noruegueses da Noruega Setentrional. Formas transicionais entre laponoides e caucasoides mais típicos, segundo Coon, poderiam ter contribuído para a braquicefalia e grande largura ocular encontrada no sul da Rússia e na Polônia do Neolítico em diante.[30][nota 4] Mais tarde, em The Origins of Races (1962), apontou que novas pesquisas indicariam a afiliação caucasoide dos lapões, apontando que a ausência de adaptação hemodinâmica em suas mãos em reação à água fria era consistente com caucasoides, e não com mongoloides.[32]

Renato Biasutti, em seu compêndio Razze e popoli della terra (1941), dividiu os europoides (caucasoides) em três grupos: europídeos (mais típicos), pré-europídeos (ainus e urálicos, grupos anteriores à especialização do Cro Magnon) e lapídeos, sendo esta a especialização própria dos lapões.[33] Com base em Viktor Bunak e Vojtĕch Suk, descreve supostas formas deste na Europa Oriental.[34]

Em Geographische Anthropologie (1967), Bertil Lundman também empreendeu uma breve análise do tipo lapídeo, dividindo o entre uma variedade meridional (também chamada samídea ou escandolapídea) propriamente caucasoide e uma oriental, de tendências mais mongoloides.[35] O escandolapídeo em particular é classificado dentro do "grupo racial" caspídeo ou sudoestino da raça capital (em alemão: Hauptrasse) europídea, com crânios altos, sendo especificado como tendo corpo borealizado (adaptado ao frio) e rosto infantil, assim como os alpinos orientais, mas apresentando serologia marcadamente distinta destes.[36] Por análise craniológica e serológica, Lundman associou os ancestrais dos lapões a povos que ocupavam os Cárpatos Ocidentais durante a Era do Gelo.[37]

Análise genética e serológica[editar | editar código-fonte]

Distribuição do haplogrupo N pela Eurásia

O avanço da serologia e da genética permitiu resultados mais objetivos sobre a origem e afiliação dos lapões, assim como, contemporaneamente às mudanças de perspectiva sobre a possibilidade de se falar em raças humanas, alterou radicalmente a perspectiva da antropologia física de classificações perigosamente tendenciosas baseadas em características físicas visualizáveis para estes métodos mais científicos e objetivos.[38]

Os estudos de Lars Beckman, por exemplo, foram reveladores em demonstrar a dissimilitude genética entre os lapões e os povos modernos da Ásia, apesar de não serem suficientes para negar-se a origem oriental isolada daqueles. Ainda, foram os primeiros a apontar a alta e estranha frequência de sangue especificamente A2 nas populações estudadas,[39] embora Yrjö Suominen já houvesse percebido uma estranha frequência do mais amplo tipo A, pelo que dissera que os lapões teriam um sangue "um pouco mais escandinavo que o dos próprios escandinavos".[40][nota 5]

Seguindo as novas técnicas de serologia comparativa, Sonia Cole concordou com a tese de Schreiner e Coon sobre as origens dos lapões, mas, ainda buscando classificá-los segundo categorias clássicas de raça, argumentou por sua afiliação caucasoide, dada sua alta frequência de sangue do tipo A (e, mais curiosamente ainda, do subtipo A2, chegando a 35%, mais que o triplo de qualquer outra população existente) e sua distribuição tipicamente europeia de antígenos MNS, apesar de uma alta frequência de Rh negativo, antígeno Duffy e sensibilidade à feniltiocarbamida tipicamente asiáticas.[41]

Andreas Vonderach, por sua vez, apesar de baseado nos mesmos dados utilizados por Cole, argumenta que, tanto fenotípica quanto genética e culturalmente, os lapões são estranhos em relação aos outros europeus, sendo mais próximos dos nativos do oeste da Sibéria previamente classificados como mongoloides, com a alta frequência de sangue de tipo A (e especificamente A2) aproximando-os mais de populações europeias mais arcaicas como os bascos e os sardos que de outras populações do continente, mas afastando-se destes por sua alta frequência de Rh negativo.[42] Pela relativa frequência do sangue A2 no centro-oeste da Suécia, Vonderach ainda sugeriu uma ligação entre o tipo sami e a antiga cultura da cerâmica perfurada, assimilada entre os suecos da região.[43]

Em 2004, foi publicado pela Sociedade Americana de Genética Humana o primeiro estudo comparativo em grande escala de haplogrupos do cromossomo Y e do DNA mitocondrial entre os lapões, contando com centenas de amostras destes e milhares da Eurásia ocidental e Sibéria. Foi descoberto que o haplogrupo dominante do cromossomo Y era o N, especificamente em seu clado N3a, associado a populações do norte da Ásia e da Europa Oriental, mas praticamente inexistente na Europa Ocidental, sugerindo uma incursão do oriente. O segundo haplogrupo mais comum, entre um terço da população, é o I, cuja ausência entre samoiedos, mansis e ostíacos, mas frequência na Europa, sugere que represente uma população escandinava ainda mais antiga que os lapões, mas por eles assimilada. [44] Pesquisas de 2006 com ossadas históricas apontaram para uma introdução relativamente tardia do haplogrupo I no fundo genético sami, no século XIV, através de colonos viquingues da Lapônia.[45] O terceiro haplogrupo mais comum é o R, especificamente nos clados R1a (11%) e R1b (4%), representando a assimilação de povos indo-europeus vizinhos além daqueles de haplogrupo I. Os mais raros, por fim, são os J e E, exclusivos de alguns lapões de Quildim, adquiridos pela assimilação mais recente de russos.[46]

Quanto ao DNA mitocondrial, a pesquisa da Sociedade Americana de Genética Humana mostrou frequência e distribuição dominantes dos haplogrupos V e U5b1b1, ausentes entre samoiedos, mansis e ostíacos[47] e comuns na Europa, sugerindo uma comunidade diversificada passando por diversos períodos de efeito de gargalo na estabilização do fundo genético sami. Também um pouco comum é o H1, resultado de misturas mais recentes com populações vizinhas. Os dois haplogrupos mais orientais são Z1 e D5, provavelmente egressos de uma migração do sul dos Montes Urais para a Lapônia pela bacia do Rio Volga, deixando traços pelos povos nativos de toda a região.[48]

Descrição física[editar | editar código-fonte]

Três mulheres lapãs

A raça lapã é descrita como uma das mais baixas do mundo,[49] com Lapouge[50] apresentando uma faixa de altura entre 1.50m e 1.63m, Yrjö Kajava[31] entre 1.52m e 1.61m, Coon[51] uma figura mais atualizada de 1.55m a 1.64m, Hooton de 1.523m a 1.609[52] e Cole[41] estabelecendo uma média de 1.59m. Enquanto as pernas seriam excessivamente curtas, e as mãos e pés pequenos, o tronco e os braços seriam relativamente grandes.[10][51][53][54] O corpo dos lapões apresentaria adaptações especiais para o frio, com a isolação térmica dos órgãos internos mais vulneráveis através de seu padrão anastomótico especializado, uma tática evolutiva de sobrevivência também encontrada entre aborígenes australianos, e, entre os animais não-humanos, entre porcos domésticos do Alasca e focas.[55]

Os lapões são também descritos como extremamente braquicéfalos, tendo um dos maiores índices cefálicos do mundo,[56] a média estimada em 84 por Cole,[57] 85 por Lapouge[58], Biasutti[59] e Baker,[60] e 86-87 pela La Nature,[61] com Kajava[31] apontando uma faixa entre 81 e 87 e Vallois[62] crendo que poderia ultrapassar 88. A cabeça seria relativamente grande, mas absolutamente ainda pequena,[9] e teve o formato descrito como ovoide ou globular,[14][51][58] com uma testa pequena.[31] A mandíbula seria baixa e pequena, com queixo recessivo e dentes pequenos, mas havendo grande distância bigonial,[53][57][59][63] e o mento pontudo.[9] O rosto da "raça lapã" seria pequeno e estreito em relação ao crânio, mas aparentando ser grande se comparado com a pequena mandíbula ortógnata,[64][65] sendo marcado por zigomas proeminentes[9][31] e caixa craniana bastante arredondada, exceto na parte anterior, com uma descida abrupta até o occipital.[60] Os olhos seriam pequenos, puxados, profundos, com pálpebra retraídas, e, nos indivíduos tidos como mais puros e originais, sempre escuros, apesar de haver certa variação considerando-se os de origem mista.[10][53][66] O nariz seria pequeno e retraído, mas relativamente largo, apresentando base maior que o de outros europeus[31][53][57][63] e arrebitamento.[59] A razão média entre largura e altura do nariz seria de 74.59% entre os homens e 73.64% entre as mulheres, segundo estudo da La Nature.[61] A boca é descrita como grande pela La Nature.[67]

Apesar de o povo lapão ter sido reconhecido pelos povos vizinhos por suas barbas não aparadas, são igualmente descritas como falhas,[68] e de fato antropólogos físicos observaram que, apesar da setentrionalidade, o potencial de crescimento de pelos corporais dos lapões seria pequeno.[53][69] Ocasionalmente, apresentariam cabelos crespos,[70] mas mais geralmente lisos.[59] Coon[66] argumenta que a tonalidade de cabelo original seria de um castanho escuro, mas cabelos negros estariam dentro da variedade comum, e as barbas tenderiam a ser mais claras que os cabelos.[71] Cole[57] admite algum grau de blondismo entre indivíduos típicos. Igualmente, Coon[66] aponta a tonalidade amarela acinzentada ou marrom amarelada como a mais típica e original, mas tonalidades mais claras integraram sua tipificação por adaptação ou mistura. A La Nature já indicava em 1886 uma predominância de peles claras.[61] Em um estudo comparativo de resultados testes de Ishihara entre várias populações, o oftalmologista Forrest Clements encontrou um índice de 6.3% de deuteranopia entre lapões, apenas mais baixo globalmente que entre todas.[72]

Distribuição e variedades[editar | editar código-fonte]

Apresentação de dança de lapões de Quildim

O território tradicional e típico associado à dita raça lapã é a região epônima da Lapônia, passando pelos territórios setentrionais da Noruega (especialmente Finamarca e monte Tron), Suécia (especialmente Bótnia Setentrional), Finlândia (nas tundras) e Rússia (especificamente a Península de Kola).[57][73][74] Haveria, contudo, variações internas, e a percepção de misturas e variações é mais dispersa ao longo da Europa.

Ao isolar os traços mais típicos e antigos de sua raça lapã, Coon divide a população lapã em dois grupos culturais e raciais: os lapões de rena e os sedentários. Enquanto os lapões nomádicos dedicados ao pastoreio de renas, em geral mais orientais, preservariam os traços mais puros da estirpe original, os sedentários dedicados à pesca e geralmente mais ocidentais já mostrariam variações derivadas de adaptações e misturas com a população nórdica.[75] Egon von Eickstedt, adepto da promoção nazista de "higiene racial", alegava que estes mestiços adquiriam deformidades e doenças com frequência, além de ter "habilidades espirituais" diminuídas.[76]

Bertil Lundman, em seu Nordens rastyper (1940), definiu duas raças distintas associadas a lapões da Escandinávia: a escandolapã e a lapã setentrional, esta associada ao nordeste da Lapônia, guardando mais semelhanças com os samoiedos. Enquanto escandolapões teriam um índice cefálico médio de 87 e uma razão altura-largura do crânio de 77, estes índices seriam respectivamente de 81 e 68 nos lapões setentrionais, mostrando traços menos acentuados. O rosto dos lapões setentrionais, contudo, seria ainda mais arredondado e achatado que o dos lapões setentrionais, com nariz mais deprimido, testa mais estreita e íngreme e queixo e pigmentação mais fortes.[77]

Ainda mais a oriente, alguns autores perceberam variações significativas entre os lapões de Quildim, concentrados em Kola, e os da Escandinávia. Ripley atribuiria seu índice cefálico médio inferior, estimado por David Zolotarev em 82.8, à mistura com outros nativos fínicos, como os samoiedos.[74][78] Vonderach também detectou influência "mongoloide" extra nos falantes de Quildim, que também percebeu terem olhos mais puxados.[79]

Viktor Bunak fez uma classificação mais ampla da raça lapã, investigando sua amplitude, variações e misturas. Bunak chama a dita raça lapã lato sensu de "protoasiática ocidental", dividindo-a entre uma variedade mais típica, própria dos lapões ("protoasiática ocidental escandinava") e uma de traços atenuados e mesocéfala transitória para os fínicos do Volga típicos, chamada "sub-lapã" ou, em homenagem aos dois rios entre as quais se concentrava, Viatka-Kama.[80] Bunak ainda aponta que haveria alguns tipos entre o sub-lapão e o "grão-russo central", uma variedade báltica oriental que descreve.[81] O tipo de Vologda-Costroma seria uma mistura do grão-russo central com o sub-lapão, sendo, por isto, mais escuro e braquicefalizado que outros bálticos.[82] O tipo de Tcherepovets seria ambíguo entre o grão-russo central e o sub-lapão, exigindo, para o autor, ulteriores estudos.[83] O tipo da Volínia, por fim, seria basicamente grão-russo central, mas Bunak supõe que poderia ser mais escuro por influência sub-lapã.[81] Vojtĕch Suk também identificou um tipo laponoide de baixa estatura no leste da Transcarpátia.[84]

Estudos baseados nos marcadores genéticos identificados por Lars Beckman indicaram que entre um quarto e um terço dos habitantes dos condados de Norrbotten e Västerbotten teriam origem sami.[85] Outras populações citadas por antropólogos físicos como tendo contribuição racial lapã incluem zirianos,[74] finlandeses (especialmente habitantes do norte e leste da Finlândia),[86] certos povos da França (especificamente montanheses,[87] bascos e bretões),[88] poloneses[89] e os antigos etruscos[90] e proto-eslavos.[91]

Notas e referências

Notas

  1. A ideia de raças humanas é cada vez mais evitada para a conceituação da variação física humana por sua equivalência com o cientificamente impreciso conceito de subespécie, tampouco coincidindo com o conceito de etnia.[1] Em geral, autores relativamente mais tardios de antropologia física tenderam a preferir a terminologia de "tipos" humanos introduzida por Ilse Schwidetzky, de forma a afastarem-se de implicações racistas científicas.[2] Hoje, o consenso dos antropólogos físicos é de que as classificações raciais históricas não representam a biodiversidade humana e moveram-se por interesses políticos e viés racista.[3]
  2. Comentando a controvérsia posteriormente, Ripley argumentou que ambos estavam certos em alguns aspectos: embora De Quatrefages tenha acertado em apontar afinidade entre prussianos e finlandeses, ambos estariam bastante distantes dos lapões.[12]
  3. Contudo, não há qualquer evidência de parentesco entre o etrusco e línguas urálicas como as lapônicas, apesar de o linguista Mario Alinei ter afirmado o oposto estritamente com base na análise combinatória de dados parciais.[22]
  4. Esta opinião ecoa a de Carl Heinrich Stratz, que também argumentava que os lapões seriam o remanescente de uma raça indiferenciada ancestral de ambos caucasoides e mongoloides.[31]
  5. Bertil Lundman também calculou frequência impressionantemente baixa do alelo sanguíneo q.[35]

Referências

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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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