Laurent Filipe
Laurent Filipe | |
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Informação geral | |
Nome completo | Laurent Waegeli Sinde Filipe |
Nascimento | 1962 (57 anos) |
Origem | São Paulo |
País | ![]() |
Gênero(s) | Rock, Blues |
Instrumento(s) | Trompete |
Período em atividade | 1977 – actualmente |
Laurent Waegeli Sinde Filipe mais conhecido por Laurent Filipe[1] (São Paulo, São Paulo, 1962) é um músico, musicólogo, compositor e produtor, mais propriamente trompetista e também ator. É filho do actor José Sinde Filipe e de sua mulher Françoise Elsy Waegeli.
Índice
Biografia[editar | editar código-fonte]
Filho de pai português e de mãe suíça, Laurent Filipe nasceu a 6 de Setembro de 1962, na cidade de São Paulo, Brasil. A carreira artística dos pais (Sinde Filipe e Françoise Ariel), ambos actores de teatro, cinema e televisão, levou Laurent até Espanha, Suíça e Portugal, onde vivia quando se deu a Revolução de Abril de 1974. Dividido entre a paixão pela pintura e pela música, cedo compreendeu que teria que fazer uma escolha. Aos quinze anos enveredou por uma via semi profissional como trompetista, gravando e recebendo os primeiros “cachets”. Tinha 17 anos quando pisou o palco do histórico festival internacional “Cascais Jazz”, em 1979. Certo de que aquele seria o caminho a seguir, comprometeu-se a terminar o Baccalaureat de Letras do ensino francês. Iniciou a década de 80 com a partida para os EUA, onde se licenciou (cum laude) em Composição e Teoria musical pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Kansas (1985). Como bolseiro e a convite do prestigiado Berklee College of Music de Boston prosseguiu e concluiu estudos de pós graduação (cum laude) em Composição para cinema, em 1987.
Da famosa escola “Taller de Musics” de Barcelona surgiu então o convite para leccionar. Em 1989 Laurent partiu para Barcelona futura capital Olímpica. A enorme “Movida” cultural que atravessava Espanha levou-o ao Festival Internacional de Guexto em 1990, onde ganhou simultaneamente o prémio de melhor solista e de melhor grupo. Grava então o seu primeiro CD “Laura” e dá inicio a uma intensa actividade como concertista e artista convidado, pela Europa e EUA, onde irá manter uma base de residência até 2001.
A pretexto da “Capital da Cultura” em 94 Laurent regressa a Lisboa. Desenvolve e apresenta inúmeros projectos musicais e editoriais. Entre diversas iniciativas empresariais funda em 1996 o Restaurante Bar “Speakeasy”, local de referência cultural da Lisboa dos anos ´90. Alarga as actividades musicais e empresariais para a Expo 98 e para o ramo audiovisual, com a empresa Nuvem Eléctrica. Com o 11 de Setembro de 2001 renuncia ao projecto de regressar aos EUA. Prossegue pela Europa, Ásia e África uma actividade como concertista e conferencista. Participa como actor em telenovelas e teleséries. Regressa ao ensino como professor da Escola Superior de Musica e Artes do Espectáculo do Porto, onde permanecerá até 2009. Surge então o convite da Produtora Fremantle e canal SIC para integrar o júri da 3ª e 4º edições do ultra-mediático concurso televisivo “Ídolos”. O concurso torna-se líder de audiências e traz a Laurent Filipe a popularidade e simpatia do grande público. A “LFProduções” é fundada em 2010, ano em que Laurent recebe o convite para o cargo de director geral do “Musibéria Centro Internacional de Musicas e Danças de Raiz Ibérica, em Serpa”. O desenvolvimento, coordenação e gestão do projecto requer uma actividade intensa no sector das parcerias nacionais e internacionais, a par de uma administração criativa, capaz de contornar o período de crise. Com uma vasta discografia a nome próprio, Laurent continua a colaborar como artista convidado de figuras marcantes tais como Mariza, Rui Veloso ou Carlos do Carmo. Mantém uma actividade como conferencista, produtor e gestor de projectos. Reside em Lisboa. Criou e integra os seguintes grupos: "Duo Iberia" (com o pianista espanhol Pedro Sarmiento), "Tributo a Chet Baker", "The Song Band", "Sexteto Mingus e Mais "," Flick Music "(trilhas sonoras de filmes) e" Swing City Orchestra ", dedicado à música de abertura da 30's e 40's.
Laurent mantém uma actividade regular como compositor, produtor, professor, arranjador e instrumentista em Portugal e no estrangeiro.
Casou em 2006 com a apresentadora e actriz Paula Castelar (Lisboa, 30 de Novembro de 1964), filha do radialista Rui Castelar.
Notas biográficas[editar | editar código-fonte]
- Começou a tocar e gravar em Portugal aos quinze anos de idade. Licenciou-se em Teoria e Composição Musical pela Universidade de Kansas (E.U. A.) em 1985 e obteve uma pós graduação em Composição Musical para Cinema pela Berklee College of Music (E.U. A) em 1987.
- Estudou com os trompetistas Dr. Roger Stoner, Greg Hopkins, e participou em seminários de Wynton Marsalis.
- Actuou como líder do seu próprio grupo e como “sideman” em diversos clubes e festivais de jazz nos E.U. A., Europa (nomeadamente, o Festival Internacional “Cascais Jazz ‘79”) África e Asia.
- Participou em sessões com figuras marcantes do jazz tais como: Jimmy Mosher, Aldo Romano, Tete Montoliu, Carles Benavente, Maceo Parker, e o lendário baterista Walter Perkins, entre muitos outros. Apareceu frequentemente como convidado especial de artistas como Mariza e Rui Veloso.
- Recebeu o prémio “Art Farmer Performance Award” (E.U. A. 1985), o prémio de “Melhor Solista 1990” no Festival Internacional de Jazz de Guetxo (Espanha), onde o seu grupo recebeu também o prémio de” Melhor Grupo”. Em 1996 foi-lhe atribuído o prémio “Melhor Músico de Jazz” pelo programa “Cinco Minutos de Jazz, RDP”, Primeiro prémio do concurso CAAM de composição de fados e canções SPA 2008.
- Colaborou activamente como compositor e instrumentista na “ Olimpiada Cultural Barcelona ‘92”,“Madrid Capital da Cultura”e “Lisboa Capital da Cultura’94”, “Expo’98” e “Porto 2001”.
- É autor de um extenso reportório nos campos da música tradicional, contemporânea (incluindo obras para o “Grupo de Metais do Seixal”, “Remix Ensemble” e “Opus Ensemble”), jazz e Afro-Cubano. Compôs a banda sonora do documentário “City at Night” (E.U. A.), a longa metragem “Porto Santo”, o espectáculo multimédia “Quadrofonia do Tempo” e música para teatro que inclui as obras tais como “Sebastião o Menino Rei”, encomendada pela Expo’98. “Augaciar, Viagem ao Fim do Milénio”, o musical “Mulheres ao Poder”, etc.
- Trabalha actualmente com as seguintes formações, das quais é autor: “Duo Iberia”, “Homenagem a Chet Baker”, “The Song Band”, o sexteto “Mingus e Mais”, o quarteto “Flick Music” (música de filmes) e a “Swing City Orquestra”, orquestra que já serviu de suporte a Rui Veloso.
- Colaborou com a Galp Energia na campanha de apoio à Selecção Portuguesa de Futebol para o Campeonato do Mundo de 2010. Para o efeito, Laurent Filipe criou e dirigiu a “Orquestra das Vuvuzelas”. A vuvuzela é um instrumento musical, de origem sul-africana, usado pelos adeptos de futebol nos jogos.
Como autor/produtor/compositor[editar | editar código-fonte]
- "Laura", Numérica 1992
- "Divertimento" (Duo Iberia), Numérica 1993
- "Ad Lib Vol 1", Groove-Movieplay 1995
- "Poemas de Fernando Pessoa", LFP 1997
- "Mulheres ao Poder" Um musical, LFP 1002, 1999
- "Dos" (Duo Iberia) inclui a participação de Misia, New Discoveries Records, ndrecords
- "A Tribute to Bessie Smith" com Jacinta, EMI-Blue Note, 2003, (www.jacintaportugal.com)
- "A Luz", Clean Feed Records CFO26, 2004
- "East of the moon" - Duo Iberia, 2006, Numérica, 2006
- "Ode to Chet", Som Livre 2006
- “Flick Music”, I Play 2008
- "Poemas de Alexandre O´Neill" 2010 LFP 1006
- "Tanuki Bom Bom" 2011 LFP-Dinalivro
- "Canções e Duetos" Farol Musica 2011
- "Tango Frio" 2013 LFP 1007
- "Poemas de Cesário Verde" 2014 LFP 1008
- "As (im)prováveis" Ugurú-LFP 2017
Como produtor[editar | editar código-fonte]
- "O Render dos Herois" António Vitorino d'Almeida, Numérica 1996
- "O Cancioneiro do Niassa, Canções Proibidas", EMI 1999
Como compositor[editar | editar código-fonte]
- "Folc" Opus Ensemble, EMI Classics 1998
- "Contemporary Portuguese Music", Opus Ensemble, Strauss, 2001
Como "sideman" (discografia parcial)[editar | editar código-fonte]
- "Walking", Orquestra Girassol, 1978
- "Angola Minha Namorada" Waldemar Bastos EMI, 1989
- "Konieck Contemprari Ensemble" Fresh Sound, 1991
- "Viagens" Pedro Abrunhosa, Polgyram, 1993
- "3º Capitulo" Da Weasel, EMI, 1997
- "Passagem" Orquestra Sons da Lusófonia, Movieplay, 1996
- "Simmons 50%" RMS, 1995
- "Quinto Império" Amélia Muge, Sony, 1994
- "Desafinados", Tetvocal, EMI 1995
- "Racismo Não" Fernando Girão, a favor da AMI, EMI/VC 1996
- "Imagens" André Sardet, Polygram Mercury, 1996
- "Nus Teus Olhos" Gil do Carmo, BMG 1998
- "Mátria" Paulo de Carvalho e Ivan Lins, Universal 1999
- "Africa de Todas as Côres" Ze Ze N'Gambi, Numerica 1999
- "Cromatismo Ucraniano" Luis Lapa, Upbeat Records 2000
- "20 Anos de Ar de Rock", Rui Veloso, EMI 2000
- "Dias da Publicidade", Jorge Rivotti, Strauss 2001
- "Ride On", António Mardel, Strauss-Evolution, 2001
...etc.
Crítica[editar | editar código-fonte]
"...la emoción del trompetista LF que, cantando, tradujo brillantemente a su garganta el mismo fraseo elegante ejecutado poco antes sobre los graves de su trompeta."..."a emoção do trompetista LF o qual, cantando, traduziu brilhantemente com a sua garganta o mesmo frazeado elegante, executado pouco antes sobre os graves do seu trompete". Luis Martin ABC Madrid
"LF es un trompeta brillante que no tiene que recurrir a la espectacularidad gratuita para destacar". "LF é um trompetista brilhante que não precisa de recorrer a à espectacularidade gratuita para se destacar". Jesus Moreno in Diario del Altoaragón
Um remarquable quintete où s'illustre l'art tout à fait étonnant (et hard bopien) du très prometteur trompettiste Laurent Filipe".
"Um quinteto notável onde se ilustra a arte absolutamente surpreendente (e hard-bopiana) do muito promissor trompetista Laurent Filipe."
in Ecouter Magazine
A propósito de "Laura" "Um jovem músico que se prepara para soprar os ventos da música portuguesa, um acorde puro daquilo que pode ser um novo Jazz...Laurent só faz sair a sua imensa capacidade inventiva e criativa..." Anabela Martins da Cruz, in Diário de Noticias
"A propósito do "Trio Homenagem a Chet Baker" ..."a voz própria da trompete-jazz portuguesa nos tempos que correm" Manuel Carvalho, in Público edição Porto
A propósito do "Duo Iberia" "Con una formación insólita, el Duo ofereció una de las actuaciones mas subyugantes que recordamos....musica del más alto nivel creativo imaginable" "Com uma formação insólita, o Duo ofereceu uma das actuações mais dominantes de que há memória...musica do mais alto nível creativo imaginável". António Sanchez,in Jazzred
Laurent Filipe y Pedro Sarmiento hicieron la música más grande de todo el festival. Las ideas iban como rayos de trompeta a piano y viceversa, en un intercambio casi fisico de energia." Laurent Filipe e Pedro Sarmiento fizeram a "maior" música de todo o Festival. As ideias seguiam como raios da trompete ao piano e vice versa, num intercâmbio de energia quase fisico. Federico Gonzalez, in El País
A propósito de "Ad Libitum" "O que sobresai do som da orquestra deverá ser mesmo a sua coesão e cumplicidade... Ad. Libitum demonstra a OrquestraSom do Mundo como uma grande banda". Leonel Santos in DNCompacto
Trabalhos como actor[editar | editar código-fonte]
- Padre Simão em Casos da Vida (episódio O Pedido), TVI 2008
- Vasco Peres em Deixa-me Amar, TVI 2007-2008
- Jean Pierre Martin em O Olhar da Serpente, SIC 2002
- Alvaro Castilho em Os Nossos Dias, RTP 2015
- Emídio em As Poderosas, SIC 2015
- José Monteiro em Coração D' Ouro, SIC 2016
- Bill White em A Única Mulher, TVI 2016
- Paulo Mascarenhas em A Rainha das Flores, SIC 2016
- Afonso Freitas Mesquita em O Sábio, RTP 2017
Referências
- ↑ «Certidão de lista de associadas da Audiogest» (pdf). IGAC/Ministério da Cultura. 25 de julho de 2007. Consultado em 11 de Janeiro de 2014. Cópia arquivada (PDF) em 24 de Dezembro de 2013