Lavagem vaginal

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Lavagem vaginal, irrigação vaginal ou duche vaginal é a lavagem do canal vaginal com água ou com uma solução de água e antisséptico através de um dispositivo próprio. Os praticantes alegam evitar odores desagradáveis e infecções vaginais.

No entanto, a sua realização aumenta o risco de infecções vaginas, risco esse que é aumentado com uso de surfactantes, que são substâncias presentes em sabão, detergentes e que normalmente estão presentes sabonetes íntimos.[1] Por este risco recomenda-se somente a lavagem superficial da vulva com água, evitando que a água seja lançada em jatos fortes.

A lavagem vaginal altera a flora, o pH e a mucosa vaginal, o que pode levar a redução na defesa contra infecções sexualmente transmissíveis,[1] como observado no aumento na transmissão do vírus HIV-1[2] e DSTs em profissionais do sexo[3] relacionados à prática da lavagem.

Ao contrário do que se pensa, a lavagem também não previne corrimentos. A eliminação da flora normal pode favorecer o crescimento de bactérias patogênicas anaeróbicas como Gardnerella vaginalis, Prevotella sp. e Mycoplasma hominis.[4] Todas causam a vaginose bacteriana, que está associada a complicações na gravidez, doença inflamatória pélvica e causa os corrimentos vaginais.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b W. Steven Pray; Joshua J. Prey. Douching: Perceived Benefits But Real Hazards. U.S. Pharmacist Sep 2004
  2. McClelland RS; Lavreys L; Hassan WM; Mandaliya K; Ndinya-Achola JO; Baeten JM. Vaginal washing and increased risk of HIV-1 acquisition among African women: a 10-year prospective study. AIDS. 2006; 20(2):269-73
  3. Wang B; Li X; Stanton B; Yang H; Fang X; Zhao R; Dong B; Zhou Y; Liu W; Liang S. Vaginal douching, condom use, and sexually transmitted infections among Chinese female sex workers. Sex Transm Dis. 2005; 32(11):696-702
  4. Iannacchione MA. The vagina dialogues: do you douche? Am J Nursing. 2004;104:40-45