Lavras da Mangabeira

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Lavras da Mangabeira
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Lavras da Mangabeira
Bandeira
Brasão de armas de Lavras da Mangabeira
Brasão de armas
Hino
Gentílico lavrense
Localização
Localização de Lavras da Mangabeira no Ceará
Localização de Lavras da Mangabeira no Ceará
Localização de Lavras da Mangabeira no Ceará
Lavras da Mangabeira está localizado em: Brasil
Lavras da Mangabeira
Localização de Lavras da Mangabeira no Brasil
Mapa
Mapa de Lavras da Mangabeira
Coordenadas 6° 45' 10" S 38° 58' 19" O
País Brasil
Unidade federativa Ceará
Municípios limítrofes N: Cedro, Icó, Umari; L: Baixio, Ipaumirim; S: Aurora, Caririaçu; O: Granjeiro, Várzea Alegre.
Distância até a capital 434 km
História
Fundação 20 de maio de 1816
Administração
Prefeito(a) Edenilda Lopes de Oliveira Sousa (PMDB, 2009 – 2012)
Características geográficas
Área total 947,957 km²
População total (est. IBGE/2009 [1]) 30,524 hab.
Densidade 33,3 hab./km²
Clima semi-árido
Altitude 239 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000 [2]) 0,636 médio
PIB (IBGE/2005 [3]) R$ 60.845 mil
PIB per capita (IBGE/2005 [3]) R$ 1 932,00

Lavras da Mangabeira é um município brasileiro do estado do Ceará. Localiza-se na microrregião de Lavras da Mangabeira, mesorregião do Centro-Sul Cearense. O município tem cerca de 31 mil habitantes e 993 km².

É a terra natal do músico Nonato Luiz, do poeta e educador Filgueiras Lima.

Etimologia

O topônimo Lavras da Mangabeira é uma alusão a atividade que foi exercida no local, a mineração, e o nome da árvore abundante na região, a mangabeira (Hancornia speciosa). Sua denominação original era São Vicente Ferrer de Lavras de Mangabeira, depois São Vicente das Lavras, Lavras e, desde 1911, Lavras da Mangabeira.[4]

História

Vila de São Vicente das Lavras

As terras localizadas às margens do Jaguaribe-Mirim ou rio Salgado, eram habitadas pelos índios de diversa etnias tais como os Kariri, os Guariús.[5][6]

Com a definitiva ocupação do território de Ceará no século XVII, na a região dos Cariai, chegaram diversas entradas. Os integrantes das entradas, militares e religiosos, mantiveram os primeiros contatos com os nativos, estudaram todas , catequizaram os índigenas e os agruparam em aldeiamentos ou missões.

Os resultados destes contatos e descobrimentos desencadeiaram notícias que na região das Minas de São José dos Cariris Novos (atual município de Missão Velha), tinha ouro em abundância e em seguida desencadeou-se uma verdadeira corrida para os sertões brasileiros, onde famílias oriundas de Portugal, sonhando com as riquezas de terras inexploradas e com a esperança de encontrar o minério, que as levariam a aumentar o seu patrimônio material, além de aumentar o seu prestigio pessoal com a corte portuguesa. A busca do metal precioso, nas ribanceiras do Rio Salgado, trouxe para a região do Sertão do Cariri, a colonização e com consequência a doação de sesmarias, o que permitiu o surgimento de lugarejos e vilas.

A febre do ouro durou até a segunda metade do século XVII. Várias prospecções se realizaram, porém em vão, uma vez que a extração de referido minério se tornou onerosa às Cortes de Lisboa, que determinaram a sua suspensão, em 1758.

Dessas aventuras auríferas se fizeram, entre outros, nos sítios Fortuna, Oiteiro, Barreiros e Morros Dourados e, especialmente, no lugar denominado Boqueirão de Lavras; da criação da capela de São Vicente Férrer, foram as bases que deram início a centro urbano que hoje chama-se Lavras da Mangabeira.

Com a expanção da Estrada de Ferro de Baturité até a cidade do Crato (Ceará) em 1910, no município de Lavras da Mangabeira foram inauguradas três estações de trem (Arrojado – antigo Paino; Lavras da Mangabeira – antiga Lavras; Iborepi – antigo Riacho Fundo).[7][8][9] Esta malha feroviária representou o impulss para a economia local, principalmente porque apartir do estação de Paino ou Arrojado, o Ceará ficou ligado a Paraíba via o Ramal da Paraíba.[10]

Geografia

Clima

Tropical quente semiárido com pluviometria média de 908,9 mm [11] com chuvas concentradas de janeiro à abril.[12]

Hidrografia e recursos hídricos

As principais fontes de água fazem parte da bacia do rio Salgado, sendo as principais os riachos São Lourenço, do Meio, do Machado, das Pombas, Unha de Gato e Extremo de Cima, do Mês, do Rosário e outros tantos. Existem 192 açudes, sendo os de grande porte os açude: da Extrema, Pau Amarelo, Três Irmãos.[13][14]

Relevo e solos

As terras de fazem parte da Depressão Sertaneja, As principais elevações possuem altitudes entre 200 e 500 metros acima do nível do mar. Com solos que apresentam rochas do embasamento cristalino pré-cambriano, representadas por gnaisses e migmatitos diversos, xistos, filitos e metacalcários. Sobre esse substrato repousam rochas sedimentares (conglomerados, arenitos, siltitos, folhelhos e calcários) do mesozóico.[13]

Vegetação

A vegetação é bastante diversificada: caatinga arbustiva densa, caatinga arbustiva aberta, e mata ciliar (floresta mista dicótilo-palmácea) ao dos cursos hidrícos.[13]

Subdivisão

O município é dividido em seis distritos: Lavras de Mangabeira (sede), Amaniutuba, Arrojado, Iborepi, Mangabeira e Quitaiús.[4]

Aspectos socioeconômicos

A maior concentração populacional encontra-se na zona rural. A sede do município dispõe de abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica, serviço telefônico, agência de correios e telégrafos, serviço bancário, hospitais, hotéis e ensino de 1° grau.[13]

A partir de Fortaleza, o acesso ao município pode ser feito por via terrestre através da rodovia Fortaleza/Russas/Icó/Ipaumirim (BR 116) e a rodovia estadual (CE 230). As demais vilas, lugarejos, sítios e fazendas são acessíveis (com franco acesso durante todo o ano) através de estradas estaduais, asfaltadas ou carroçáveis.[15]

A economia local é baseada na:

O turismo também é uma das fontes de renda, devido as belezas naturais em especial a Gruta do Boqueirão.

Cultura

O principal evento cultural é festa do padroeiro, São Vicente Férrer (5 de abril).

Política

A administração municipal localiza-se na sede, Lavras de Mangabeira.[4]

Referências

  1. «Estimativas da população para 1º de julho de 2009» (PDF). Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 14 de agosto de 2009. Consultado em 16 de agosto de 2009 
  2. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  3. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 19 de dezembro de 2007. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. a b c http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/ceara/.pdf
  5. Sebok. Lou, Atlases published in the Netherlands in the rare atlas collection. Compiled and edited by Lou Seboek. National Map Collection (Canada), Ottawa. 1974
  6. Aragão, R. B, Índios do Ceará e Topônimios Índigenas, Fortaleza, Barraca do Escritor Cearense. 1994
  7. http://www.estacoesferroviarias.com.br/ce_crato/arrojado.htm
  8. http://www.estacoesferroviarias.com.br/ce_crato/lavras.htm
  9. http://www.estacoesferroviarias.com.br/ce_crato/iborepi.htm
  10. http://www.estacoesferroviarias.com.br/ce_crato/indice.htm
  11. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME.
  12. Instituto nacional de Pesquisa espacial - INPE.
  13. a b c d http://www.cprm.gov.br/
  14. http://atlas.srh.ce.gov.br/
  15. http://www.der.ce.gov.br/
  16. http://www.ceara.com.br/m/lavrasdamangabeira/index.htm

Ligações externas