Leonel Duarte Neves
Leonel Duarte Neves | |
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Nascimento | Leonel Carlos Duarte Neves 20 de Junho de 1921 Faro |
Morte | 6 de Setembro de 1996 Odiáxere, Lagos |
Nacionalidade | Portugal |
Ocupação | Escritor e meteorologista |
Leonel Carlos Duarte Neves (Faro, 20 de Junho de 1921 – Odiáxere, Lagos, 6 de Setembro de 1996), foi um meteorologista e escritor português.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Nascimento e educação[editar | editar código-fonte]
Nasceu em 20 de Junho de 1921, na cidade de Faro, filho de Carlos José Neves, e de Adriana da Conceição Duarte Neves.[1] Fez os estudos liceais em Faro,[2] tendo em seguida concorrido à Escola Naval, mas sem sucesso.[1] Em 1937 fixou-se na capital,[2] onde concluiu uma licenciatura em Ciências Matemáticas e Engenharia Geográfica na Universidade de Lisboa.[3]
Carreira profissional e artística[editar | editar código-fonte]
Foi um dos cientistas pioneiros do Serviço Meteorológico Nacional,[4] do qual fez parte desde o seu inicio, em 1946.[2] Trabalhou como meteorologista nos Açores durante cerca de dois anos, em Moçambique durante seis anos, e em Timor durante outros dois anos,[2] de 1964 a 1966.[1]
Durante a adolescência, começou a escrever para jornais e revistas no Algarve, tendo conseguido vários prémios nos Jogos Florais.[1] O seu primeiro livro de poemas, Janela Aberta, foi publicado em 1940,[2] tendo sido bem recebido pela crítica, chegando a ser elogiado por José Régio.[1] Além de poesia, também escreveu vários contos, incluindo alguns de temática policial.[3] A partir de 1970 começou a escrever obras para o público infantil,[3] tendo trabalhado com António Fernando dos Santos, que lhe ilustrou diversas obras.[1] Os seus livros infantis são principalmente constituídos por pequenos contos, com uma forte carga irónica, de forma a serem mais acessíveis ao seu público alvo.[3] Participou igualmente na antologia De que são feitos os sonhos, e na obras colectiva Canções e histórias em Quatro Estações, com o conto Como é a primavera?.[1] Em 1986, o livro Natural do Algarve foi reeditado pela Universidade do Algarve, com prefácio de David Mourão-Ferreira.[5] Também escreveu letras para vários músicos, incluindo Anatólio Falé e António Mestre, tendo, com este último, elaborado várias canções e fados, que foram gravados por Amália Rodrigues[1] e Luís Goes.
Falecimento e homenagens[editar | editar código-fonte]
Faleceu em Odiáxere, no concelho de Lagos,[6] em 6 de Setembro de 1996.[1] Foi sepultado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.[1]
Em 21 de Agosto de 2002, a Câmara Municipal de Lagos colocou o nome de Leonel Neves numa rua da antiga Freguesia de Santa Maria.[7][1]
Obras publicadas[editar | editar código-fonte]
Poesia[editar | editar código-fonte]
- Janela Aberta (1940)
- Natural do Algarve (1968)
- Ontem à Noite (1989)
- Memória de Timor-Leste (1996)
- A Cal Cúbica e as Manchas (2009)
Para crianças[editar | editar código-fonte]
- Bichos de trazer por casa, poemas (1975) *
- Sete Contos de Espantar, contos (1975) *
- O elefante e a pulga: poemas (1976) *
- O cão, o gato e a árvore, novela (1977)
- Histórias de Zé Palão, contos (1977) *
- O livrinho dos macacos, poemas e um conto (1978) *
- O polícia bailarino, contos (1979) *
- O menino e as estrelas, histórias em verso (1979) *
- O soldadinho e a pomba, novela (1981) *
- Uma dúzia de adivinhas, poemas (1981) *
- João Careca, mestre detective, contos (1984) *
- O mistério do quarto bem fechado, novela (1985) *
- Dois macaquinhos à solta, conto (1987)
- Novas Histórias do José Palão (inédito)
- Adivinhas e contos para ler na cama (inédito)
Para Jovens[editar | editar código-fonte]
- Amigos em todo o mundo, poemas (1977)
- Um cavalo da cor do arco-íris, romancinho (1980) *
- Extraterrestre em Lisboa, novela (1993) *
* Capa e ilustrações de Tóssan
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k FERRO, 2007:325-326
- ↑ a b c d e «Leonel Neves». Wook. Consultado em 1 de Setembro de 2021
- ↑ a b c d VELOSO, Rui Marques. «Obras de Leonel Neves». Casa da Leitura. Fundação Gulbenkian
- ↑ ALVES, Fernando (6 de Janeiro de 2020). «Pão de mula, com lágrimas lá dentro». TSF. Consultado em 1 de Setembro de 2021
- ↑ «Reportagem, Poesia e Algarve». Newsletter (21). Fundação Manuel Viegas Guerreiro. Março de 2020. p. 7. Consultado em 1 de Setembro de 2021 – via Issuu
- ↑ «Leonel Neves». Bertrand. Consultado em 1 de Setembro de 2021
- ↑ «Freguesia de Santa Maria» (PDF). Câmara Municipal de Lagos. Consultado em 16 de Dezembro de 2012 [ligação inativa]
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- FERRO, Silvestre Marchão (2007). Vultos na Toponímia de Lagos 2.ª ed. Lagos: Câmara Municipal de Lagos. 467 páginas. ISBN 972-8773-00-5