Lepidocrocita

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Lepidocrocita, cuja fórmula química é γ-FeO(OH), é um tipo de óxido de ferro cujos cristais tem formato ortorrômbico, coloração vermelho e transparente, que forma delgadas placas levemente estriadas; foi descrita por Posnjak and Merwin.[1] Lepidocrocita é um mineral dimorfo de goethita, tendo ambas a mesma fórmula molecular empírica; conquanto seja menos frequente em solos do que goethita e hematita, apesar de não ser rara.[2]

Gênese[editar | editar código-fonte]

Lepidocrocita é encontrada em uma ampla gama de solos de diferentes condições macroclimáticas por todo o mundo. Sua ocorrência mais comum se dá em ambientes redoximórficos, isto é, onde há alternação sazonal entre condições redutivas e oxidativas. Durante estações chuvosas, o ambiente anaeróbico conduz à formação de ferro ferroso (Fe2+) que por ser solúvel é translocado para zonas oxigenadas, nas quais a lepidocrocita se precipita formando mosqueados, bandas ou concreções. Quando ela predomina nessas zonas, pode ser reconhecida por uma típica coloração laranja.[3]

Em Argissolos (“Ultisols”) de sedimentos em neogênese de Kalimantan Oriental, Indonésia, foi constatado que a concentração de lepidocrocita em áreas declivosas é inversa à quantidade de alumínio trocável.[4] Fato que está em concordância com experimentos que também demonstraram que o alumínio suprime a lepidocrocita. Além disso, ela também é suprimida por altas concentrações de carbonato na solução, sendo, portanto, não encontrada em solos calcários.[3]

Em solos não calcários, contudo, a lepidocrocita está com frequência associada à goethita. Uma típica associação em microescala foi descoberta na qual observou-se a concentração de óxidos de ferro ao redor das raízes, também denominado rizoconcentração. Isso sugere que a observada predominância de goethita mais próximo das raízes é decorrente da alta pressão parcial de CO2 na rizosfera; em contraste, quanto mais longe da raiz, a lepidocrocita predominada como forma de FeO(OH).

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. E. Posnjak and H. E. Merwin, Am. J. Sci. 47, 311 (1919).
  2. «Lepidocrocite». hyperphysics.phy-astr.gsu.edu. Consultado em 13 de agosto de 2019 
  3. a b Rochelle M. Cornell, Udo Schwertmann (2006). The Iron Oxides: Structure, Properties, Reactions, Occurrences and Uses. [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN 3527606440, 9783527606443 Verifique |isbn= (ajuda) 
  4. Ohta, S. and E. Syarif, 1992. Ultisols of “Lowland dipterocarp forest” in East Kalimantan, Indonesia. II. Status of carbon, nitrogen and phosphorus. Soil Sci. Plant Nutr., 38: 207-216.