Lista de monarcas de Leão

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Armas do Reino de Leão

O reino medieval de Leão teve a sua origem na transferência da capital do reino das Astúrias de Oviedo para a cidade de Leão, nos tempos de Afonso III das Astúrias. Mais tarde, por sua morte, este rei dividiu o seu reino entre os seus três filhos: Fruela II governou nas Astúrias, Ordonho II na Galiza, e Garcia I em Leão; pelas suas mortes sucessivas, todos viriam a reinar sobre o reino de Leão.

Entidade hegemónica, por alguns períodos de tempo o reino de Leão se dividiu noutros vários reinos (Castela, Galiza, Portugal), para depois se voltar a unificar (excepto Portugal, que não mais voltou à sua órbita); extinguiu-se em 1230, quando foi definitivamente absorvido por Castela; desde então os reis daquele reino foram também reis de Leão[1].

Dinastia Asturo-Leonesa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Dinastia Asturo-Leonesa
Nome Retrato Nascimento Início Reinado Fim Reinado Casamento(s) Morte Notas
Garcia I
O Silencioso
c. 870?
Filho de Afonso III das Astúrias e Jimena Garcês de Pamplona
10 de dezembro de 910 914 Muniadona Nuñez[2]
sem filhos[3]
914
Zamora
c. 44 anos
Sepultado na Catedral de Oviedo
Ordonho II c. 871?
Filho de Afonso III das Astúrias e Jimena Garcês de Pamplona
914 924 Elvira Mendes de Coimbra
892
cinco filhos
Aragonta Gonçalves
922[4]
sem filhos
Sancha Sanches de Pamplona
Fevereiro de 923[5]
sem filhos
924
Leão
c. 53 anos
Sepultado na Catedral de Leão
Também rei da Galiza.
Fruela II
O Leproso
c. 874
Oviedo
Filho de Afonso III das Astúrias e de Jimena Garcês de Pamplona
924 925 Ximena Nunilo
c. 911
três filhos
Julho de 925
Zamora
c. 51 anos
Sepultado na Catedral de Leão
Também rei das Astúrias.
Afonso Froilaz
O Corcunda
(contestado)
c. 911?
Filho de Fruela II das Astúrias e Nunilo Jimena?
925 926 Não casou c. 933?
c. 34 anos
Sepultado na Basílica de Santo Isidoro, em Leão
Filho de Fruela II, foi rei de Leão e da Galiza durante um breve lapso de tempo, entre 925 e 926; tão desafortunado foi que a História nem sequer o regista com um ordinal para acompanhar o nome.
Afonso IV
O Monge
c. 899?
Filho de Ordonho II da Galiza e Leão e Elvira Mendes de Coimbra
926 931 Onneca Sanches de Pamplona
925[6]
dois filhos
Agosto de 933
Ruiforco de Torío
c. 34 anos
Sepultado na Basílica de Santo Isidoro, em Leão
Ramiro II
O Grande
c. 900?
Filho de Ordonho II da Galiza e Leão e Elvira Mendes de Coimbra
931 951 Ausenda Guterres
925
três filhos
Urraca Sanches de Pamplona
930
dois filhos
951
Ruiforco de Torío
c. 51 anos
Sepultado na Basílica de Santo Isidoro, em Leão
Trata-se do primeiro rei a intitular-se (ainda que por breve período de tempo - entre 925, ainda em disputas com o irmão Afonso IV, e 931, um ano após a subida ao trono) de rei da terra portucalense - reconhecimento pleno da existência de uma terra portucalense, que já se vinha firmando desde 868, com a conquista de Vímara Peres e a formação da sua casa condal à frente dos destinos da mesma.
Ordonho III c. 925?
Filho de Ramiro II de Leão e Ausenda Guterres
951 956 Urraca Fernandes de Castela
950[7]
dois filhos
Agosto de 956
Zamora
c. 31 anos
Sepultado na Basílica de Santo Isidoro, em Leão
Sancho I
O Crasso
c. 935?
Filho de Ramiro II de Leão e Urraca Sanches de Pamplona
956 958 Teresa Ansures
28 de março de 959[8]
um filho
966
Zamora
c. 34 anos
Sepultado na Catedral de Oviedo
960 966
Ordonho IV
O Mau
c. 926?
Filho de Afonso IV de Leão e Onneca Sanches de Pamplona
958 960 Urraca Fernandes de Castela
Antes de 13 de novembro de 958
sem filhos
c. 962?
Córdova
c. 36 anos
Sepultado na Basílica de Santo Isidoro, em Leão
Ramiro III 961
Filho de Sancho I de Leão e Teresa Ansúrez
966 26 de junho de 985 Sancha Gomes
Antes de 18 de outubro de 980
um filho
26 de junho de 985
Destriana
c. 24 anos
Sepultado na Basílica de Santo Isidoro, em Leão
Em guerra com Bermudo II desde 981.
Bermudo II
O Gotoso
c. 948?
Filho de Ordonho III de Leão e Urraca Fernandes de Castela
26 de junho de 985 999 Velasquita Ramires
980
um filho
Elvira Garcia
980
três filhos
c. 999?
Villanueva del Bierzo
c. 51 anos
Sepultado na Basílica de Santo Isidoro, em Leão
Reinava na Galiza e em Portugal efetivamente desde 981, em guerra com Ramiro III.
Afonso V
O Nobre
c. 994?
Filho de Bermudo II de Leão e Elvira Garcia
999 7 de agosto de 1028 Elvira Mendes de Portucale
1014
dois filhos
Urraca Garcês de Pamplona
Entre maio e novembro de 1023[9]
um filho
7 de agosto de 1028
Viseu
c. 34 anos
Sepultado na Basílica de Santo Isidoro, em Leão
O primeiro a usar o título de rei de Castela (como Afonso V de Castela).
Bermudo III
O Moço
1017
Filho de Afonso V de Leão e Castela e Elvira Mendes de Portucale
7 de agosto de 1028 4 de setembro de 1037 Jimena Sánchez
Antes de 17 de fevereiro de 1035[10][11]
um filho
4 de setembro de 1037
Toledo
c. 20 anos
Sancha I c. 1018?
Filha de Afonso V de Leão e Castela e Elvira Mendes de Portucale
4 de setembro de 1037 27 de dezembro de 1065 1032
cinco filhos
7 de novembro de 1067
Leão
c. 49 anos
Sepultada na Basílica de Santo Isidoro, em Leão
Irmã de Bermudo III, governa conjuntamente com o esposo, Fernando I, primeiro rei de Castela.
Fernando I
O Grande
c. 1016?
Navarra
Filho de Sancho Garcês III de Pamplona e Munia Mayor de Castela
27 de dezembro de 1065
Leão
c. 49 anos
Sepultado na Basílica de Santo Isidoro, em Leão
Primeiro rei de Castela. Depois de derrotar as tropas leonesas e da morte do rei Bermudo III, Fernando I, que já era rei de Castela (que se autonomizara de condado em reino chefiado pelos reis de Navarra), acedeu ao trono de Leão; o seu direito fundamentava-se no casamento com Sancha, irmã de Bermudo; trata-se da primeira unificação dos tronos de Leão e Castela.

Após a morte de Fernando, o reino foi repartido pelos seus três filhos, Garcia (Galiza), Sancho (Castela) e Afonso (Leão).

Dinastia Jiménez[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Dinastia Jiménez
Nome Retrato Nascimento Início Reinado Fim Reinado Casamento(s) Morte Notas
Afonso VI
O Bravo
1047
Santiago de Compostela
Filho de Fernando I de Leão e Sancha I de Leão
27 de dezembro de 1065 Janeiro de 1072 Inês da Aquitânia
1073
sem filhos
Constança da Borgonha
1079
seis filhos
Berta
25 de novembro de 1093
sem filhos
Isabel (Zaida de Sevilha?)
1100
dois filhos
Beatriz
1108
sem filhos
1 de julho de 1109
Toledo
62 anos
Sepultado no Mosteiro de Sahagún
Também rei da Galiza (1071-1109) e de Castela (1072-1109), usando o título de imperador a partir de 1073. Depôs o irmão, Sancho II, recuperando o trono.
7 de outubro de 1072 1 de julho de 1109
Sancho II
O Forte
c. 1040?
Zamora
Filho de Fernando I de Leão e Sancha I de Leão
Janeiro de 1072 7 de outubro de 1072 Alberta 7 de outubro de 1072
Zamora
31-32 anos
Sepultado no Mosteiro de San Salvador de Oña
Também rei de Castela (1065-1072), irmão de Afonso VI.
Urraca I
A Temerária
24 de junho de 1081
Leão
Filha de Afonso VI de Leão e Castela e Constança da Borgonha
1 de julho de 1109 8 de março de 1126 Raimundo de Borgonha
1095
dois filhos
Afonso I de Aragão
1106
sem filhos
8 de março de 1126
Saldaña
44 anos
Sepultada na Basílica de Santo Isidoro, em Leão
Casada com Raimundo da Borgonha (m. 1107) e depois com Afonso I de Aragão, o Batalhador, rei-consorte, não de jure

Dinastia da Borgonha[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Dinastia da Borgonha
Nome Retrato Nascimento Início Reinado Fim Reinado Casamento(s) Morte Notas
Afonso VII
O Imperador
1 de março de 1105
Caldas de Reis
Filho de Urraca I de Leão e Castela e Raimundo de Borgonha
8 de março de 1126 21 de agosto de 1157 Berengária de Barcelona
1127-1128[12]
sete filhos
Riquilda da Polônia
1152[13]
uma filha
21 de agosto de 1157
Viso del Marqués
52 anos
Sepultado na Catedral de Toledo
Usou o título de imperador. Da morte de Afonso VII, o reino foi repartido pelos seus dois filhos, Fernando (Leão) e Sancho (Castela e Toledo).
Fernando II 1137
Caldas de Reis
Filho de Afonso VII de Leão e Castela e Berengária de Barcelona
21 de agosto de 1157 21 de janeiro de 1188 Urraca de Portugal
1164
um filho
Teresa Fernandes de Trava
1178
dois filhos
Urraca Lopes de Haro
1185
três filhos
21 de janeiro de 1188
Benavente
51 anos
Sepultado na Catedral de Santiago de Compostela
Afonso IX
O Baboso
15 de agosto de 1171
Zamora
Filho de Fernando II de Leão e Urraca de Portugal
21 de janeiro de 1188 24 de setembro de 1230 Teresa de Portugal
1191
três filhos
Berengária de Castela
Dezembro de 1197
cinco filhos
24 de setembro de 1230
Sarria
59 anos
Sepultado na Catedral de Santiago de Compostela
Devido a Afonso VIII de Castela, Afonso tomou o número IX.
Sancha II
de jure
c. 1192?
Zamora
Filho de Afonso IX de Leão e Teresa de Portugal
24 de setembro de 1230 11 de dezembro de 1230 Não casou c. 1243?
Villabuena
c. 51 anos
Após a morte de Afonso IX, o seu filho Fernando, já rei de Castela (herança materna), herdou também a coroa de Leão, apesar de o seu pai o ter deserdado em favor das filhas Sancha e Dulce. Pelo acordo de paz firmado, a Concórdia de Benavente, por mediação da sua mãe, Beata Teresa de Portugal, estas renunciaram ao trono em favor do meio-irmão; foi então que se deu a unificação definitiva das coroas de Leão e Castela, mantendo-se embora os privilégios, foros e costumes próprios de cada reino em separado.
Dulce I
de jure
c. 1194?
Zamora
Filho de Afonso IX de Leão e Teresa de Portugal
Não casou c. 1248?
Villabuena
c. 54 anos
Fernando III
O Santo
24 de junho de 1201
Peleas de Arriba
Filho de Afonso IX de Leão e Berengária de Castela
11 de dezembro de 1230 30 de maio de 1252 Beatriz da Suábia
Novembro de 1219
dez filhos
Joana de Dammartin
1237
cinco filhos
30 de maio de 1252
Sevilha
51 anos
Sepultado na Catedral de Sevilha

A lista prossegue com Lista de reis de Castela.

Referências

  1. «El Reino de León después de 1230». www.leonreal.com. Consultado em 29 de julho de 2020 
  2. Rodríguez Fernández 1997, p. 16.
  3. Rodríguez Fernández 1997, p. 25.
  4. Rodríguez Fernández 1997, p. 100-101.
  5. Rodríguez Fernández 1997, p. 101-102.
  6. Martinez Diez 2005, p. 272.
  7. Ricardo del Arco y Garay (1954). "XI". No Instituto Jerónimo Zurita. National Research Council. túmulos da casa real de Castela . Madrid. pp 152.
  8. Rodríguez Fernández 1987, p. 131.
  9. Fernández del Pozo 1999, p. 220.
  10. Sánchez Candeira 1999, p. 96.
  11. Fernández del Pozo 1999, p. 240.
  12. Recuero Astray 2003, p. 94.
  13. Recuero Astray 2003, p. 291.