Lista dos povos indígenas que utilizam ayahuasca

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A identificação dos povos indígenas amazônicos que utilizam ayahuasca não é uma tarefa simples. Há variantes linguísticas e étnicas em uma mesma região ou mesma etnia, às vezes, dispersa entre várias regiões e países do entorno da Amazônia. Além isso, com o nome de 'ayahuasca' podem ser denominadas diferentes composições de bebida e modos de preparar, como a própria literatura já assinala.

Apesar de consagrado o uso da Banisteriopsis caapi em associação com Psychotria viridis, ainda persiste o entendimento de que basta a presença da referida Malpighiaceae para que o composto seja designado como Ayahuasca.

Essa é uma relação ainda provisória construída a partir da proposição do Handbook of South American Indians editado por Julian H. Steward [1] traduzido seletivamente e publicado no Brasil por Ribeiro [2]. O capítulo sobre estimulantes e narcóticos escrito por John M. Cooper apresentado neste livro refere-se a listas elaboradas por Spruce, 1908; Reiburg 1921 [3]; Tessmann, 1930 [4] e Pardal, 1937.

Amazônia. Imagens: NASA

Utilizou-se ainda as referências de Taussig, 1993 [5] e Bolsanello, 1995 [6] e o trabalho de Pedro Luz,[7] que realizou estudo comparativo dos complexos ritual e simbólico associados ao preparo e consumo do Banisteriopsis caapi e de suas plantas aditivas em tribos de língua Pano, Aruak, Tukano e Maku. Mais recentemente (2022) vem sendo incorporadas à esta relação as etnias identificadas por Daiara Tukano inclusive com pesquisa oral em conversas com parentes indígenas em cerimônias, encontros de xamãs e encontros do movimento indígena no Brasil. [8]

Uma sinonímia e classificação dos grupos por família linguística e área cultural deve ser realizada, nas ligações internas para as referidas etnias. Essa é uma pretensão desta proposição da Wikipédia inclusive incorporando a lista apresentada pelo site Ayahuasca.com [9]

Etnias, famílias linguísticas, nacionalidade[editar | editar código-fonte]

  1. Airo-pai, Arapaços (Tucanos) - Am, Brasil
  2. Amahuaca, Yora, Huni Kui (Panos)
  3. Ashaninka, Campas. (Aruák)
  4. Achuar (Achual, Achuara, Jivaro, Shuaras) – (Colômbia) Shuar – Equador
  5. Baniuas (Baniwa) – (Aruák) - Brasil, Venezuela
  6. Barasanas, Baras – Tucanos), Am, Brasil
  7. Boras (Boa), (Uitoto, Proto-Bora-Miranha) - Peru / Colômbia
  8. Campas Kampas (Brasil) (Aruák)
  9. Canamaris Kanamari (Família Catuquina) Amazonas
  10. Catuquinas (Pano - Catuquina) - Amazonas
  11. Cubeos - (Tucanos)
  12. Caxinauás, Kaxinauas - (Panos) - Brasil
  13. Culinas, (Família Arawá) - Acre Amazonas
  14. Culinas-madirrás, Kulina-Madihá, Arauá
  15. Culinas-pano, Kulina - Panos - Am, Brasil
  16. Chiriruano, Avá guaraní - (Guarani)- Bolívia, Paraguai, Argentina
  17. Callawaya - (Quíchua), Bolívia - Peru
  18. Desana, (Tucanos)- Am, Brasil
  19. Emberá – Panamá, Colômbia
  20. Huni Kui - Acre, Brasil
  21. HupdásMacu (Hupde) – Brasil / S. Colômbia
  22. Ingano (Ingas) Vale Sibundoy – (Colombia) - (Quíchua/Quechumaran)
  23. Kofan (Cofan) Rio Putumaio – San Miguel Equador - (Quíchua/Quechumaran)
  24. Macus (Macu-camãs, Macu-iuhupde, Macu-nadebes) - Brasil (Am), Colômbia
  25. Matises, Matis - Am, Brasil
  26. Matsés - Panos - Brasil (Am) e Peru
  27. Marubos - Panos
  28. Piaroa (Kuakua, Guagua, Quaqua) – N. Colômbia - Venezuela
  29. Shipibo-conibo, (Shipibo, Panos)
  30. Ticunas, (Tikuna, Tukuna) – Brazil / S. Colômbia
  31. Tucanos – Rio Negro, Brasil
  32. Tuyukas Tucanos - (São Pedro) Amazonas
  33. Tarianas, Tariâna - (Aruák)
  34. Uitotos, Huitotos, Murui-muinane; Rio Caquetá – Alto Amazonas - Peru
  35. Yekuana, (Caribe)
  36. Yaminahuás (Panos)
  37. Yawanawá, (Panos) - Acre, Brasil.


Referências

  1. Steward Julian H. (Ed.) Handbook of South American Indians. Vol 5 The comparative ethnology of South American Indians. Bureau of American Ethnology. Bulletin 143, Washington, DC, 1949
  2. Ribeiro, Darcy (Editor) et alii Suma etnológica brasileira. Edição atualizada do Handbook of South American Indians. Petrópolis, RJ, Vozes – FINEP, 1986
  3. Reinburg, P. "Contribution a l'étude des boissons toxiques des indiens du nordouest de l'Amazonie, l'ayahuasca -le yaje - le huanto." Journal de la Societé des Americanistes de Paris (n.s.) 13:25-54; 197-216. Paris. 1921
  4. Tessmann, Giinter. Die Indianer Nordost-Perus. Hamburg: Friederichsen, de Gruyter and Co. 1930
  5. Taussig, Michael. Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem, um estudo sobre o terror e a cura. RJ, Paz e Terra, 1993
  6. Bolsanello, Débora Pereira. Busca do Graal brasileiro, a doutrina do Santo Daime. Bertrand do Brasil, 1995
  7. Luz, Pedro F.L. Estudo comparativo dos complexos ritual e simbólico associados ao uso da Banisteriopsis caapi e espécies congêneres em tribos de língua Pano, Arawak, Tukano e Maku do noroeste amazônico. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1996
  8. Tukano, Daiara A Medicine Heritage of 160 Indigenous Peoples: The Origins of Ayahuasca Before Globalization April Chacruna Institute 6, 2022 Acesso em 15/04/2022
  9. Ayahuasca.com, Homepage of Amazonian Great Medicine What indigenous groups traditionally use Ayahuasca?

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]