Louis van Gaal

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Louis van Gaal
Louis van Gaal
Louis van Gaal em 2014.
Informações pessoais
Nome completo Aloysius Paulus Maria van Gaal
Data de nasc. 8 de agosto de 1951 (72 anos)
Local de nasc. Amsterdã, Países Baixos
Nacionalidade neerlandês
Altura 1,85 m
Informações profissionais
Clube atual Aposentado
Posição Ex-meio-campista
Função Treinador
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1972–1973
1973–1977
1977–1978
1978–1986
1986–1987
Ajax
Royal Antwerp
Telstar
Sparta Roterdã
AZ Alkmaar
0000 000(0)
0043 000(7)
0025 000(1)
0248 00(26)
0017 000(0)
Times/clubes que treinou
1991–1997
1997–2000
2000–2002
2002–2003
2005–2009
2009–2011
2012–2014
2014–2016
2021–2022
Ajax
Barcelona
Países Baixos
Barcelona
AZ Alkmaar
Bayern de Munique
Países Baixos
Manchester United
Países Baixos

Aloysius Paulus Maria van Gaal, mais conhecido como Louis van Gaal (Amsterdã, 8 de agosto de 1951) é um ex-treinador e ex-futebolista neerlandês que atuava como meio-campo.[1]

Ele que se declara aprendiz de Rinus Michels (o pai do "Futebol Total"), como jogador, sempre atuou no futebol neerlandês e nunca obteve grande destaque, mas como treinador, dirigindo o Ajax, Barcelona, AZ Alkmaar e a Seleção Neerlandesa, obteve reconhecimento e projeção internacional. Em 2009 lançou o livro autobiográfico "Louis van Gaal, biografie & visie".[2]

Afirmou que iria se aposentar no fim do seu contrato com a equipe do Manchester United.[3] No entanto, após a conquista da FA Cup: 2015–16, foi dispensado pelo clube em 23 de maio de 2016. Em comunicado a imprensa, declarou-se decepcionado por não poder continuar o projeto inicial de três anos.[4]

Seleção Neerlandesa[editar | editar código-fonte]

Comandou a Seleção Neerlandesa entre 2000 e 2002 e novamente entre agosto de 2012 a julho de 2014. A seleção obteve com facilidade o primeiro lugar do Grupo D das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014 - Europa.[5] Em maio de 2013 anunciou que deixa a seleção após a Copa do Mundo FIFA de 2014.[6] Assumiu pela terceira vez em julho de 2021.

Copa do Mundo de 2014[editar | editar código-fonte]

Em algumas entrevistas durante a Copa de 2014, van Gaal teceu críticas a FIFA por obrigar jogador a comparecer nas coletivas de imprensa, ao favorecimento à Seleção Brasileira de jogar após sua seleção na última partida da primeira fase, e a arbitragem. Também criticou a mídia neerlandesa por espionar o treinamento da equipe.[7] Na partida que terminou Holanda 0–0 Costa Rica pelas quartas-de-final, minutos antes do fim da prorrogação, surpreendeu substituindo o goleiro Jasper Cillessen por Tim Krul visando a iminente cobrança de penalidades, e apenas o último sabia da possibilidade.[8] Krul defendeu duas cobranças e os neerlandeses avançaram às semifinais, sendo derrotados pela Argentina de Lionel Messi. Na decisão do terceiro lugar, venceram o Brasil por 3 a 0. Apesar disso, defende que esta disputa não deveria ocorrer, pois: só há um prêmio, a taça.[9] Também neste último jogo, tornou a Seleção Neerlandesa a primeira a utilizar todos os vinte e três jogadores da delegação em uma edição de Copa, quando substituiu o goleiro titular Cillessen por Michel Vorm, o terceiro goleiro.[10]

Clubes que treinou[editar | editar código-fonte]

Ajax (1991–1997)[editar | editar código-fonte]

Sob a tutela do neerlandês, os Ajacieden se tornaram campeões da Eredivisie por três vezes em 1994, 1995 (permaneceram imbatíveis na temporada tanto na liga quanto na Champions League[11]) e em 1996. Na cena europeia, conseguiram a UEFA Cup de 1992 e a Champions League de 1995 ao vencer o Milan na final. Obtiveram a taça da SuperCopa Europeia da Uefa ao derrotar o Real Zaragoza por 5-1 no placar agregado. No final de 1995, enfrentaram ainda o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e venceram na disputa de pênaltis pela Copa Intercontinental.

Eles ainda foram vice-campeões da Champions League 1995/96 para a Juventus nos pênaltis.

O legado de Van Gaal permitiu revelar jogadores que logo formariam a espinha dorsal da Seleção Neerlandesa: Patrick KluivertMarc Overmars, Dennis BergkampFrank e Ronald de BoerEdgar DavidsClarence SeedorfWinston BogardeMichael ReizigerEdwin van der Sar.

Barcelona (1997–2000)[editar | editar código-fonte]

Conquistou duas La Liga (1997–98 e 1998–99), além de uma Copa do Rei.

Apesar de seu sucesso, ele confrontou a imprensa e sofreu severas críticas. Expressou que era difícil implementar a sua filosofia no Barça, devido as diferenças culturais, já que vários de seus jogadores acabavam boicotando sua liderança. Seus desentendimentos com Rivaldo eram exemplos disso: ele insistia em posicionar o brasileiro como ponta esquerda, enquanto que sua preferência era por jogar mais centralizado.[12]

Deixou os catalães em 20 de maio de 2000,[13] após a derrota que culminou na perda do título da La Liga para o La Coruña em 1999–00. O neerlandês ao partir, proferiu a seguinte frase em sua saída: ''Amigos de la prensa. Yo me voy. Felicidades''.[14]

Seleção Neerlandesa (2000–2002)[editar | editar código-fonte]

Acabou retornando para a Seleção Neerlandesa para as eliminatórias da Copa do Mundo de 2002. Começou mal a campanha neerlandesa para levá-la ao mundial de 2002. Faziam parte do grupo 2 e logo com uma lesão a lidar logo na estreia, sofreram para manter o empate em 2-2 contra a Irlanda, embora estivessem com a vantagem de 2 gols quando faltavam 20 minutos para findar a partida.[15] A vitória seguinte contra o Chipre por 4-0 veio acompanhada de uma derrota por 2-0 a Portugal. Em 2001, os Países Baixos bateram Andorra, Chipre e Estônia, apesar de Portugal (líder do grupo na época) abrir 2 gols de diferença, com 7 minutos faltando, conseguiu arrancar o empate, deixando-os 3 pontos atrás dos até então invictos irlandeses.

Quando neerlandeses e irlandeses voltaram a se enfrentar, Van Gaal vangloriou-se antes da partida de que sua equipe era mais talentosa que a outra, que até os torcedores irlandeses queriam vê-los classificar; só que a Irlanda ficou com 1 jogador a menos aos 58' e marcou 9' depois o gol da vitória. Os neerlandeses estavam 7 pontos longe de se classificar, faltando dois jogos (falhando pela primeira vez uma Copa do Mundo desde 1986).[16]

Acabou sendo substituído por Dick Advocaat em 31 de janeiro de 2002.

Retorno ao Barcelona (2002–2003)[editar | editar código-fonte]

Seus resultados na temporada foram inconsistentes, após 11 partidas (4V, 4E e 3D), o Barça perdeu 3 partidas seguidas para o Real Sociedad, Sevilla e ao ameaçado de rebaixamento, Rayo Vallecano. Duas vitórias e 1 empate até melhorou um pouco sua situação, porém ao perder para Valencia e Celta de Vigo, saiu do clube por consentimento mútuo com o clube no 12º lugar, a 3 pontos do rebaixamento e com 20 pontos de diferença para o líder Real Sociedad.[17]

Realizou as contratações de Robert Enke (goleiro), Gaizka Mendieta (meio campo) e o maestro Juan Roman Riquelme, que viria para ocupar o lugar de Rivaldo (o qual foi para o Milan e acabou sendo campeão da Champions League dessa temporada).

AZ (2005–2009)[editar | editar código-fonte]

O neerlandês conseguiu ser 2º e 3º na Eridivisie nas temporadas 2005–06 e 2006–07, respectivamente. Na temporada seguinte terminou em 11º lugar,[18] levando ao desapontamento dele e só com o pedido dos seus jogadores, acabou reconsiderando.

Na temporada 2008–09, esperava-se que acabassem na 13ª colocação.[19] Entretanto, emendaram uma sequência de 28 jogos invictos sendo a melhor defesa da liga neerlandesa e o segundo melhor ataque da história, graças ao brasileiro Ari e Mounir El Hamdaoui. Sagraram-se campeões em 19 de abril daquele ano.

Bayern de Munique (2009–2011)[editar | editar código-fonte]

Em 1º de julho de 2009, se tornava o treinador dos bávaros, se referindo a eles como o time de seus sonhos. Para fortalecer seu elenco, no dia 28 de agosto trouxe Arjen Robben que estava no Real Madrid.

Van Gaal não teve um bom começo, perdendo duas vezes para o Bordeaux na Champions League e muito longe do líder da Bundesliga na época, o Bayer Leverkusen. Seu desempenho foi comparado ao de Jurgen Klinsmann, seu antecessor. Culpou os resultados ruins por não darem tempo para que ele instalasse sua filosofia no modo de jogar.

Por sua vez, tem como das poucas características, a de revelar jovens e disponibilizar as chances para eles jogarem: como Thomas Muller e Holger Badstuber, também convertendo Bastian Schweinsteiger de meia ofensivo para segundo volante. No entanto, teve uma rusga com Luca Toni (jogador que trouxe o doblete na temporada 2007–08), fazendo com que se transferisse para a Roma.

Em 8 de maio de 2010, se tornou o primeiro técnico neerlandês campeão da Bundesliga após uma vitória de 3 a 1 contra o Hertha Berlim.[20] Garantiu o doblete com o Pokal em 15 de maio de 2010, ganhando do Werder Bremen por 4 a 0.[21]

Na Liga dos Campeões, obteve a classificação nas quartas-de-final contra o Manchester United no placar agregado 4-4 e saldo qualificado. Depois, na semifinal, 4 a 0 no placar agregado contra o Lyon. Ao final da competição, ficaria com o vice-campeonato ao perder de 2 a 0 para a Internazionale de José Mourinho (seu antigo pupilo e assistente no Barcelona).

Manchester United (2014–2016)[editar | editar código-fonte]

O neerlandês veio para substituir[22] David Moyes, técnico cujo aproveitamento não convencia no comando dos Red Devils e que falhou em conduzir o time às primeiras posições da tabela.

O constante atrito entre seus comandados, a insistência num futebol com ênfase na posse de bola e toques de bola para o lado ou para o setor defensivo, tornaram seu time o menos propositivo entre os primeiros colocados, culminando com a reprovação da torcida no Old Trafford contra um time que algumas vezes não se mostrava resignado a sair de um empate.[23]

Apesar dos revezes, o treinador descobriu o jovem Marcus Rashford e o fizera jogar entre os titulares, além de dar oportunidades a boa parte do elenco quando mais de um time titular inteiro estava no departamento médico.[24]

Conquistou a FA Cup, derrotando o Crystal Palace em Wembley por 2-1 na prorrogação.

Foi demitido após não conseguir uma vaga na Liga dos Campeões 2016–17.

Títulos[editar | editar código-fonte]

Como treinador[editar | editar código-fonte]

Ajax
Barcelona
AZ Alkmaar
Bayern de Munique
Manchester United

Prêmios individuais[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Van Gaal indica aposentadoria após dirigir a Holanda na Copa, mas revela a única coisa que poderia convencê-lo a seguir trabalhando como técnico». ESPN.com. 8 de dezembro de 2022. Consultado em 10 de dezembro de 2022 
  2. «Van Gaal trots op 'levenswerk'» (em holandês). Sítio oficial Ajax. 8 de outubro de 2009 
  3. «Van Gaal reafirma aposentadoria para 2017 e projeta título com o United». Globo Esporte. 27 de julho de 2015 
  4. «Manchester United confirm Louis van Gaal sacking as Dutch boss releases statement: 'I am very disappointed to be unable to complete our intended three-year plan'» (em inglês). Dailymail. 23 de maio de 2016 
  5. «Holanda perde para a Bélgica na reestreia do técnico Van Gaal». globoesporte.com. 15 de agosto de 2012 
  6. «Van Gaal anuncia que vai deixar seleção holandesa após Copa do Mundo». Terra. 31 de maio de 2013 
  7. «Técnico da Holanda critica Fifa, árbitros e diz preferir evitar o Brasil». UOL. 22 de junho de 2014 
  8. «Goleiros da Holanda falam da pegadinha que o técnico armou na disputa por pênaltis contra a Costa Rica». O Globo. 6 de julho de 2014 
  9. «van Gaal detona duelo pelo 3o.lugar da Copa: "nunca deveria ser jogado"». GE. 10 de julho de 2014 
  10. «Contra Brasil, Holanda escala 3º goleiro e se torna primeiro time a usar 23 jogadores». ESPN. 12 de julho de 2014 
  11. «Louis van Gaal – colourful and controversial but he is a serial winner». the Guardian. 22 de abril de 2014. Consultado em 7 de julho de 2016 
  12. «Rivaldo is dropped following row with Van Gaal» (em inglês). 22 de dezembro de 1999. Consultado em 7 de julho de 2016 
  13. «Van Gaal quits Barca». BBC. 20 de maio de 2000 
  14. «ESPN FC Story». Consultado em 7 de julho de 2016 
  15. «The Joy of Six: Symbolic reducers, including Roy Keane, Norman Whiteside and Benjamin Massing». the Guardian. 23 de julho de 2007. Consultado em 7 de julho de 2016 
  16. «The Joy of Six: Republic of Ireland football moments». the Guardian. 18 de novembro de 2011. Consultado em 7 de julho de 2016 
  17. «FC Barcelona - Fixtures & Results 2003/2004». worldfootball.net (em inglês). Consultado em 10 de julho de 2016 
  18. «Soccer-Van Gaal to step down as AZ Alkmaar coach - report» (em inglês). Consultado em 7 de julho de 2016 
  19. «Dutch football round-up: How AZ Alkmaar became champions». the Guardian. 20 de abril de 2009. Consultado em 7 de julho de 2016 
  20. «Bayern celebrate title with win». ESPNFC.com. Consultado em 7 de julho de 2016 
  21. «Bayern win Cup to clinch Double». BBC. 15 de maio de 2010 
  22. «Manchester United: Louis van Gaal confirmed as new manager». Consultado em 7 de julho de 2016 
  23. «Man United fans, LVG and The War of Attrition - Sportsnet.ca» (em inglês). Consultado em 10 de julho de 2016 
  24. «Who is Marcus Rashford? Full Manchester United player profile». 16 de junho de 2016. Consultado em 10 de julho de 2016 
  25. «Crystal Palace vs Manchester United FA Cup Final Live: Extra-time Jesse Lingard goal sees 10-man United break Palace hearts at Wembley» (em inglês). Evening Standard. 21 de maio de 2016 
  26. «Top 50 des coaches de l'histoire». France Football. 19 de março de 2019 
  27. «Los 50 mejores entrenadores de la historia». FOX Sports. 19 de março de 2019 
  28. «Los 50 mejores entrenadores de la historia del fútbol». ABC. 19 de março de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Treinador da Seleção Neerlandesa
Sucedido por
Dick Advocaat
Guus Hiddink