Luís Cavalcanti Sucupira

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Luís Cavalcanti Sucupira
Luís Cavalcanti Sucupira
Nascimento 11 de maio de 1901
Fortaleza
Morte 11 de julho de 1997 (96 anos)
Fortaleza
Cidadania Brasil
Ocupação político, professor, jornalista, escritor
Empregador(a) Universidade Federal do Ceará
Religião Catolicismo

Luís Cavalcanti Sucupira (Fortaleza, 11 de maio de 1901Fortaleza, 11 de julho de 1997) foi um político brasileiro. Exerceu o mandato de deputado federal constituinte pelo Ceará em 1934.[1][2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de Carolino Sucupira e de Maria Edwiges Cavalcanti Sucupira. Descendia de duas tradicionais famílias nordestinas, os Fernandes Vieira e os Tristão Araripe. Iniciou seus estudos em 1913 no Colégio Colombo, em Fortaleza, cursando o secundário no Colégio Cearense dos Irmãos Maristas. Concluídos seus estudos, foi aprovado em concurso do Ministério da Fazenda para o cargo de inspetor da Alfândega do Ceará.[3]

Foi casado com Maria Nilda Rabelo Sucupira, descendente do general Marcos Franco Rabelo, presidente do Ceará entre 1912 e 1916. Viúvo em 1965, contraiu segundas núpcias com Maria Núbia Rabelo Sucupira, irmã de sua primeira esposa. Teve 11 filhos, todos de seu primeiro casamento.

Exerceu o magistério como professor de vários colégios de Fortaleza e do Rio de Janeiro, entre os quais, Colégio Cearense, Imaculada Conceição, Dorotéias e Sacré Couer de Marie; fundador e mestre da Faculdade Católica de Filosofia de Fortaleza, diretor do Curso de Jornalismo e professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFC e do Instituto Católico de Estudos Superiores, do Rio de Janeiro.[4]

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Jornalista, foi redator do periódico O Nordeste a partir de 1922. Neste ano, através de decreto presidencial, foi removido para o Tribunal de Contas da União, no Rio de Janeiro. Este tribunal designou-o para ser seu delegado em Pernambuco e, posteriormente, no Ceará, funções que desempenhou entre 1923 e 1930, ano em que deixou a redação de O Nordeste. Depois da Revolução de 1930 foi chefe da delegação do Tribunal de Contas de Alagoas em 1931. Voltando ao tribunal, no Rio de Janeiro, em 1932, passou a servir no gabinete do presidente da instituição, Agenor de Roure. No final deste último ano, foi requisitado para trabalhar no gabinete do ministro da Viação e Obras Públicas, José Américo de Almeida (1930-1934).

No pleito de maio de 1933 foi o deputado mais votado por seu estado à Assembleia Nacional Constituinte na legenda da Liga Eleitoral Católica (LEC), com o apoio da Associação de Funcionários Públicos Federais do Ceará. Assumindo sua cadeira em novembro do mesmo ano, participou dos trabalhos constituintes e, com a promulgação da nova Carta em 16 de julho de 1934, teve o seu mandato prorrogado até maio do ano seguinte. Como deputado constituinte, foi o responsável pelo projeto de que resultou o Decreto nº 7, de 20 de dezembro de 1934, que instituiu o 7 de setembro como Dia da Pátria.[5] Em outubro de 1934 foi eleito suplente de deputado federal pelo Ceará.[6][7]

Deixando a Câmara ao final de seu primeiro mandato, foi convocado a ocupar uma cadeira em julho de 1937. Em 10 de novembro desse ano, com o advento do Estado Novo, que suprimiu os órgãos legislativos do país, perdeu seu mandato e deixou a vida política. A partir de então retornou ao serviço público, trabalhando na alfândega do Rio de Janeiro, onde foi designado para membro do Conselho Superior de Tarifa. Em 1941, terminado o período de sua permanência neste conselho, Sucupira passou a ocupar o cargo de inspetor da Alfândega no Ceará.[8]

Em 1946, assumiu a Secretaria de Fazenda do Ceará, durante a interventoria de Pedro Firmeza, permanecendo à frente desta pasta mesmo após a substituição de Firmeza pelo coronel Machado Lopes, ainda em 1946. Como secretário, assumiu em duas ocasiões, em 1946 e em 1947, o cargo de interventor federal no Ceará.[9] De volta à Inspetoria da Alfândega, em 1954 aposenta-se por tempo de serviço. Desta data em diante, não mais ocupou cargos públicos, passando a dedicar-se às atividades literárias e ao magistério.

Como jornalista, foi redator e diretor do Nordeste, de Fortaleza; redator-chefe do jornal A União, no Rio de Janeiro; redator-secretário da revista A Ordem, do Rio de Janeiro; diretor do jornal O Estado, de Recife, e do jornal A Fortaleza, além de diretor da revista Vicentina, de Fortaleza, e redator da Agência Brasileira de Notícias. Colaborou ainda nos órgãos Nova Era e Imprensa.

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Equatoriais (1917),
  • Curso de ação católica (1934),
  • O dever da mocidade (1934),
  • O livro que não foi escrito (1936),
  • A vida de Santa Edwiges (1941),
  • Programa da economia política (1941),
  • A missão do Estado e os deveres do contribuinte (1942),
  • “Ozanan”: a juventude em ação (1970).

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Foi membro da Academia de Ciências e Letras do Ceará, do Instituto do Ceará, sócio-fundador da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), presidente da Ação Universitária Católica do Distrito Federal, presidente da Liga dos Professores Católicos do Ceará e membro- fundador do Sindicato dos Jornalistas do Ceará. Fundou e presidiu a Congregação Mariana de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, e foi membro da União de Moços Católicos do Ceará. Fundou, e também presidiu, a Associação Cearense de Imprensa (ACI).[10][11]

  • Recebeu o Troféu Sereia de Ouro do Grupo Edson Queiroz,[12]
  • Comendador da Ordem de São Gregório Magno da Santa Fé;
  • Doutor Honoris Causa das Faculdades Integradas de Campo Grande, Rio de Janeiro;
  • Medalha da Abolição, do governo do estado do Ceará;
  • Medalha Justiniano de Serpa, do governo do estado do Ceará;
  • Medalha Clóvis Beviláqua, do Ministério de Educação;
  • Medalha do Pacificador, do Ministério do Exército;
  • Medalha Barão de Studart, do Instituto do Ceará;

Referências

  1. «Luís Cavalcanti Sucupira - CPDOC». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 21 de novembro de 2017 
  2. «Portal da História do Ceará». www.ceara.pro.br. Consultado em 4 de setembro de 2018 
  3. a b «Academia Cearense de Letras - Site oficial». www.ceara.pro.br. Consultado em 4 de setembro de 2018 
  4. Brazil, Instituto de Ceará, Fortaleza (1962). História do Ceará. [S.l.]: Instituto do Ceará. 
  5. «Assim nasceu o Dia da Pátria | O Estado CE». www.oestadoce.com.br. Consultado em 4 de setembro de 2018 
  6. «A Prainha de outrora... Parte III». www.fortalezanobre.com.br. Consultado em 4 de setembro de 2018 
  7. «Independência ou morte! | Jornal Correio da Semana». www.correiodasemana.com.br. Consultado em 4 de setembro de 2018 
  8. «Síntese histórica das Aduanas - Letra F». www.receita.fazenda.gov.br. Consultado em 4 de setembro de 2018 
  9. «O comendador Luís Cavalcanti Sucupira». portal.ceara.pro.br (em inglês). Consultado em 4 de setembro de 2018 
  10. Rodrigues, Antonio Paiva. 80 ANOS DE ASSOCIACAO CEARENSE DE IMPRENSA -. [S.l.]: biblioteca24horas. ISBN 9788561590703 
  11. Menezes, Carlos Alberto de (1986). Ação social católica no Brasil: corporativismo e sindicalismo. [S.l.]: Edições Loyola. ISBN 9788515012091 
  12. «Luís Cavalcante Sucupira «  Sereia de Ouro». hotsite.verdesmares.com.br. Consultado em 4 de setembro de 2018 
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