Lucas de Portugal (mestre-sala)

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Lucas de Portugal (- 23 de outubro de 1684[1]), mestre-sala da corte de Afonso VI[2] (alvará de 12 de Abril de 1652[3]), deputado do Conselho dos três estados,[4] alcaide-mor[5] e comendador de Fronteira na Ordem de Avis[6] e do prazo de Alvarinha[7] ou da Marinha.[8]

Próximo da Casa Real Portuguesa, após a Restauração da Independência de Portugal, foi uma das testemunhas do testamento da Rainha D. Luísa de Gusmão, levou o seu caixão do quarto onde havia falecido até à sala onde decorreria o velório e, devido ao cargo que exercia, encarregou-se da responsabilidade cerimonial das exéquias.[9]

Tornou-se notável como homem de "espirituoso" tanto "nos seus ditos, e mais que tudo nos equívocos e apodos[10]" que foram publicados por Supico de Morais na sua colecção de vários apotegmas.[4][11]

“«D. Lucas de Portugal foy Fidalgo muy discreto, e cortesão: Teve muyta graça nos seus ditos, e mais que tudo nos equívocos e apodos. ..., he de saber que foy Mestre-Sala de Palacio, pouco venturoso, pobre, mas pela sua galantaria muy bem quisto, principalmente das Damas do Paço. O que mais o tentava era quando Ihe não fallavão por Senhoria, que sem duvida se não davao tão baratas como hoje.» - Collecção Moral de Apothegmas ou Ditos Agudos, e Sentenciosos, por Pedro José Suppico de Moraes, impressor do Santo Oficio Francisco de Oliveyra, parte II, Coimbra, 1761. «Entre os mais judiciosos varões que respeitou o seu tempo mereceo a primazia na prompta de agudeza dos apothegmas, e ditos sentenciosos que tem meditado estudo proferia conforme a matéria em que se praticava, sendo todos regulados com tanta madureza, que athe os joviais não degeneravão em pueris.» - Bibliotheca Lusitana, Volume 3, Diôgo Barbosa Machado, Atlântida Editora, 1752, pág. 43[12]

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Essa "tradição" ou "escola" já veria detrás pois em 1670 publicou a obra de seu pai, Arte de Galanteria e Divinos y humanos versos.[4][13]

Igualmente concluiu a actual Igreja Matriz de Fronteira, uma obra iniciada pelo pai.[14]

Era amigo particular do grande D. Francisco Manuel de Melo.[11]

Foi sepultado no Convento da Trindade.[4]

Dados genealógicos[editar | editar código-fonte]

Filho de:

Casou com D. Filipa de Almeida, filha de D. Francisco de Almeida, comendador de São Salvador de Ribas de Basto e Santa Maria de Mesquitela na Ordem de Cristo, governador de capitão-general de Mazagão e Ceuta e de D. Ângela de Melo, filha da André Pereira de Miranda, senhor de Carvalhais e Ílhavo[15]. Sem geração[16]

Deixou como seu herdeiro o seu sobrinho D. Luís de Portugal da Gama[17].

Referências

  1. Bibliotheca lusitana, na qual se comprehende a noticia dos authores portuguezes, por Diogo Barbosa Machado e Bento José de Souza Farinha, 1787, pág. 22
  2. Historia geral de Portugal, e suas conquistas, Damião António de Lemos Faria e Castro, pág. 141, 1804
  3. (D.) Lucas de Portugal, Registo Geral de Mercês, Mercês da Torre do Tombo, liv. 23, f. 201v-202, ANTT
  4. a b c d e Bibliotheca Lusitana, Volume 3, Diôgo Barbosa Machado, Atlântida Editora, 1752, pág. 43
  5. «Gorjão Henriques», por Nuno Gorjão Henriques e Miguel Gorjão-Henriques, 1.a Edição, 2006, Volume I, pág. 542
  6. Aviso para D. Lucas de Portugal enviando-lhe um papel da forma que sua majestade queria ser servido no quarto do forte, Manuscritos da Livraria, n.º 167 (205), ANTT
  7. António Carvalho da Costa, Corografia portugueza e descripçam topografica do famoso reyno de Portugal, na Off. de Valentim da Costa Deslandes, 1708, pág. 60
  8. Bibliotheca Lusitana Historica, por Diogo Barbosa Machado, Vol. 2, 1747, pág. 230
  9. O Cerimonial na Construção do Estado Moderno, Portugal no concerto europeu (1640-1704), João Camilo Costa, Mestrado em História, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Departamento de História, 2013, pág. 55
  10. Collecção Moral de Apothegmas ou Ditos Agudos, e Sentenciosos, por Pedro José Suppico de Moraes, impressor do Santo Oficio Francisco de Oliveyra, Coimbra, 1761, parte II, pág. 424
  11. a b Portugal (D. Lucas de), Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, Volume V, pág. 1013, Edição em papel João Romano Torres - Editor, 1904-1915, Edição electrónica por Manuel Amaral, 2000-2010
  12. [1]
  13. Arte de Galanteria. Escreviòla D. Francisco de Portugal. Oferecida a las Damas de Palacio por D. Lucas de Portugal, Biblioteca Nacional de Portugal
  14. Igreja de Nossa Senhora da Atalaia, matriz de Fronteira, IGESPAR
  15. António Caetano de Sousa confundindo o seu nome chama-lhe D, Luiz de Portugal. - Historia genealogica da Casa Real Portugueza : desde a sua origem até o presente ..., , António Caetano de Sousa, - Lisboa Occidental : na Officina de Joseph Antonio da Sylva, impressor da Academia Real, 1743, tomo X, livro II, pág. 611
  16. Manuel José da Costa Felgueiras Gaio, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989. vol. V-pg. 499 (§2 N11 Gamas).
  17. Historia genealogica da Casa Real Portugueza : desde a sua origem até o presente ..., , António Caetano de Sousa, - Lisboa Occidental : na Officina de Joseph Antonio da Sylva, impressor da Academia Real, 1743, tomo X, livro II, pág. 611
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