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Lucy and the Popsonics

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Lucy and the Popsonics
Informações gerais
Origem Brasília
País Brasil
Gênero(s) Electro College Punk
Eletro Rock
Indie Hype
Instrumento(s) Baixo
Guitarra
Bateria eletrônica
Período em atividade 2005 - presente
Gravadora(s) Selo brasileiro Monstro Discos
Selo brasileiro Nacopajaz
Integrantes Fernanda Popsonic
Pil Popsonic
Neto Cavani


Lucy and the Popsonics[1] é uma banda brasileira oficializada em Brasília em novembro de 2005.[2] Formada pelo casal de namorados Fernanda Popsonic (vocalista e baixista) e Pil Popsonic (guitarrista), a banda tem como peculiaridade o fato de contar com uma bateria eletrônica batizada de Lucy que emite as batidas programadas de todas as canções e continua presente nos shows e nas gravações mesmo após a chegada do baterista Beto Cavani, ex-integrante dos grupos musicais Nata Violeta e Suíte Super Luxo, em 2010.[3]

Com som pesado e letras sarcásticas e bem humoradas, o conjunto assinou contrato com o selo brasileiro Monstro Discos em 2007 e com o selo francês Nacopajaz em 2008 para o lançamento do primeiro disco, o A Fábula (ou a Farsa?) de Dois Eletropandas.[4] O segundo disco do grupo, o Fred Astaire, foi produzido pelo produtor e músico John Ulhoa.[5]

Antecedentes, formação e início

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Brasília, cidade onde foi fundada a Lucy and the Popsonics.

A história da Lucy and the Popsonics começou em 2005 em Brasília,[3] após Fernanda Oliveira e Luiz Henrique Lima,[6] casal de namorados desde 1999,[3] quando integravam um outro grupo musical, decidirem formar uma banda própria, sem interferência de terceiros, já que haviam saído do antigo grupo em razão de desentimentos com os demais integrantes.[1] Tinham como referência as bandas The Kills, Stereo Total, The B-52´s, Kraftwerk, Devo e Vive La Fête e os cantores David Bowie e Björk.[2] Assim, em 2005, os dois gravaram algumas músicas, com uma bateria eletrônica fazendo as batidas programadas, Fernanda cantando e tocando baixo e Luiz Henrique, o Pil, executando os acordes e os riffs de guitarra.[1]

As gravações foram publicadas na internet e logo obtiveram milhares de visualizações.[7] Um dia, receberam uma filipeta de um festival de Brasília que estava selecionando novas bandas para a gravação de uma coletânea e também para a realização de alguns shows que ocorreriam em suas edições. Ciente de seu potencial, o casal se inscreveu no evento. Logo, os dois foram selecionados e, com isso, gravaram dois singles, o "Coração Empacotado" e o "Estetoscópio". No primeiro show, promovido pelo concurso, em novembro de 2005, decidiram oficializar definitivamente a banda.[2] Isso foi o estopim para, em menos de seis meses de formação, começarem a se apresentar em vários festivais independentes pelo Brasil.[8] Iam para o estúdio ensaiar toda sexta-feira.[9]

Na época, o duo era denominado Lucy, nome que Fernanda diz não ter tido um significado específico. Assim, muitos apreciadores do trabalho perguntavam quem era Lucy e, por isso, o casal decidiu batizar de Lucy o equipamento responsável pelas batidas e escolheu para si o sobrenome artístico de Popsonic.[4]

Em 2007, gravaram seu primeiro disco, o A Fábula (ou a Farsa?) de Dois Eletropandas, lançado em uma parceria entre o selo brasiliense Pulsorama e o goiano Monstro Discos em maio daquele ano. O álbum continha apenas canções curtas, a maioria com menos de três minutos, como "Garota Rock Inglês", "Coração Empacotado", "Eu Quero Ser Seu Tamagochi" e "Estetoscópio", [4]sendo estas duas últimas muito divertidas e alusivas aos jogos eletrônicos da década de 1980.[10] Mais tarde, em 2008, as faixas receberam uma nova versão pelo selo francês Nacopajaz.

No fim do ano da gravação do primeiro trabalho, fizeram uma turnê em Portugal, a qual seria a primeira de muitas apresentações internacionais realizadas por eles.[4]

Em 2010, resolveram contar com o apoio de um "baterista de carne e osso" apenas nos shows. Convidaram, então, Beto Cavani, ex-integrante dos grupos musicais Nata Violeta e Suíte Super Luxo, que aceitou a proposta. Mesmo assim, a bateria eletrônica Lucy continuou ativa nos festivais.[3]

Assim que gravaram suas primeiras músicas e publicaram na internet, Lucy and the Popsonics receberam milhares de visualizações. Em 2010, já contavam com mais de seiscentas mil visitas em seu perfil na plataforma de música MySpace. [10]

Entretanto, seu sucesso foi mais além do meio digital. Antes mesmo da gravação do primeiro disco, começaram a participar de grandes festivais de música de Brasília, como o Porão do Rock, Armazém Rolla Pedra e Noite Senhor F. [9]

Já em 2006, um ano após sua fundação, evoluíram para apresentações em eventos nacionais, dentre eles o Goiânia Noise e o Bananada, de Goiânia, o Planeta Terra, de São Paulo, o Mada, de Natal, o RecBeat, de Recife, o Jambolada, de Uberlândia, o Calango, de Cuiabá, e o Laboratório Pop, do Rio de Janeiro.[11]

Mais tarde, também realizaram turnês em diversos países, como Estados Unidos, Inglaterra, França, Espanha, Alemanha e Portugal, com destaque para o conceituado norte-americano South by Southwest, em Austin.[3]

A Fábula (ou a Farsa?) de Dois Eletropandas

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A Fábula (ou a Farsa?) de Dois Eletropandas, primeiro disco da Lucy and the Popsonics, foi lançado pelo selo brasiliense Monstro Discos em parceria com o selo goiano Pulsorama em maio de 2007. Possui esse nome em razão de uma estória criada por Fernanda e Pil para divulgar a obra. O conto foi publicado da seguinte forma no MySpace: "A próxima dominação do mundo já começou. Esqueça os seres extraordinários e extraterrenos: desta vez quem aporta na indie-Terra, vindos de uma outra galáxia sem comprometimento político ou social, são os Eletropandas. Esses pequenos seres dengosos e de fofura sem igual abduziram telepaticamente, em 2005, dois seres humanos e os convenceram a gravar uma obra musical sem precedentes nem antepassados, calcada na extroversão, na moda e nas coisas boas da vida. Fernanda e Pil Popsonic, parceiros de Lucy, uma bateria eletrônica sentimentalista, foram condicionados às idéias e preceitos destes pequenos seres. Do relacionamento traçado entre Popsonics e Eletropandas surgiu um trabalho pop que mistura punk, electro, college e um casal apaixonado".[11]

O álbum contém oito faixas: "Coração Empacotado", "Estetoscópio", "Chick Chick Boom", "Fashion Bludy Fashion", "Eu Quero Ser Seu Tamagochi", "Garota Rock Inglês", "Meu Gatinho Chernobil" e "Chanson Française".[12] Todas tem um som que remete às trilhas sonoras dos jogos eletrônicos da década de 1980, com destaque para a canção "Eu Quero Ser Seu Tamagochi", que faz alusão ao brinquedo que fez sucesso na época, popularmente conhecido como "bichinho virtual".[10]

Todas as músicas são curtas, a maioria com menos de três minutos. Sobre o motivo dessas composições rápidas, Fernanda explica: "Em Brasília, ninguém faz show de mais de trinta minutos".[4]

Ficheiro:Fred Astaire, Sem data.tif
Fred Astaire, artista norte-americano que inspirou o nome do segundo álbum de Lucy and the Popsonics.

Fred Astaire, o segundo álbum da Lucy and the Popsonics, foi produzido por John Ulhoa, integrante da banda Pato Fu,[5] lançado em 2010,[3] e tem nove faixas.[12]

"Multitarefa", a primeira faixa, tem banjo sampleado com riif de guitarra simples, sustentado por uma batida quatro por quatro, típica do gênero rock, e uma melodia de piano blues misturado com vários sons eletrônicos. Em seguida vem a canção "Biff Bang Pop" com uma característica digital alusiva aos Kraftwerk.

No disco, o conjunto faz ainda uma releitura da música "Refuse Resist", do Sepultura, mas de uma forma bem diferente da versão original.

A canção homônima ao álbum tem uma letra que se refere ao cotidiano na metrópole Brasília,[7] sendo iniciada com os seguintes versos: "Vivo numa maquete/ Me sinto um rato branco/ Sou um experimento/ Trabalho em um banco/ As horas me oprimem/ O elevador comprime/ E o digital distrai".[13]

As outras faixas são "A Síndrome das Pernas Inquietas", "Eu Vou Casar com um Cosmonauta", "Oito-Bits", "Pop Doll Killer", Por Que Você Não Morre?" e "Ziggy",[12] que homenageia David Bowie.[3]

Além da música, o casal se destaca por seu visual e ditam moda, inclusive participaram da Semana da Moda em 2006, evento promovido FNAC, rede de lojas varejistas de roupas e acessórios ativa no Brasil entre o fim da década de 1990 e o ano de 2018.[14]

A forma de Fernanda se vestir para se apresentar em shows sempre é aguardada ansiosamente pelos fãs. No festival Planeta Terra, em São Paulo, no dia 10 de novembro de 2007, a vocalista usou um vestido verde, da estilista Fernanda Ferrugem, com cinto amarelo da Via Uno (comprado no dia anterior) marcando a cintura alta, munhequeira vermelha da Galeria do Rock e tênis Converse. Pil vestiu uma camiseta roxa estilizada por ele algumas horas antes do show com a frase "Afraid of big stage" ("Medo de palco grande", em inglês) em amarelo, calça preta da Marisa e tênis Triton. Para completar, uma rosa vermelha na correia dos instrumentos de ambos.[15]

Essa irreverência no vestir foi observada até mesmo na cerimônia de casamento dos dois, em que Fernanda usou um vestido curto com uma grande flor vermelha e um penteado idêntico ao de Marilyn Monroe, contrariando a mãe e o cabeleireiro, e o noivo vestiu um terno branco para combinar com o tema de anos 60.[6]

Álbuns de estúdio

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  • Fred Astaire - produtor John Ulhoa (2010)
  • A Fábula (ou a Farsa?) de Dois Eletropandas - selo francês Nacopajaz (2009)
  • A Fábula (ou a Farsa?) de Dois Eletropandas - selo brasileiro Monstro Discos (2007)
  • I Wanna Be Your Tamagotchi - Europe (2009)

Referências

  1. a b c Rolling Stone Lucy & the Popsonics
  2. a b c «Lucy & The Popsonics». A Capa. 18 de janeiro de 2008. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  3. a b c d e f g Geral, Arquivo. «Lucy and the Popsonics encerra temporada de Encantadoras Brasília». Jornal de Brasília. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  4. a b c d e Folha de S.Paulo Lucy and the Popsonics faz som alegre e descontraído
  5. a b Correio Braziliense O duo brasiliense de indie rock Lucy and The Popsonics prepara álbum produzido por John Ulhoa
  6. a b [www.correiobraziliense.com.br «Vestida de atitude»] Verifique valor |url= (ajuda). Correio Braziliense. 23 de novembro de 2010. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  7. a b Lussi, Mauro. «Lucy and the Popsonics». Rádio UFSCAR. Consultado em 31 de agosto de 2020 
  8. Folha de S.Paulo Lucy and the Popsonics faz som alegre e descontraído
  9. a b Sousa, Alex Vidigal Rodrigues de; Giuntini, Mauro (2007). [wwe.intercom.com.br «Sobre o amor e suas consequências»] Verifique valor |url= (ajuda). Universidade Católica de Brasília. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  10. a b c «Cultura Brasil - Mais uma sensação hype». cmais+. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  11. a b «Porão do Rock 2008». M.O.V.I.N [UP]. 22 de julho de 2008. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  12. a b c «Lucy and The Popsonics». Letras.mus.br. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  13. «Fred Astaire - Lucy and The Popsonics». Letras.mus.br. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  14. Sousa, Alex Vidigal Rodrigues de; Giuntini, Mauro (2007). [wwe.intercom.com.br «Sobre o amor e suas consequências»] Verifique valor |url= (ajuda). Universidade Católica de Brasília. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  15. [www.uol.com.br «Cansei de Ser Sexy adianta sua coleção para a Zapping em show»] Verifique valor |url= (ajuda). Uol. 12 de novembro de 2007. Consultado em 1 de setembro de 2020