Luta senegalesa

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Luta senegalesa
Luta senegalesa
Luta entre Mame Balla e Pape Mor Lô no AccorHotels Arena, em Bercy, em Paris, durante a turnê mundial de luta livre africana, em 2013.
Informação geral
Prática arte marcial
Foco luta corpo a corpo
soco
Outras informações
Esporte olímpico não
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A luta senegalesa (làmb[1] em língua uolofe, njom em língua sererê) é uma luta tradicional muito popular no Senegal e na Gâmbia. É uma luta em que o praticante pode socar o adversário, bem como recorrer ao combate corpo a corpo.[2] Inicialmente um esporte amador, a luta senegalesa se tornou um esporte profissional.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Inicialmente, as lutas ocorriam após a estação das chuvas, e o vencedor dos torneios ganhava a posse do gado, dos cereais e dos demais bens em disputa. Ao longo do tempo, os torneios foram ganhando importância, e a remuneração dos vencedores também cresceu.

Grandes nomes marcam a história da modalidade: Falaye Baldé, Double Less, Mbaye Gueye (Tigre de Fass), seu irmão menor Moustapha Guèye, Manga 2 (Rei das Arenas), entre outros.

Com o surgimento de Mouhamed Ndao (Tyson), a luta tornou-se definitivamente profissional, com cachês de milhões de francos e um grande número de espectadores. Atualmente, os combates são um grande evento esportivo, que mobiliza a mídia e a atenção de residentes e membros da diáspora.

A partir de maio de 2010, Fabrice Allouche (ex-campeão mundial de kickboxing) se tornou o primeiro branco a lecionar numa escola de luta senegalesa: no caso, como técnico de boxe e preparador físico e mental.

Em seguida, outro branco, o espanhol Juan Espino, apelidado de "Leão Branco", lutou na arena, e suas vitórias despertaram a atenção de todos.

Ritual[editar | editar código-fonte]

A luta possui numerosos rituais místicos, como canções de bravura que estimulam os lutadores. As cerimônias também visam a espantar a má sorte antes de cada combate. Em cada luta, os lutadores são acompanhados por um cortejo de religiosos, numa tentativa de conferir sorte ao lutador.

Regulamento[editar | editar código-fonte]

O regulamento é complexo. A luta é arbitrada por três juízes. O combate é composto por dois períodos de dez minutos, podendo haver prolongações. Os lutadores combatem com as mãos nuas e sem proteção. O combate termina quando um dos lutadores cai no chão. É considerado queda quando o lutador encosta a cabeça, as nádegas ou as costas no chão, ou quando ele se apoia sobre os quatro membros no chão. O lutador também pode ser considerado derrotado quando ele não apresenta mais condições físicas de continuar a luta.

Alguns campeões[editar | editar código-fonte]

  • Arenas Zacharie, chamado "a hiena"
  • Balla Beye 1 (anos 1980-90)
  • Balla Beye 2 (anos 1990-2010)
  • Balla Gaye 2
  • Falaye Baldé (anos 1960-70)
  • Serigne Ousmane Dia
  • Robert Diouf (Mohamed Ndiaye) (anos 1960-70)
  • Mbaye Guèye (anos 1970-80)
  • Moustapha Guèye (anos 1990-2000)
  • Eumeu Sène
  • Gris Bordeaux (Ibrahima Dione)
  • Lac de Guiers 2
  • Papa Kane (anos 1970-80)
  • Boy Bambara (anos 1970-80)
  • Double Less (anos 1970-80)
  • Tyson (Mouhamed Ndao) (anos 1990-2010)
  • Yékini (Yakhya Diop) (anos 1990-2010)
  • Zale Lo (anos 1990-2010)
  • Modou Lô
  • Pape Diop (anos 1970-80)
  • Mor Fadam (anos 1980-2000)
  • Toubabou Dior (anos 1980-2000)
  • Manga 2 (anos 1970-80)

Competições[editar | editar código-fonte]

As competições ocorrem ao longo de todo o ano, geralmente no sábado ou domingo, principalmente no estádio Demba-Diop. Mas as lutas mais populares ocorrem em primeiro de janeiro, no Estádio Léopold Sédar Senghor, em Dacar, e no dia quatro de abril, dia da independência do Senegal.

Filatelia[editar | editar código-fonte]

Albert Decaris criou, para o correio senegalês, um selo postal intitulado "lutas africanas".

Commons
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Referências

  1. Giselle Hirata (14 de agosto de 2013). «"Sumô" do Senegal tem Mike Tyson africano e bolsa de R$ 300 mil por luta... - Veja mais em www.uol.com.br/esporte/mma/ultimas-noticias/2013/08/14/luta-livre-no-senegal-tem-mike-tyson-e-bolsa-de-r-300-mil-por-luta.htm?cmpid=copiaecola». Consultado em 27 de setembro de 2020 
  2. AmiinA (28 de maio de 2009). «Sport National». Consultado em 27 de setembro de 2020 
  3. «Tout savoir sur la lutte sénégalaise». 30 de maio de 2005. Consultado em 27 de setembro de 2020