Maíra (mitologia)

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Maíra
MahyraMair
sucessor de Maíra-humane

Mahyra, Maíra, ou Maire[1] é um título e não necessariamente um nome próprio, mas nesse caso se refere especificamente a um personagem da mitologia tupi-guarani, que representa o herói mítico ou grande ancestral,[2] pai dos gêmeos Korahi e Sahi (o sol e a lua). Estes que completam o trabalho de separação da natureza e da cultura, iniciados por Mahyra, o herói civilizador por excelência, pois ele quem roubou o fogo do urubu e o deu aos homens.

Teria sido um profeta, sucessor de Mairumûana (o "Maire de Monan") ou Maíra-humane (literalmente, "o antigo Maíra": Maíra + umûan, "antigo" + a, sufixo). Os índios tupis do litoral brasileiro do século XVI associaram este ser mitológico aos homens brancos e, em especial, aos navegadores franceses, passando a chamá-los de "mair".[3]

Inicialmente, os tupinambás consideravam-se filhos do herói mítico ou grande ancestral Maíra. E chamavam o território tupinambá no período pré-cabraliano (atuais estados brasileiros do Amapá, Pará e, Maranhão) pelo topônimo "Mairi"; termo com origem no nheengatu, que inicialmente significaria o "território de Maíra" ou "terra dos filhos de Maíra".[4]

Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 066.
  2. Mairi. [S.l.: s.n.] 
  3. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 254
  4. Neves, Ivânia dos Santos (2022). Mairi a terra de maíra: a ancestralidade indígena eclipsada em Belém. 7. Rio de Janeiro: Policromias revista do discurso, imagem e som. pp. 178–205 
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