Macadâmia

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Fruto e noz-macadâmia descascada.

Macadâmia, noz-macadâmia[1] ou, ainda, noz-de-Queensland,[2] são designações dada à noz conhecida pelo nome comercial de macadâmia, a semente comestível de duas espécies de árvores do género Macadamia da família das Proteaceae.[1]

Origem[editar | editar código-fonte]

A macadâmia é um fruto doce extraído de uma árvore originária da Austrália,[3] pertencente a uma das espécies do género Macadamia são exploradas comercialmente: a Macadamia integrifolia, originária de Queensland, onde cresce em florestas muito úmidas, e a Macadamia tetraphylla, originária da Nova Gales do Sul.[3]

O nome da planta foi dado pelo botânico Ferdinand von Mueller, o seu descobridor, em honra a um colega seu, o naturalista e político australiano de origem escocesa John Macadam.[3][nota 1]

Produção[editar | editar código-fonte]

Segundo um estudo publicado em 2019 na revista Frontiers in Plant Science, cerca de 70% das nozes de macadâmia comerciais do mundo provêm de uma única árvore, situada em Gympie, na Austrália.

De acordo com o estudo, essa árvore em particular — ou, possivelmente, um pequeno número delas — é a progenitora ancestral das plantações comerciais do Havai, que serão seus clones genéticos.

A história do cultivo da macadâmia remonta ao século XIX, quando exploradores transportaram espécimes desta noz, nativa das florestas subtropicais australianas, para o Havai, onde encontraram condições favoráveis para o seu desenvolvimento.

O género taxonómico da macadâmia tem quatro espécies diferentes, mas a maioria das nozes comestíveis é da espécie Macadamia integrifolia.

No início do século XX, o Havai tornou-se o maior produtor comercial de nozes de macadâmia. Nos últimos 50 anos, a indústria expandiu-se rapidamente, com a Austrália, África do Sul, Quénia e Estados Unidos a tornarem-se também produtores significativos deste apreciado petisco.

Os produtores modernos propagaram as suas plantações a partir de árvores havaianas que, por sua vez, foram clonadas a partir das árvores de Gympie..

Esta uniformidade genética, embora benéfica para a produção consistente, coloca a cultura em risco, por aumentar a probabilidade de ocorrência de doenças e agravar o impacto de alterações climáticas.

No entanto, as árvores selvagens de macadâmia da Austrália apresentam uma grande diversidade genética, que lhes oferece uma defesa natural mais eficaz contra estas pressões ambientais.[4]

Utilização e valor nutricional[editar | editar código-fonte]

Macadâmia, nozes cruas
Valor nutricional por 100 g (3,53 oz)
Energia 3080 kJ (740 kcal)
Carboidratos
Carboidratos totais 13.8 g
 • Açúcares 4.57 g
 • Fibra dietética 8.6 g
Gorduras
 • saturada 12 g
 • monoinsaturada 59 g
 • poli-insaturada 1.5 g
Proteínas
Proteínas totais 7.9 g
Vitaminas
Tiamina (vit. B1) 1.195 mg (104%)
Riboflavina (vit. B2) 0.162 mg (14%)
Niacina (vit. B3) 2.473 mg (16%)
Ácido pantotênico (B5) 0.76 mg (15%)
Vitamina B6 0.275 mg (21%)
Ácido fólico (vit. B9) 11 µg (3%)
Vitamina C 1.2 mg (1%)
Vitamina E 0.54 mg (4%)
Minerais
Cálcio 85 mg (9%)
Ferro 3.69 mg (28%)
Magnésio 130 mg (37%)
Manganês 4.1 mg (195%)
Fósforo 188 mg (27%)
Potássio 368 mg (8%)
Zinco 1.30 mg (14%)
Full Link to USDA Database entry
Percentuais são relativos ao nível de ingestão diária recomendada para adultos.

A macadâmia tem uma composição muito rica em ácidos gordos, com predominância para os ácidos gordos insaturados:

A noz de macadâmia madura apresenta gosto agradável, com uma acidez que não ultrapassa os 2 %.

Notas

  1. Não confundir com o também engenheiro escocês John Loudon McAdam.

Referências

  1. a b Adm. APTA (2013). «Cultivo Consorciado de Café e Macadâmia». Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, nº 2 
  2. Informações econômicas, Volume 36, número 5 (PDF). [S.l.]: Instituto de Economia Agrícola, Secretaria da Agricultura. 2006. Consultado em 15 de março de 2019 
  3. a b c SCHNEIDER, L.M.; ROLIM, G.S.; SOBIERAJSKI, G.R.; PRELA-PANTANO, A.; PERDONÁ, M.J (2012). Zoneamento agroclimático de nogueira-macadamia para o Brasil. [S.l.]: Revista Brasileira de Fruticultura, v. 34, nº 2. pp. 515–524 
  4. «Wild Origins of Macadamia Domestication Identified Through Intraspecific Chloroplast Genome Sequencing» 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]