José Machado Lopes

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José Machado Lopes
José Machado Lopes
Dados pessoais
Nascimento 13 de maio de 1900
Rio de Janeiro Rio de Janeiro
Morte 18 de março de 1990 (89 anos)
Rio de Janeiro Rio de Janeiro
Vida militar
País  Brasil
Força Exército
Hierarquia Marechal
Comandos
Batalhas Segunda Guerra Mundial

José Machado Lopes (Rio de Janeiro, 13 de maio de 1900Rio de Janeiro, 18 de março de 1990) foi um militar brasileiro. Durante a 2ª Guerra Mundial integrou a FEB, depois seria interventor federal no Ceará e comandante do III Exército, em Porto Alegre, onde foi uma das figuras centrais da Campanha da Legalidade.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Machado Lopes ingressou na carreira militar aos 13 anos, ao ser aceito no Colégio Militar de Barbacena, Minas Gerais. Com dezenove anos, passa a frequentar a Escola Militar do Realengo, destacando-se entre os demais alunos. Em 1922 foi denunciado como participante do levante tenentista de 5 de julho e injustamente punido. A revolta foi debelada no mesmo dia, com Machado Lopes combatendo os revoltosos, defendendo a legalidade, postura que manteve ao longo de toda sua carreira militar — e, em consequência, recebeu elogios do Congresso e dos generais Manuel Lopes Carneiro da Fontoura e Alfredo Ribeiro da Costa. Em agosto de 1922, foi designado diretor da Escola Regimental do 5º Batalhão de Engenharia, situado em Curitiba, e em junho do ano seguinte foi promovido a primeiro-tenente.

Servia em Santo Ângelo, Rio Grande do Sul, quando, em outubro de 1924, um grupo de jovens oficiais comandados por Luís Carlos Prestes se revoltou. Machado Lopes, entre outros, manteve-se fiel ao governo federal e foi feito prisioneiro pelo grupo, enquanto o restante da unidade daria origem à Coluna Prestes.

Em 1935 cursava a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, no Rio de Janeiro, e combateu os revoltosos que haviam tomado o 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha, um dos focos da Intentona Comunista.

Em 1944 integrou a Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial, comandando o 9° Batalhão de Engenharia. Na Itália, participou da Batalha de Monte Castello (1944-1945) e da Batalha de Castelnuovo (1945).

Em 28 de outubro de 1946 foi nomeado interventor federal no Ceará pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, ficando no cargo até 3 de fevereiro de 1947. Seria, depois, comandante da 3ª Divisão de Cavalaria de Bagé, diretor do setor de Engenharia do Exército, adido militar em Washington e comandante da 7ª Divisão de Infantaria, em Pernambuco.

No final de 1960 foi promovido a general-de-exército, e em 15 de fevereiro de 1961 nomeado comandante do III Exército, com base em Porto Alegre, tendo sob suas ordens 120 mil homens nos três estados da Região Sul. Exerceu o cargo de 6 de abril a 24 de outubro desse ano.[1]

Em 25 de agosto, o presidente Jânio Quadros renunciou ao cargo. Os ministros militares Odílio Denys, da Guerra, Gabriel Grün Moss, da Aeronáutica, e Sílvio Heck, da Marinha, tentam impedir a posse do vice-presidente, João Goulart. Machado Lopes inicialmente se mantém fiel à hierarquia militar, mas acaba aderindo à Campanha da Legalidade, comandada por Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, após ordem do comando militar para bombardear o Palácio Piratini e silenciar a Rede da Legalidade.[2] Com a posse de Jango, foi convidado para o Ministério da Guerra, mas não aceitou o cargo.

Foi Chefe do Estado-Maior do Exército, de 5 de setembro de 1962 a 12 de setembro de 1963.[3]

Em setembro de 1964 foi para a reserva como marechal. Publicou suas memórias em 1980.

Referências

  1. «Galeria de Ex-Comandantes do CMS». Consultado em 27 de janeiro de 2021 
  2. ClicRbs acessado em 9 de setembro de 2008
  3. «Ex-Chefes do EME». Consultado em 27 de janeiro de 2021 

Precedido por
Pedro Firmeza
Governador do Ceará
1946 — 1947
Sucedido por
José Feliciano de Ataíde
Precedido por
Mário Poppe de Figueiredo

15º Comandante do III Exército

1961
Sucedido por
Nestor Penha Brasil
Precedido por
Emílio Rodrigues Ribas Júnior

32º Chefe do Estado-Maior do Exército

1961 - 1962
Sucedido por
Breno Borges Fortes