Maiêutica

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A maiêutica socrática tem como significado “dar à luz”, “dar parto”, “parir” o conhecimento (em grego, μαιευτικη — maieutike — significa “arte de partejar”).[1] É um método ou técnica que pressupõe que "a verdade está latente em todo ser humano, podendo aflorar aos poucos na medida em que se responde a uma série de perguntas simples, quase ingênuas, porém perspicazes".[2][3]

Sócrates conduzia este “parto” em duas etapas:

  • Na primeira, levava o interlocutor a duvidar de seu próprio saber sobre determinado assunto, revelando as contradições presentes em sua atual forma de pensar, normalmente baseadas em valores e preconceitos sociais.
  • Na segunda, levava o interlocutor a vislumbrar novos conceitos, novas opiniões sobre o assunto em pauta, estimulando-o a pensar por si mesmo.[carece de fontes?]

Ou seja: a maiêutica primeiro demole, depois ajuda a reconstruir conceitos, transitando do básico ao elaborado, “parindo” noções cada vez mais complexas.

A autorreflexão, expressa no nosce te ipsum"conhece a ti mesmo" — põe o Homem na procura das verdades universais que são o caminho para a prática do bem e da virtude. A maiêutica, criada por Sócrates no século IV a.C., tem seu nome inspirado na profissão de sua mãe, Phaenarete, que era parteira. Sócrates esclarece isso no famoso diálogo Teeteto.[4]

Vale ressaltar que a maiêutica é, até nossos dias, um importante componente pedagógico, ao estimular o estudante a construir o seu próprio conhecimento por meio do uso e direcionamento de perguntas e respostas formuladas pelo mestre. Há certa divergência historiográfica sobre o uso de tal método por Sócrates.[5] Historiadores afirmam que a denominação e associação de tal método ao filósofo decorre da narração, não necessariamente fiel, da vida de Sócrates por Platão. Deve-se chamar, então, a instrumentação argumentativa do filósofo de elenkhos.

Sinônimos[editar | editar código-fonte]

Dialética: na Grécia antiga, “arte do diálogo”. Aos poucos, passou a ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese através de uma argumentação capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão.

Gnosiologia: ramo da filosofia que se preocupa com a validade do conhecimento em função do sujeito cognoscente, ou seja, daquele que conhece o objeto. Em grego, gnosis significa “conhecimento” e logos, "doutrina".

Tictologia: composta de ticto, do verbo tíctein (parir, dar à luz), e logos (doutrina, teoria, tratado).

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Dicionário On-Line de Português — verbete "Maiêutica" (http://www.dicio.com.br/maieutica/)
  2. InfoEscola — artigo "Maiêutica" (http://www.infoescola.com/filosofia/maieutica/)
  3. Conceito.de — artigo "Conceito de Maiêutica" (http://conceito.de/maieutica)
  4. PLATÃO. Teeteto — Crátilo. In: Diálogos de Platão. Tradução do grego por Carlos Alberto Nunes. 3a. ed., Belém: Universidade Federal do Pará, 2001, p. 45.
  5. «Divergências historiográficas sobre a Maiêutica». Arquivado do original em 27 de fevereiro de 2014 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]