Mano Brown

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Mano Brown
Mano Brown
Brown em 2013
Nome completo Pedro Paulo Soares Pereira
Outros nomes Brown
Nascimento 22 de abril de 1970 (53 anos)
São Paulo
Residência brasileiro
Cônjuge Eliane Dias
Filho(a)(s) 2
Ocupação
Período de atividade 1988-presente
Carreira musical
Gênero(s)
Instrumento(s) Vocais
Gravadora(s) Cosa Nostra – presente

Pedro Paulo Soares Pereira OMC (São Paulo, 22 de abril de 1970), mais conhecido como Mano Brown, é um rapper e compositor brasileiro. Ele é um dos integrantes dos Racionais MC's, grupo de rap formado na capital paulista em 1988 e integrado por Ice Blue (Paulo Eduardo Salvador), Edi Rock (Edivaldo Pereira Alves) e KL Jay (Kleber Geraldo Lelis Simões).

A revista Rolling Stone promoveu em outubro de 2008 a lista dos 100 maiores artistas da música brasileira,[1] na qual ele ficou no 28.° lugar.[2]

Mano Brown se notabilizou por sua aversão à mídia de massa. Raramente concede entrevistas a jornais, revistas ou programas televisivos. Também são raras as vezes que os Racionais MC'S fizeram alguma apresentação na TV, exceto quando transmitidos em shows ao vivo. Suas letras tratam da realidade que ele viveu e presenciou nas favelas e periferias.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Pedro Paulo Soares Pereira nasceu na cidade de São Paulo em 22 de abril de 1970. Brown é filho de Ana (falecida em 16 de dezembro de 2016), cresceu na periferia da cidade no bairro do Capão Redondo (Parque Santo Antonio), extremo sul de São Paulo.[3] Mano Brown nunca conheceu seu pai, porém uma publicação revelou que seu pai possuía origens italianas.[4] Quanto a dona Ana, Brown a homenageia em letras suas. Numa delas ("Negro Drama"), diz: "Aí, dona Ana, sem palavras, a senhora é uma rainha!".

De acordo com o site Vidaloka.net, Brown iniciou carreira solo em 2016, lançando seu primeiro CD no mês de dezembro do mesmo ano, denominado Boogie Naipe (mesmo nome da gravadora cujos proprietários são o rapper e sua esposa). Seu parceiro Lino Krizz faz participação em quase todas as músicas. Sua levada vai do soul ao funk das antigas e suas referências são Marvin Gaye entre outros artistas que tocavam nos bailes blacks dos anos 70 e 80.[5]

Ao vivo no Black Bom Bom (2012)

Mano Brown é autor de canções como "Vida Loka I", "Vida Loka II", "Negro Drama" (com Edi Rock), "A Vida é Desafio", "Jesus Chorou", "Da Ponte pra Cá", "Capítulo 4, Versículo 3", "Tô Ouvindo Alguém Me Chamar", "Diário de um Detento", "Fórmula Mágica da Paz", "Homem na Estrada", "Fim de Semana no Parque" (com Edi Rock), "Mano Na Porta do Bar", "Negro Limitado" (com Edi Rock), "Pânico na Zona Sul" e "Eu Sou 157".[6]

Em 2015, Brown aceitou a parceria com o cantor Naldo Benny[7] para juntos gravarem a canção "Benny & Brown". O videoclipe foi gravado no Capão Redondo e no Complexo da Maré (onde Naldo cresceu), entre outras locações nas duas cidades (Rio de Janeiro e São Paulo).[8]

Em 2016, a revista Rolling Stone Brasil elegeu Boogie Naipe como o 4º melhor disco brasileiro de 2016.[9] Em 2017, a obra foi indicada ao Grammy Latino de 2017 de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa.[10] Em agosto de 2021, lançou o podcast Mano a Mano.[11]

Título de Doutor Honoris Causa[editar | editar código-fonte]

Em 1 de novembro de 2023, o rapper foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). A cerimônia teve como palco o Teatro Municipal Candinha Dórea, na cidade de Itabuna, na região sul da Bahia, sede da reitoria. O título honorífico foi entregue e assinado pela Magnífica Reitora da instituição, Joana Angélica Guimaraes da Luz. A escolha de Mano Brown foi referendada pelo seu Conselho Universitário (CONSUNI) que aprovou a entrega do título por unanimidade. Nesta ocasião, Mano Brown disse que se considera "afro-baiano", porque sua mãe, Ana Soares, nasceu neste estado do Nordeste Brasileiro e migrou para São Paulo quando tinha 15 anos, indo em busca de melhores oportunidades. Ela morreu em 2016 aos 85 anos.[12]

Problemas com a justiça[editar | editar código-fonte]

Brown recebendo o Prêmio APCA (2023)

Brown chegou a ser preso em 27 de julho de 2004 por desacato a autoridade ao tentar agredir policiais militares, após estes perseguirem o compositor até sua casa por terem descoberto um cigarro de maconha.[13][14] No dia seguinte, foi solto após pagar fiança de R$ 60,00.[15]

Em 2007, ele se envolveu em uma briga em um jogo do clube do time pelo qual torce, o Santos Futebol Clube, sendo também associado à Torcida Jovem do Santos. Foi detido e posteriormente solto por falta de provas.[16] Segundo o que disse à revista, ele não se envolvia com o crime.[17]

Em 6 de abril de 2015, Mano Brown foi detido por desacato, desobediência e resistência à prisão, após ser parado em uma Blitz da Polícia Militar no bairro de Vila Andrade, zona sul de São Paulo. Segundo a PM, a habilitação e o IPVA do veículo que dirigia estavam vencidos desde 2012. O então secretário de direitos humanos da cidade de São Paulo, Eduardo Suplicy, pronunciou-se em defesa de Brown, alegando abuso de autoridade por parte dos policiais que abordaram o rapper.[18]

Discografia[editar | editar código-fonte]

Álbuns com Racionais MC's[19][editar | editar código-fonte]

Mano Brown (2013)

Coletâneas[editar | editar código-fonte]

Álbuns ao vivo[editar | editar código-fonte]

DVDs[editar | editar código-fonte]

Álbuns solo[editar | editar código-fonte]

Prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

Grammy Latino[editar | editar código-fonte]

Ano Categoria Indicação Resultado
2017 Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa Boogie Naipe Indicado

Referências

  1. «Os 100 Maiores Artistas da Música Brasileira». Rolling Stone. 16 de outubro de 2008. Consultado em 19 de junho de 2020 
  2. Da redação (15 de outubro de 2008). «Revista escolhe os 100 maiores da música brasileira;». Bol. Consultado em 30 de maio de 2014 
  3. «Atual e polêmico, Mano Brown completa 43 anos de vida». Portal RAP NACIONAL. Consultado em 3 de abril de 2016 
  4. Caramante, Por André (11 de janeiro de 2010). «Eminência Parda». Rolling Stone. Consultado em 27 de janeiro de 2024 
  5. Mano Brown tem editado em LP duplo o álbum solo em que curte a 'soulfrência'
  6. disse, Endrigo Chiri (22 de julho de 2014). «Mano Brown: Eu questiono porque não basta ser». Revista Cult. Consultado em 8 de agosto de 2020 
  7. «Naldo e Mano Brown lançam parceria polêmica que exalta Romero Britto». Música. Consultado em 3 de abril de 2016 
  8. «Veja o clipe da parceria entre Naldo Benny e Mano Brown |». billboard.com.br. Consultado em 3 de abril de 2016 
  9. «Melhores Discos Nacionais de 2016». Rolling Stone Brasil. Grupo Spring de Comunicação. 2016. Consultado em 20 de janeiro de 2019 
  10. Ceccarini, Viola Manuela (20 de novembro de 2017). «The 18th Latin GRAMMY Awards in Las Vegas». Livein Style. Consultado em 28 de dezembro de 2017 
  11. «Mano Brown diz que seu podcast é para 'moleques entender'». Portal Terra. Consultado em 24 de março de 2022 
  12. «Mano Brown recebe título de 'doutor honoris causa' por universidade na BA: 'tenho orgulho em dizer que sou afrobaiano'». G1 Bahia 
  13. «Folha Online - Cotidiano - Mano Brown foi preso acusado de desacato - 27/07/2004». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 22 de Novembro de 2009 
  14. «Mano Brown é preso por desacato à autoridade - Terra - Música». musica.terra.com.br. Consultado em 22 de Novembro de 2009 
  15. «Folha Online - Cotidiano - Rapper Mano Brown sai da cadeia após pagar R$ 60 de fiança - 28/07/2004». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 22 de Novembro de 2009 
  16. «G1 >Edição São Paulo - NOTÍCIAS - Após briga em estádio, Mano Brown é liberado por falta de provas». g1.globo.com. Consultado em 22 de novembro de 2009 
  17. «EGO - NOTÍCIAS - Mais magro e malhado, Mano Brown é capa da 'Rolling Stone Brasil'». ego.globo.com. Consultado em 11 de Dezembro de 2009 
  18. «Mano Brown é detido em São Paulo». G1. Consultado em 13 de Abril de 2015 
  19. «Racionais Mc's Site Oficial». Consultado em 8 de agosto de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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