Mapa conceitual

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Mapas conceituais)
Exemplo de aplicação de mapa conceitual na estrutura de um software livre.

A teoria a respeito dos mapas conceituais foi desenvolvida na década de 70 pelo pesquisador e professor norte-americano Joseph Novak.[1]

Ele define mapa conceitual como uma ferramenta administrativa, para organizar e representar o conhecimento, de forma geral, sendo basicamente um aperfeiçoamento do conhecido organograma, somente que, bastante, e muito detalhado, com fins de ser utilizado em trabalho de equipa e/ou em colegiado.

O então chamado mapa conceitual, foi originalmente baseado na teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel. A aprendizagem pode ser dita significativa quando uma nova informação adquire significado para o aprendiz através de uma espécie de "ancoragem" em aspectos relevantes da estrutura cognitiva preexistente do indivíduo. Na aprendizagem significativa há uma interação entre o novo conhecimento e o já existente, na qual ambos se modificam. À medida que o conhecimento prévio serve de base para a atribuição de significados à nova informação, ele também se modifica. A estrutura cognitiva está constantemente se reestruturando durante a aprendizagem significativa. O processo é dinâmico; o conhecimento vai sendo construído.

Podemos dizer que mapa conceitual é uma representação gráfica em duas ou mais dimensões de um conjunto de conceitos construídos de tal forma que as relações entre eles sejam evidentes. Os conceitos aparecem dentro de caixas enquanto que as relações entre os conceitos são especificadas através de frases de ligação nos arcos que unem os conceitos. As frases de ligação têm funções estruturantes e exercem papel fundamental na representação de uma relação entre dois conceitos. A dois conceitos, conectados por uma frase de ligação chamamos de proposição. As proposições são uma característica particular dos mapas conceituais se comparados a outros tipos de representação como os mapas mentais.

Técnica de construção de mapas conceituais[editar | editar código-fonte]

Uma possível técnica de construção de um mapa conceitual pode seguir as seguintes etapas:

a) ter, antes, uma boa inteligência inicial cuja resposta estará expressa no mapa geográfico construído;
b) escolher um conjunto de conceitos (palavras-chave) dispondo-os no final do espaço onde o mapa será elaborado;
c) escolher um conceito para estabelecimento da(s) relação(ões) entre eles;
d) decidir qual o par e escrever uma frase de ligação para esse par de conceitos escolhido;
e) a repetição das etapas c) e d) tantas vezes quanto se fizer necessário (em geral até que todos os conceitos escolhidos tenham, ao menos, uma ligação com outro conceito).

Resumidamente, os conceitos se relacionam da seguinte forma:

"conceito" - verbo - "conceito".

Podendo um mesmo conceito estar relacionado a diversos outros.

White e Gunstone,1997, propõem uma seqüência de etapas que auxiliam a construção de um mapa conceitual:

• Escreva os termos ou conceitos principais que você conhece sobre o tópico selecionado. Escreva cada conceito ou termo em um cartão.
• Revise os cartões, separando aqueles conceitos que você NÃO entendeu. Também coloque de lado aqueles que NÃO ESTÃO relacionados com qualquer outro termo. Os cartões restantes são aqueles que serão usados na construção do mapa conceitual.
• Organize os cartões de forma que os termos relacionados fiquem perto uns dos outros.
• Cole os cartões em um pedaço de papel tão logo você esteja satisfeito com o arranjo. Deixe um pequeno espaço para as linhas que você irá traçar.
• Desenhe linhas entre os termos que você considera que estão relacionados.
• Escreva sobre cada linha a natureza da relação entre os termos.
• Se você deixou cartões separados na etapa 3, volte e verifique se alguns deles ajustam-se ao mapa conceitual que você construiu. Se isto acontecer, assegure-se de adicionar as linhas e relações entre estes novos itens.

Avaliação de mapas conceituais[editar | editar código-fonte]

A ideia principal do uso de mapas na avaliação dos processos de aprendizagem é a de avaliar o aprendiz em relação ao que ele já sabe, a partir das construções conceituais que ele conseguir criar, isto é, como ele estrutura, hierarquiza, diferencia, relaciona, discrimina e integra os conceitos de um dado mini-mundo em observação, por exemplo.

Isso significa que não existe mapa conceitual “correto”. Um professor e/ou administrador nunca deve apresentar aos alunos o mapa conceitual de um certo conteúdo e sim um mapa conceitual para esse conteúdo segundo os significados que ele atribui aos conceitos e às relações significativas entre eles. Da mesma maneira, nunca se deve esperar que o aluno e/ou aprendizes/pares, apresentem na avaliação o mapa conceitual “correto” de um certo conteúdo. Isso não existe. O que o irão apresentar é o seu mapa e o importante não é se esse mapa está certo ou não, mas sim se ele dá evidências de que estejam aprendendo significativamente o conteúdo.

A análise de mapas conceituais é essencialmente qualitativa. O apresentador, ao invés de preocupar-se em atribuir um escore ao mapa traçado pelos participantes, deve procurar interpretar a informação dada pelo interessado no mapa a fim de obter evidências de aprendizagem significativa. Explicações do interessados, orais ou escritas, em relação a seu mapa facilitam muito a tarefa do orientador nesse sentido.

Referências

  1. «Joseph D. Novak». IHMC. 2017. Consultado em 13 de fevereiro de 2017 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ausubel, D., Educational Psychology: A Cognitive View, Holt, Rinehart & Winston, (New York), 1968.
  • Brinthaupt, T.M. & Shin, C.M., "The Relationship of Academic Cramming to Flow Experience", College Student Journal, Vol.35, No.3, (September 2001), pp. 457-471.
  • Brown, D.A., "Creative Concept Mapping", The Science Teacher, Vol.69, No.3, (March 2002), pp. 58-61.
  • Daley, B.J., Shaw, C.R., Balistrieri, T. Glasenap, K. & Piacentine, L., "Concept Maps: A Strategy to Teach and Evaluate Critical Thinking", Journal of Nursing Education, Vol.38, No.1, (January 1999), pp. 42-47.
  • Edens, K.M. & Potter, E., "Using Descriptive Drawings as a Conceptual Change Strategy in Elementary Science", School Science and Mathematics, Vol.103, No.3, (March 2003), pp. 135-144.
  • Eppler, M.J., "Making Knowledge Visible Through Intranet Knowledge Maps: Concepts, Elements, Cases", Proceedings of the 34th Annual Hawaii International Conference on System Sciences, 2001, (2001), pp. 1530 –1539.
  • Gómez, A., Moreno, A., Pazos, J. & Sierra-Alonso, A., "Knowledge Maps: An Essential Technique for Conceptualisation", Data and Knowledge Engineering, Vol.33, No.2, (May 2000), pp. 169-190.
  • Goodyear, R,K., Tracey, T.J.G., Claiborn, C.D., Lichtenberg, J.W. & Wampold, B.E., "Ideographic Concept Mapping in Counseling Psychology Research: Conceptual Overview, Methodology, and an Illustration", Journal of Counseling Psychology, Vol.52, No.2, (April 2005), pp. 236-242.
  • Gordon, J.L., "Creating Knowledge Maps by Exploiting Dependent Relationships", Knowledge-Based Systems, Vol.13, Nos.2-3, (May 2000), pp. 71-79.
  • Hall, R.H., Hall, M.A. & Saling, C.B., "The Effects of Graphical Postorganization Strategies on Learning From Knowledge Maps", The Journal of Experimental Education, Vol.67, No.2, (Winter 1999), pp. 101-112.
  • Holmes, B., "Beyond words", New Scientist, Vol.163, No.2194, (10 July 1999), pp. 22-.
  • Kolb, D.G. & Shepherd, D.M., "Concept Mapping Organizational Cultures", Journal of Management Inquiry, Vol.6, No.4, (December 1997), pp. 282-295.
  • Kramer, S., "Application of Concept Mapping to Systems Engineering", Conference Proceedings, IEEE International Conference on Systems, Man and Cybernetics, 1990, (1990), pp. 652-654.
  • McDougall, S. & Gruneberg, M., "What Memory Strategy is Best for Examinations in Psychology?", Applied Cognitive Psychology, Vol.16, No.4, (May 2002), pp. 451-458.
  • Mintzes, J.J. & Novak, J.D., "Assessing Science Understanding: The Epistemological Vee Diagram", pp. 41-69 in Mintzes, J.J., Wandersee, J.H. & Novak, J.D. (eds.), Assessing Science Understanding: A Human Constructionist View, Academic Press, (San Diego), 1999.
  • Nerlich, B. & Clarke, D.D., "Semantic fields and frames: Historical explorations of the interface between language, action, and cognition", Journal of Pragmatics, Vol.32, No.2, (January 2000), pp. 125-150.
  • Nijland, G.O., "The Tetrahedron of Knowledge Acquisition: A Meta-model of the Relations among Observation, Conceptualization, Evaluation and Action in the Research on Socio-ecological Systems", Systems Research and Behavioral Science, Vol.19, No.3, (May-June 2002), pp. 211-221.
  • Novak, J.D., "Concept Mapping: A Strategy for Organizing Knowledge", pp. 229-245 in Glynn, S.M. & Duit, R. (eds.), Learning Science in the Schools: Research Reforming Practice, Lawrence Erlbaum Associates, (Mahwah), 1995.
  • Novak, J.D., "Concept Mapping: A Useful Tool for Science Education", Journal of Research in Science Teaching, Vol.27, No.10, (20 December 1990), pp. 937-949.
  • Novak, J.D., "Concept Maps and Vee Diagrams: Two Metacognitive Tools to Facilitate Meaningful Learning", Instructional Science, Vol.19, No.1, (1990), pp. 29-52.
  • Novak, J.D., "The Nature of Knowledge and How Humans Create Knowledge", pp. 79-111 [Chapter 6] in Novak, J.D., Learning, Creating, and Using Knowledge: Concept Maps™ as Facilitative Tools in Schools and Corporations, Lawrence Erlbaum Associates, (Mahwah), 1998.
  • Novak, J.D., Learning, Creating, and Using Knowledge: Concept Maps™ as Facilitative Tools in Schools and Corporations, Lawrence Erlbaum Associates, (Mahwah), 1998.
[As Preece’s review shows, the Concept Maps™ part of the title is very significant (i.e., it is now a trademark). There is really nothing in this book that is not in the earlier, far better, book (Novak, & Gowin).]
  • Novak, J.D. & Gowin, D.B., Learning How to Learn, Cambridge University Press, (Cambridge), 1984.
  • Plotnick, E., "A graphical system for understanding the relationship between concepts”, Teacher Librarian, Vol.28, No.4, (April 2001), pp. 42-44.
  • Preece, P.F.W., "Review of Learning, Creating, and Using Knowledge: Concept Maps as Facilitative Tools in Schools and Corporations", British Journal of Educational Psychology, Vol.69, No.1, (March 1999), pp. 128-129.
  • Robinson, W.R., "A View from the Science Education Research Literature: Concept map Assessment of Classroom Learning", Journal of Chemical Education, Vol.76, No.9, (September 1999), pp. 1179-1180.
  • Romance, N.R. & Vitale, M.R., "Concept Mapping as a Tool for Learning", College Teaching, Vol.47, No.2, (Spring 1999), pp. 74-79.
  • Sandoval, J., "Teaching in Subject Matter Areas: Science", Annual Review of Psychology, Vol.46, (1995), pp. 355-374.
  • Slotte, W. & Lonka, K., "Spontaneous concept maps aiding the understanding of scientific concepts", International Journal of Science Education, Vol.21, No.5, (May 1999), pp. 515-531.
  • Stoyanova, N. & Kommers, P., "Concept Mapping as a Medium of Shared Cognition in Computer-Supported Collaborative Problem Solving", Journal of Interactive Learning Research, (Spring 2002), pp. 111-133.
  • Townsend, M.A.R., Hicks, L., Thompson, J.D.M., Wilton, K.M., Tuck, B.F. & Moore, D.W., "Effects of Introductions and Conclusions in Assessment of Student Essays", Journal of Educational Psychology, Vol.85, No.4, (December 1993), pp. 670-678.
  • Tracey, T.J.G., Lichtenberg, J.W., Goodyear, R.K., Claiborn, C.D. & Wampold, B.E., "Concept Mapping of Therapeutic Common Factors", Psychotherapy Research, Vol.13, No.4, (December 2003), pp. 401-413.
  • Trochim, W.M.K., "An Introduction to Concept Mapping for Planning and Evaluation". [Taken from [1] on 9 June 2002.]
  • Trochim, W.M.K., "Concept Mapping: Soft Science or Hard Art?". [Taken from [2] on 9 June 2002.]
  • Turns, J., Altman, C.J. & Adams, R., "Concept Maps for Engineering Education: A Cognitively Motivated Tool Supporting Varied Assessment Functions", IEEE Transactions on Education, Vol.43, No.2, (May 2000), pp. 164-173.
  • van Boxtel, C., van der Linden, J., Roelofs, E. & Erkens, G., "Collaborative Concept Mapping: Provoking and Supporting Meaningful Discourse", Theory Into Practice, Vol.41, No.1, (Winter 2002), pp. 40-46.
  • Verosub, K.L., "A Mind-Map of Geology", Journal of Geoscience Education, Vol.48, No.5, (November 2000), p. 599.
  • Wallace, D.S., West, S.W.C., Ware, A. & Dansereau, D.E., "The Effect of Knowledge Maps That Incorporate Gestalt Principles on Learning", The Journal of Experimental Education, Vol.67, No.1, (Fall 1998), pp. 5-16.
  • Ward, T.B., Dodds, R.A., Saunders, K.N. & Sifonis, C.M., "Attribute centrality and imaginative thought", Memory and Cognition, Vol.28, No.8, (December 2000), pp. 1387-1397.
  • West, D.C., Pomeroy, J.R., Park, J.K., Gerstenberger, E.A. & Sandoval, J., "Critical Thinking in Graduate Medical Education: A Role for Concept Mapping Assessment?", Journal of American Medical Association, Vol.284, No.9, (6 September 2000), pp. 1105–1110.
  • Williams, C.G., "Using Concept Maps to Assess Conceptual Knowledge of Function", Journal for Research in Mathematics Education, Vol.29, No.4, (July 1998), pp. 414-421.