Marcello Duarte Mathias

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Marcello Duarte Mathias
Dados pessoais
Nome completo Marcello Zaffiri Duarte Mathias
Nascimento 8 de dezembro de 1938 (85 anos)
Santa Isabel, Lisboa Portugal Portugal
Progenitores Mãe: Fedora Charles Zaffiri
Pai: Marcello Mathias
Alma mater Universidade de Lisboa
Prémio(s) Prémio General Casimiro Dantas (1980)
Cônjuge Anne-Marie Vaultier
Profissão Diplomata aposentado e escritor

Marcello Zaffiri Duarte Mathias OCGCCOIHGCM (LisboaSanta Isabel, 8 de Dezembro de 1938) é um diplomata aposentado e escritor português. Na carreira diplomática entre 1970 e 2003, foi embaixador em Nova DelhiBuenos Aires e na UNESCO.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Marcello Zaffiri Duarte Mathias, filho do diplomata Marcello Gonçalves Nunes Duarte Mathias e de sua mulher Fedora Charles Zaffiri, de nacionalidade Grega.[1][2][3] É irmão do diplomata Leonardo Mathias.

Fez todo o ensino secundário no Liceu Janson-de-Sailly, em Paris.

Frequentou a Universidade de Oxford (New College), 1957-1959, tendo-se posteriormente licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Residente na Abuxarda, concelho de Cascais  é casado com Anne-Marie Vaultier. Dois filhos, Nuno e Marcelo, ambos diplomatas.

Atividades profissionais[editar | editar código-fonte]

Ingressou na carreira diplomática em 1970.

Esteve colocado na Embaixada em Brasília de 1973 a 1977, e na Missão Permanente junto das Comunidades Europeias em Bruxelas de 1977 a 1983, no período anterior à adesão de Portugal à CEE.

Regressa em 1983 ao Ministério dos Negócios Estrangeiros  MNE), onde permanece até 1991. Quando em Lisboa, chefiou a repartição dos Organismos Económicos Internacionais (EOI); tendo sido posteriormente director de Serviços dos Assuntos Multilaterais (políticos e económicos - SAM). No exercício destas funções, integrou diversas delegações portuguesas ao estrangeiro, tendo participado em reuniões no plano multilateral, nomeadamente no Conselho da Europa em Estrasburgo em organizações internacionais em Genebra e nas Assembleias Gerais das Nações Unidas  em Nova Iorque integrou a Comissão Nacional da Língua Portuguesa, como representante do MNE; dirigiu o Gabinete da Comunicação Social, após o que foi nomeado porta-voz do governo quando da primeira Guerra do Golfo em 1991, assumindo ulteriormente a chefia dos Serviços de Informação e Imprensa.

Foi Cônsul-geral em Nova Iorque de 1991 a 1993.

Foil Embaixador de Portugal em Nova Delhi, na Índia, de 1993 a 1997, acreditado simultaneamente como Embaixador não-residente no Nepal, no Sri-Lanka e no Bangladesh, e Embaixador de Portugal em Buenos Aires, na Argentina, de 1997 a 2000.[2][3]

Representante Permanente junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, UNESCO, de 2001 a 2003, sendo, ao mesmo tempo, Representante Permanente junto da União Latina, cuja sede é igualmente em Paris.

Foi Sócio Correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, tendo passado à condição de supranumerário nos termos dos Estatutos da Academia.[4] É membro do PEN Clube Português.

Pertenceu ao Conselho Consultivo do Observatório da Língua Portuguesa, de que foi membro fundador[5].

Obras Publicadas[editar | editar código-fonte]

Para além de colaborar regularmente no Jornal de Letras na revista Colóquio[6] da Fundação Gulbenkian  é autor de uma dezena de obras de índole diversa, entre a ficção, o ensaio e a diarística, a saber:

Ensaios e crónicas[editar | editar código-fonte]

  • A Memória dos Outros I, Gótica, 2001. Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (ex-aequo); Prémio de Ensaio Jacinto Prado Coelho[11].
  • A Memória dos Outros II, edições Dom Quixote, a publicar em Abril de 2017, Lisboa.

Edições estrangeiras[editar | editar código-fonte]

  • Albert Camus, aproximação à sua obra, Edições Tempo Brasileiro, 1975.
  • No Devagar Depressa dos Tempos, notas de um diário 1962-1969, editora Bertrand-Brasil, Rio de Janeiro, 1988.
  • O Destino Velado, Editora Bertrand-Brasil, 1988.
  • Ma è nel volto e nella sua pose altera, prefácio de Antonio Tabucchi intitulado Un Quadro di Parole, tradução de Elisabetta Kelescian, edições Il Melangolo, Genova, 1988.
  • À Contre-Jour, Journaux, 1962-2008, tradução de Catherine Dumas, edições La Différence, Paris, 2009[12]

Condecorações[13][editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Anuário Diplomático e Consular Português. Volume LXXV» (pdf). Ministério dos Negócios Estrangeiros. 15 de outubro de 2007. p. 233 
  2. a b "Costados", D. Gonçalo de Mesquita da Silveira de Vasconcelos e Sousa, Livraria Esquina, 1.ª Edição, Porto, 1997, N.º 73
  3. a b "Anuário da Nobreza de Portugal - 1985", Direção de Manuel de Mello Corrêa, Instituto Português de Heráldica, 1.ª Edição, Lisboa, 1985, Tomo I, p. 521
  4. Site da Academia das Ciências de Lisboa
  5. «Artigo do Tribuna de Macau» 
  6. «Colóquio» 
  7. Andreeva, Yana. «O Tempo e o espaço na obra diacrítica de Marcello Duarte Mathias» (PDF) 
  8. Francisco Seixas da Costa. «Duas ou três coisas» 
  9. «Marcello Mathias vence Grande Prémio da APE para literatura biográfica». Público. 1 de outubro de 2016 
  10. «Revista Negócios Estrangeiros, nº. 14». Abril de 2009 
  11. «Pregos no Prato - O politicamente incorrecto na net». 11 de março de 2009 
  12. «Catherine Dumas» 
  13. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Marcelo Zaffiri Duarte Mathias". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 4 de janeiro de 2019 

Outras referências[editar | editar código-fonte]