Marcelo Calero
Marcelo Calero | |
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Secretário Municipal de Governo e Integridade Pública do Rio de Janeiro | |
Período | 1º de janeiro de 2021 até a atualidade |
Prefeito | Eduardo Paes |
Antecessor | Paulo Albino Santos Soares |
Deputado Federal pelo Rio de Janeiro | |
Período | 1º de fevereiro de 2019 até atualidade [a] |
Ministro da Cultura do Brasil | |
Período | 24 de maio de 2016 até 18 de novembro de 2016 |
Presidente | Michel Temer |
Antecessor | Juca Ferreira |
Sucessor | Roberto Freire |
Secretário Municipal de Cultura do Rio de Janeiro | |
Período | 15 de janeiro de 2015 até 18 de maio de 2016 |
Prefeito | Eduardo Paes |
Antecessor | Sérgio Sá Leitão |
Sucessor | Júnior Perim |
Dados pessoais | |
Nascimento | 7 de julho de 1982 (38 anos) Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Alma mater | UERJ |
Partido | PSDB (2009-2015) PMDB (2015-2016) Cidadania (2018-presente) |
Profissão | Diplomata e advogado |
Marcelo Calero Faria Garcia[1] (Rio de Janeiro, 7 de julho de 1982[2]) é um advogado, diplomata, palestrante e político brasileiro. Filiado ao Cidadania desde março de 2018.[3] Em 2016, foi nomeado Ministro da Cultura, do governo Michel Temer[4] e ficou no cargo por pouco menos de seis meses. Deixou o ministério após denunciar forte pressão para rever um parecer técnico desfavorável a interesses pessoais do então ministro-chefe da Secretaria de Governo do Brasil, Geddel Vieira Lima.[5]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Carioca, nasceu no Hospital de São Francisco da Penitência, no bairro da Tijuca.[6] Filho de Maria Teresa, psicóloga e Raul, engenheiro, família de classe média.[carece de fontes] Estudou no Colégio Marista São José e, posteriormente, no Colégio Santo Inácio.[6] Em 2004, graduou-se em Direito, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).[6] Atualmente[quando?], é mestrando em Ciências Políticas pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP/UERJ).[7]
É associado representativo no Rotary Club do Rio de Janeiro - Guanabara-Galeão.[8]
Carreira profissional[editar | editar código-fonte]
Começou sua vida profissional como estagiário na multinacional de telefonia e tecnologia Nokia, sendo efetivado como advogado após concluir sua graduação. Aprovado em concurso da Comissão de Valores Mobiliários (CVM),[6] lá atuou como agente executivo, no ano de 2006. Prestou concurso para a Petrobras, onde, aprovado, atuou como advogado, entre 2006 e 2007.[6][9] Dividindo seu tempo entre o trabalho e os estudos,[carece de fontes] em 2007, foi aprovado em quinto lugar no concurso para o Instituto Rio Branco.[10] Após o curso de formação em Brasília, foi lotado no Departamento de Energia do Itamaraty, depois atuando na Embaixada do Brasil no México.[11]
Carreira política[editar | editar código-fonte]
Secretaria de Cultura[editar | editar código-fonte]
Em 2013, após indicação de um embaixador com quem trabalhara, foi cedido para atuar na Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, assumindo o cargo de coordenador-adjunto de Relações Internacionais.[12] Naquele cargo, participou da organização da Jornada Mundial da Juventude (2013), cujo ponto alto foi a visita do Papa Francisco em sua primeira viagem internacional como Pontífice. Foi convidado pelo prefeito a assumir a presidência do Comitê Rio450, órgão criado pela gestão municipal para organizar a celebração do aniversário de 450 anos da cidade, com um calendário de mais de 600 eventos comemorativos.[13] Nesse período, lançou o Passaporte dos Museus, que dava descontos ou gratuidades em mais de 40 equipamentos à população.[14]
Na sequência, foi convidado a assumir a Secretaria Municipal de Cultura (2015). Em sua atuação à frente da pasta, foi responsável por projetos como: o Ações Culturais, que, com investimento total de R$ 4 milhões, financiou 85 iniciativas de pequeno porte pela cidade;[15] as Areninhas; as Bibliotecas do Amanhã, equipadas com acesso gratuito à internet, programa educativo de excelência e grade de eventos sócio-educativos;[16] a reforma e inauguração dos teatros Serrador[17] e Ziembinski;[18] a recuperação do Museu da Cidade,[19] reaberto poucos meses após a saída de Calero do cargo; e a entrega do Museu do Amanhã, na Zona Portuária do Rio.[20] Projetado pelo espanhol Santiago Calatrava, sendo referência cultural em todo o mundo[carece de fontes] e tendo se tornado o museu de maior visitação no país.[21]
Deixou a secretaria municipal para assumir a Secretaria de Cultura do Ministério da Educação,[9] mas ainda antes de sua posse a pasta recuperou o status ministerial, com a recriação do Ministério da Cultura.[22]
Ministério da Cultura[editar | editar código-fonte]

Assumiu o cargo do ministro de Estado da Cultura em maio de 2016,[4] nele permanecendo por cinco meses e 28 dias. Em 18 de novembro de 2016, pediu demissão do cargo, após denunciar tentativas de interferência em assuntos da alçada de sua pasta.[5] Na ocasião, afirmou à Polícia Federal ter sido fortemente pressionado por Geddel Vieira Lima, Temer e outros membros do governo a rever decisão técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), negando licença para um empreendimento imobiliário na Bahia, no qual Geddel possuía um apartamento.[23][24][25] Geddel negou a acusação[26] e o porta-voz do Governo Michel Temer negou que o presidente houvesse pressionado o ex-ministro a tomar decisão que "ferisse normas internas ou suas convicções", apesar de confirmar reuniões de Michel Temer e Calero para "solucionar impasse" com Geddel.[27] O episódio, no entanto, resultou no pedido de demissão de Geddel,[28][29] abrindo espaço para sua posterior prisão,[30][31] em decorrência da perda de seu foro privilegiado.[32] O caso teve repercussão internacional,[33][34] abrindo a maior crise do Governo Michel Temer até então.[35][36]
Secretaria de Governo e Integridade Pública[editar | editar código-fonte]
Nomeado pelo Prefeito Eduardo Paes, em seu terceiro mandato a frente da prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, em janeiro de 2021, como Secretário de Governo e Integridade Pública responsável pela implantação de um programa de compliance na Gestão do Municipio.[37]
Desempenho eleitoral[editar | editar código-fonte]
Concorreu a deputado federal pelo PSDB em 2010, obtendo 2 252 votos.[38] Em 2018, filiou-se ao Partido Popular Socialista (PPS)[39] e nas eleições daquele ano foi eleito deputado federal com cerca de 50 mil votos, ultrapassando a votação de Otavio Leite, que ficou como suplente da coligação.[40] Após ser a única pessoa LGBTI no primeiro escalão do governo Temer,[41][42][43] foi uma das três pessoas LGBTI eleitas parlamentares federais em 2018. Tal como Fabiano Contarato e diferente de Jean Wyllys (os outros dois eleitos nesse ano), sua pauta de campanha eleitoral não foram os direitos LGBTI.[44]
Ano | Eleição | Candidato a | Partido | Coligação | Votos | % | Resultado | Ref |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
2010 | Estadual no Rio de Janeiro | Deputado Federal | PSDB | O Rio de Janeiro Pode Mais
(PPS,DEM,PSDB) |
2.252 | 0,03% | Não eleito | [45] |
2018 | Estadual no Rio de Janeiro | PPS | O Rio Tem Jeito
(SDD,PSDB,PPS) |
50.533 | 0,71% | Eleito | [46] |
Ver também[editar | editar código-fonte]
Notas
- ↑ Licenciado desde 1º de janeiro de 2021 para assumir como Secretário Municipal de Governo e Integridade Pública do Rio de Janeiro.
Referências
- ↑ Nome completo que está na PORTARIA Nº 316, DE 14 NOVEMBRO DE 2016, conforme Diário Oficial da União. Nº 221, sexta-feira, Seção 2, 18 de novembro de 2016. ISSN 1677-7050
- ↑ «Marcelo Caléro (2010)». UOL. Consultado em 30 de maio de 2016
- ↑ «Freire assina filiação de ex-ministro da Cultura e outros integrantes de movimentos». 24 de março de 2018
- ↑ a b «Marcelo Calero assume Ministério da Cultura falando em preservar conquistas». UOL. 24 de maio de 2018
- ↑ a b «Ex-ministro da Cultura diz que pressão sofrida por ele foi corrupção». Valor Econômico. 20 de novembro de 2016
- ↑ a b c d e «Veja a trajetória política de Marcelo Calero, ex-ministro de Temer». G1. 25 de novembro de 2016
- ↑ «Marcelo Calero sobre Geddel: "É de uma classe de políticos sempre envolvida em esquema"». GaúchaZH. 29 de setembro de 2017
- ↑ [1]
- ↑ a b Matoso, Filipe (18 de maio de 2016). «Planalto anuncia Marcelo Calero para o comando da Secretaria da Cultura». G1. Consultado em 24 de maio de 2016
- ↑ «Resultado final do Concurso Público de Admissão à Carreira de Diplomata em 2007» (PDF). CESPE/UNB. 26 de junho de 2007
- ↑ «Secretário da Cultura do Rio Marcelo Calero vai comandar área no governo Temer». REUTERS. 18 de maio de 2016
- ↑ «Por que Marcelo Calero chegou ao ministério da Cultura». O Globo. 23 de maio de 2016
- ↑ «Marcelo Calero comanda as comemorações dos 450 anos do Rio». Veja Rio. 5 de dezembro de 2016
- ↑ «Passaporte garante acesso gratuito a 43 museus e centros culturais do Rio». O Globo. 14 de abril de 2015
- ↑ «Prefeitura anuncia Prêmio de Ações Locais – Edição Rio450». Prefeitura do Rio de Janeiro. 17 de setembro de 2014
- ↑ «Biblioteca do Amanhã é inaugurada no Rio Comprido, Centro do Rio». G1. 29 de março de 2016
- ↑ «Histórico Teatro Serrador, no Rio, é reaberto com show de Bibi Ferreira». G1. 7 de janeiro de 2016
- ↑ «Aberto em 1988, Teatro Ziembinski passa pela primeira grande reforma». O Globo. 12 de junho de 2015
- ↑ «Obras do Museu da Cidade são retomadas após três anos paradas». O Globo. 12 de dezembro de 2015
- ↑ «Rio ganha nesta quinta o Museu do Amanhã, na Praça Mauá». G1. 17 de dezembro de 2015
- ↑ «Em seu 1º ano, Museu do Amanhã se torna o mais visitado do país». Folha de S. Paulo. 30 de janeiro de 2017
- ↑ «Recriação do MinC é publicada em edição extra do Diário Oficial». G1. 23 de maio de 2016. Consultado em 24 de maio de 2016
- ↑ «Veja a íntegra do depoimento do ex-ministro Marcelo Calero à PF». Estadão. 24 de novembro de 2016. Consultado em 25 de novembro de 2016
- ↑ «Fora do governo, Calero acusa Geddel de pressioná-lo para liberar obra». Folha de S. Paulo. 19 de novembro de 2016. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ «'Não desejo isso para ninguém', diz Calero sobre pressão de Geddel». G1. 19 de novembro de 2016
- ↑ «Geddel reconhece que tratou de projeto com Calero, mas nega pressão». Folha de S. Paulo. Consultado em 22 de novembro de 2016
- ↑ Luciana Amaral e Fernanda Calgaro (24 de novembro de 2016). «Temer procurou Calero para resolver 'impasse' com Geddel, diz porta-voz». G1. Globo.com. Consultado em 25 de novembro de 2016
- ↑ «Geddel decide deixar o cargo após agravamento de crise política». Folha de S. Paulo. 25 de novembro de 2016
- ↑ «Geddel decide deixar o cargo após denúncia atingir Temer e Padilha». UOL. 25 de novembro de 2016
- ↑ «PF prende Geddel após descoberta de 'bunker' com R$ 51 milhões». Folha de S. Paulo. 8 de setembro de 2017
- ↑ «Geddel Vieira é preso após PF encontrar suas digitais em dinheiro do 'bunker'». El País. 8 de setembro de 2017
- ↑ «Perda de foro especial coloca Geddel ao alcance de Moro». UOL. 25 de novembro de 2016
- ↑ «Escândalo repercute no mundo: 'Temer acusado de corrupção'». Veja. 25 de novembro de 2016
- ↑ «Jornais internacionais repercutem denúncia de Marcelo Calero contra Temer». Extra. 25 de novembro de 2016
- ↑ «Acusação de Calero sobre pressão de Temer coloca governo do PMDB na corda bamba». HuffPost Brasil. 24 de novembro de 2016
- ↑ «Quem é Calero, o ex-ministro que colocou Temer no centro da crise». Exame. 26 de novembro de 2016
- ↑ [2]
- ↑ «Marcelo Caléro (4560/PSDB) - Políticos do Brasil - UOL Notícias». noticias.uol.com.br. Consultado em 25 de novembro de 2016
- ↑ «Ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero se filia ao PPS no sábado». Estadão. 24 de março de 2018
- ↑ «Senadores e deputados federais/estaduais eleitos: Apuração e resultado das Eleições 2018 RJ - UOL Eleições 2018». UOL Eleições 2018. Consultado em 11 de outubro de 2018
- ↑ «Ex ministro gay denuncia tráfico de influência no governo Temer». Revista Lado A. 25 de novembro de 2016. Consultado em 29 de outubro de 2018
- ↑ «Temer dá posse pela primeira vez a um gay assumido em cargo alto do Governo». www.athosgls.com.br. Consultado em 30 de outubro de 2018
- ↑ «Juca: caso Geddel revelou a natureza podre do governo Temer». Brasil 247. 19 de Dezembro de 2016
- ↑ «Cresce número de parlamentares LGBTI; o que esperar desses mandatos?». Entretenimento. BOL. Consultado em 30 de outubro de 2018
- ↑ «Poder 360 | Candidatos». eleicoes.poder360.com.br. Consultado em 3 de junho de 2020
- ↑ «Poder 360 | MARCELO CALERO». eleicoes.poder360.com.br. Consultado em 3 de junho de 2020
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Sítio oficial
- Marcelo Calero no Facebook
- Marcelo Calero no Twitter
- Marcelo Calero no Instagram
- «Biografia». sítio da Presidência do Brasil
Precedido por Juca Ferreira |
Ministro da Cultura do Brasil 2016 |
Sucedido por Roberto Freire |
- Nascidos em 1982
- Ministros da Cultura do Brasil
- Ministros do Governo Michel Temer
- Naturais da cidade do Rio de Janeiro
- Alunos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
- Diplomatas do Rio de Janeiro
- Deputados federais do Brasil pelo Rio de Janeiro
- Membros do Partido da Social Democracia Brasileira
- Membros do Movimento Democrático Brasileiro (1980)
- Membros do Cidadania (partido político)
- Políticos LGBT do Brasil
- Secretários municipais da cidade do Rio de Janeiro
- Rotarianos do Brasil