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Marcha de Oriamendi

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Marcha de Oriamendi
Oriamendiko Soñuba

Hino do Movimento Carlista
LetraIgnacio Baleztena Ascárate
ComposiçãoJosé Juan Santesteban
Silvano Cervantes (arranjos musicais)
Adotado1930
Amostra de áudio
noicon
Partitura do hino

A Marcha de Oriamendi ou simplesmente Oriamendi é um hino Carlista. A sua versão em espanhol tornou-se o hino oficial da Comunhão Tradicionalista na década de 1930 e de seu braço armado, o Requetés.[1]

O seu nome vem de uma batalha que ocorreu na montanha de mesmo nome, localizada perto de San Sebastián, em 1837, durante a Primeira Guerra Carlista, na qual o exército carlista derrotou o exército liberal.

Segundo a lenda, após a derrota das tropas liberais, os Carlistas entraram no seu acampamento, levando como despojos de guerra armas, uniformes e também a partitura de uma marcha militar composta por um músico inglês e com arranjos de um liberal de San Sebastián, sem letra, para comemorar a vitória dos liberais, à qual os carlistas adicionaram letra.[2] A primeira letra adotada, em basco, é a seguinte:

Letra original

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Oriamendiko Soñuba

Gora Jainko maite maitea
zagun denon jabe.
Gora España ta Euskalerria
ta bidezko errege.

Maite degu Euskalerria,
maite bere Fuero zarrak,
asmo ontara jarriz daude
beti Karlista indarrak.

Gora Jaungoiko illezkor!!!
Gora euskalduna,
audo ondo Españia-ko
errege bera duna!!!

Tradução

Viva o nosso Deus amado
seja ele nosso Senhor.
Viva a Espanha, o País Basco
e o rei legítimo.

Amamos o País Basco,
amamos suas leis antigas,
as forças carlistas estão sempre
orientadas para essa ideia.

Viva o Deus Imortal!
Viva o povo basco,
que têm o bem!
o próprio rei da Espanha!!

Mais tarde, com os arranjos musicais de Silvano Cervantes e a letra composta por Ignacio Baleztena Azcárate, segundo alguns autores, após o grande comício Carlista celebrado em Zumarraga em 1908,[1][3][4]​ chegou-se à versão mais famosa desta marcha:

Marcha de Oriamendi

Por Dios, por la Patria y el Rey
Carlistas con banderas.
Por Dios, por la Patria y el Rey
Carlistas aurrerá.

Lucharemos todos juntos
Todos juntos en unión
Defendiendo la bandera
De la Santa Tradición.(bis)

Cueste lo que cueste
Se ha de conseguir
Venga el Rey de España
A la corte de Madrid.(bis)

Por Dios, por la Patria y el Rey
Lucharon nuestros padres.
Por Dios, por la Patria y el Rey
Lucharemos nosotros también.

March of Oriamendi

Por Deus, pela Pátria e pelo Rei
os carlistas com bandeiras.
Por Deus, pela Pátria e pelo Rei,
os carlistas se levantarão.

Lutaremos, todos juntos,
Todos juntos em unidade
Defendendo a bandeira
Da Sagrada Tradição.(repete)

Custe o que custar,
á de se conseguir
Venha, Rei da Espanha
à corte de Madrid.(repete)

Por Deus, pela Pátria e pelo Rei
nossos pais lutaram.
Por Deus, pela Pátria e pelo Rei
Nós também lutaremos.

Às vezes, eram acrescentadas mais três estrofes:

Alerta, leal Requeté
hoy el deber te llama.
por Dios, por la Patria y el Rey,
a luchar, a morir o a vencer.

Con la mirada en la Patria
y en Dios puesto el corazón
luchará siempre el soldado
de la Santa Tradición.

Cueste lo que cueste
se ha de conseguir
que las Boinas Rojas
entren en Madrid. [5][6]

Também é possível ouvir uma variante desta marcha nos dois últimos versos da terceira estrofe, onde se substitui:

Venga el rey de España
A la corte de Madrid.

Por:

Que los boinas rojas
Entren de lleno en Madrid.

Assim, os elementos característicos do carlismo foram combinados no hino.

Durante a Guerra Civil Espanhola foi um dos hinos de combate dos Requetés e, por decreto de 27 de Fevereiro de 1937 [7] aprovado pelo General Franco, a canção nacional da Espanha Nacional, junto com o Cara al sol da Falange e a Marcha Real, com letra de José María Pemán. No entanto, a versão oficial mudou a menção ao retorno do Rei da Espanha (venga el rey de España a la corte de Madrid), para (que los boinas rojas entren en Madrid), mais de acordo com a falta de vontade de Franco em restaurar a monarquia naquele momento.

Referências

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  1. a b Nagore Ferrer, María (1 de janeiro de 2010). «Carlismo y música». Imágenes. El carlismo en las artes. Consultado em 16 de julho de 2025 
  2. Arozamena Ayala, Ainhoa. «Marcha de oriamendi». Auñamendi Eusko Entziklopedia (em espanhol). Eusko Ikaskuntza. Consultado em 16 de Julho de 2025 
  3. Abarrategui, Javier Baleztena (22 de Novembro de 2010). «Premín de Iruña: El Oriamendi. Letra de Ignacio Baleztena». Premín de Iruña. Consultado em 16 de julho de 2025 
  4. Casariego, Jesús Evaristo (1940). La verdad del tradicionalismo: aportaciones españolas a la realidad de Europa (em espanhol). [S.l.]: Editora Nacional. p. 241. Consultado em 16 de julho de 2025 
  5. Bertrand de Muñoz, Maryse (2009). Si me quieres escribir. Canciones políticas y de combate de la Guerra de España. [S.l.]: Calambur. p. 160. ISBN 978-84-8359-038-6 
  6. «Himnos del Movimiento: Oriamendi» (PDF). Diario Español. Tarragona: 2. 7 de Fevereiro de 1939 
  7. Franco, Francisco (28 de Fevereiro de 1937). «Decreto número 226» (PDF). Boletín Oficial del Estado (131): 548–549. Consultado em 16 de Julho de 2025