Marco Cláudio Marcelo (cônsul em 51 a.C.)

Marco Cláudio Marcelo | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 51 a.C. |
Dados pessoais | |
Morte | 46 a.C. Pireu, Atenas |
Marco Cláudio Marcelo (m. 46 a.C.; em latim: Marcus Claudius Marcellus) foi um político da família dos Marcelos da gente Cláudia da República Romana eleito cônsul em 51 a.C. com Sérvio Sulpício Rufo . Era filho de Marco Cláudio Marcelo, edil em 91 a.C., irmão de Caio Cláudio Marcelo Maior, cônsul em 49 a.C. e primo de Caio Cláudio Marcelo Menor, cônsul em 50 a.C..
Carreira
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Em 63 a.C., durante a Segunda Conspiração de Catilina, entregou a Cícero uma carta anônima que havia recebido recomendando que abandonasse a cidade, o que ajudou a alertar o cônsul em seus esforços de impedir o complô de prosperar. Foi edil curul em 56 a.C. juntamente com Públio Clódio Pulcro.[1] Em fevereiro deste mesmo ano, defendeu Milão, a pedido de Cícero, acusado por Clódio de violência pública por ter defendida sua casa dos ataques de sua facção.[2] Em 54 a.C., foi um dos advogados de defesa de Marco Emílio Escauro[3] e, depois da morte de Clódio, defendeu ativamente Milão da acusação de tê-lo assassinado.[4]
Partidário de Pompeu e membro da facção aristocrática dos optimates, Marcelo foi eleito cônsul em 51 a.C. com Sérvio Sulpício Rufo e começou propondo medidas contra Júlio César, que estava na Gália.[5][6][7] Foi combatido por Servílio Rufo e por alguns dos tribunos da plebe, mas não recebeu um apoio ativo de Pompeu, que chegou a negar, publicamente, a proposta de Marcelo para retirar-lhe imediatamente o comando da Gália.
Porém, com a eleição de novos cônsules favoráveis à facção de Pompeu, em 30 de setembro, Marcelo tentou aprovar uma resolução no Senado pedindo que o debate se estendesse até 1 de março do ano seguinte. Depois disto, Marcelo abandonou a gestão até o final de seu mandato.[8][9][6][10][11]
Em 50 a.C., diante de uma iminente ruptura entre Pompeu e César, Marcelo tentou acalmar os ânimos dos pompeianos e urgiu aos senadores que convencessem os tribunos a retirar seus vetos às medidas propostas por eles.[12] No começo de 49 a.C. indicou a necessidade de recrutar tropas para enfrentar o inevitável combate com César.[13]
Durante a Guerra Civil de César, foi um dos primeiros a abandonar Roma para se juntar a Pompeu no Epiro. Depois da derrota pompeiana na Batalha de Farsalos, Marcelo abandona a luta e se retira para um auto-imposto exílio em Mitilene, onde permanece, sem ser molestado, dedicando-se à retórica e à filosofia.
Cícero pediu-lhe que voltasse a Roma garantindo-lhe o perdão de César no discurso "Pro Marcello". Seu primo, Caio Cláudio Marcelo também pediu o perdão a César com o apoio do Senado. Seu pedido foi atendido e Marco poderia voltar anistiado e com todas as suas honras restauradas. Cícero lhe escreveu anunciando o fato em uma carta, hoje perdida, mas a resposta de Marcelo ainda existe e é caracterizada por sua frieza.
Apesar disto, Marcelo começou sua viagem de volta em direção ao Pireu, onde conversou com seu antigo colega de consulado, Sérvio Sulpício Rufo, que era o procônsul da Grécia, onde foi assassinado por um dos servos dele, chamado Públio Mágio Chilão, supostamente por uma briga pessoal (rumores da época indicavam que teria sido a mando de César). Sulpício realizou seu funeral com honras correspondentes ao seu status e Marcelo foi enterrado na Academia de Atenas, onde os atenienses construíram um monumento pago com dinheiro público.[14]
Árvore genealógica
[editar | editar código-fonte]Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul da República Romana![]() | ||
Precedido por: Cneu Pompeu Magno III |
Marco Cláudio Marcelo 51 a.C. |
Sucedido por: Lúcio Emílio Lépido Paulo |
Referências
- ↑ Cícero, Epistulae ad Atticum IV 3.
- ↑ Cícero, Epistulae ad Quintum Fratrem II 3.
- ↑ Ascônio, Ad Scaur. p. 20, ed. Orell.
- ↑ Ascônio, Ad Milo. págs. 35, 40, 41
- ↑ Cícero, Epistulae ad Atticum V 11.
- ↑ a b Apiano, De bellis civilibus II 26.
- ↑ Suetônio, César 28.
- ↑ Suetônio, César 28, 29
- ↑ Dião Cássio, História Romana]] XL 58, 59.
- ↑ Júlio César, De Bello Gallico VIII 53.
- ↑ Cícero, Epistulae ad Atticum VIII 3.; Epistulae ad Familiares VIII 1, 8, 10, 13.
- ↑ Cícero, Epistulae ad Familiares VIII 13
- ↑ Júlio César, De Bello Civili I 2.
- ↑ Cícero, Epistulae ad Familiares IV 4, 7-11, 12; VI 6; Epistulae ad Atticum XIII 10-22; Pro Marcello passim; Brutus 71.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Broughton, T. Robert S. (1952). The Magistrates of the Roman Republic. Volume II, 99 B.C. - 31 B.C. (em inglês). Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- Eugenia Salza Prina Ricotti, Amori e amanti a Roma, Tra Repubblica e Impero, "L'erma" di Bretschneider.
- Historia universal siglo XXI.La formación del Imperio romano ISBN 84-323-0168-X
- Michèle Ducos: Marcellus (Marcus Claudius). In: Richard Goulet (Hrsg.): Dictionnaire des philosophes antiques. Band 4, CNRS Éditions, Paris 2005, ISBN 2-271-06386-8, S. 261–263
- (em alemão) Karl-Ludwig Elvers: [I 15] Claudius Marcellus, M.. In: Der Neue Pauly (DNP). Volume 3, Metzler, Stuttgart 1997, ISBN 3-476-01473-8, Pg. 10.