Marco Pórcio Catão Liciniano

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 Nota: Para outros significados de Marco Pórcio Catão, veja Marco Pórcio Catão (desambiguação).
Marco Pórcio Catão Liciniano
Nascimento 192 a.C.
Roma Antiga
Morte 152 a.C.
Desconhecido
Cidadania Roma Antiga
Progenitores
Cônjuge Desconhecido, Aemilia
Filho(a)(s) Caio Pórcio Catão, Marco Pórcio Catão
Irmão(ã)(s) Marco Pórcio Catão Saloniano, o Velho
Ocupação político da Antiga Roma, militar da Antiga Roma

Marco Pórcio Catão, cognominado Liciniano, foi o filho mais velho de Marco Pórcio Catão, o censor.[1] Seu pai, depois de velho, se casou com a filha de um empregado e teve outro filho, também chamado de Marco Pórcio Catão (Marco Pórcio Catão Saloniano, o Velho),[2] do qual descende Catão, o Jovem, contemporâneo de Júlio César.[3]

Família[editar | editar código-fonte]

Seu pai, Catão, o Velho, tinha como origem Túsculo; seu avô, que também se chamava Marco, era, segundo Catão, o Velho, um excelente soldado e seu bisavô havia recebido do estado, como prêmio por bravura, o valor de cinco cavalos, que ele havia matado em batalha.[4] O cognome Catão (em latim, Cato) era dado pelos romanos a todo novo homem, ou seja, as pessoas cuja família não tinha distinção, mas que se tornavam famosas por méritos próprios; Cato queria dizer sábio e prudente.[5]

Infância e adolescência[editar | editar código-fonte]

Após o nascimento do filho, Catão, o Velho, não considerava nada mais importante do que estar presente quando sua esposa dava banho e cuidava do bebê, quando ele sempre estava perto.[6] Sua mãe o amamentou, e também amamentou os filhos os escravos, para que estes tivessem um amor fraternal por Marco.[7]

Marco aprendeu a ler com o pai, apesar dele ter um escravo, Chilo, que era professor, e ensinava vários garotos;[7] Catão, o censor, não achava apropriado que seu filho fosse admoestado ou punido por um escravo se ele fosse lento em aprender, e nem queria ficar devendo a um escravo algo de valor tão inestimável quanto a educação.[8] Marco aprendeu com o pai, também, atividades atléticas, como arremessar a lança, lutar com armadura, cavalgar, lutar boxe, aguentar calor e frio e nadar no Rio Tibre.[8]

Carreira militar[editar | editar código-fonte]

Marco, porém, tinha uma constituição mais frágil,[9] mas se tornou um soldado valente, lutando brilhantemente sob Paulo Emílio contra Perseu.[10] Durante a batalha, sua espada caiu da sua mão, ou por ter sido arrancada pelo inimigo, ou por ter escorregado por ele estar com a mão suada; ele conseguiu ajuda dos companheiros, avançou contra os inimigos, e após uma longa luta, encontrou a espada em baixo de uma pilha de armas e corpos.[10]

Casamento[editar | editar código-fonte]

Marco se casou com Tércia, filha de Paulo e irmã de Cipião, o Jovem; segundo Plutarco, a admissão de Marco nesta nobre família deveu-se mais aos méritos de Marco, o filho, do que a Catão, o pai.[11]

Segundo casamento de Catão, o Velho[editar | editar código-fonte]

Após a morte de sua mãe, seu pai, Catão, o Velho, ainda tinha apetite sexual.[12] Marco morava com a esposa na mesma casa que o pai, e eles perceberam que Catão, o Velho, estava se relacionando sexualmente com uma escrava.[13] Vendo que a situação era desagradável ao filho, Catão, o Velho, ao se encontrar com Salônio, que havia sido seu secretário, perguntou sobre a filha que Salônio tinha, e que estava em idade para se casar, se ela já havia arrumado um marido.[13]

Salônio respondeu que não, e que ele não deveria arrumar um marido para a filha sem antes consultar seu patrão; Catão perguntou se seria aceitável que ela se casasse com um homem que, segundo Catão, não tinha nenhum defeito além da idade avançada.[14] Salônio respondeu que Catão poderia prosseguir com o plano, ao que Catão respondeu que ele estava pedindo a filha em casamento para si.[14]

Salônio ficou espantado, pois achava Catão muito velho para se casar, além disso, considerava-se muito humilde para casar sua filha com alguém que havia alcançado o consulado, mas, quando viu que Catão estava mesmo disposto, eles formalizaram o casamento.[15]

Marco, porém, perguntou ao pai se ele estava se casando porque tinha algum problema com ele,[15] mas Catão respondeu que a conduta do filho era admirável, e ele estava casando de novo de forma a dar a seu país outros filhos como ele.[16]

Desta união nasceu Marco Pórcio Catão, chamado Saloniano, por causa do avô.[17]

Morte[editar | editar código-fonte]

Marco morreu quando era pretor e seu pai, Catão, o Velho, ainda era vivo.[17] Ele escreveu o livro A Ciência da Lei,[1] e teve um filho, chamado de Marco Pórcio Catão Neto (Marcus Cato Nepos),[1] que foi um importante orador, cônsul com Quintus Marius Rex e morreu na África durante o seu consulado.[18]

Referências

  1. a b c Aulo Gélio. Noctes Atticae, xiii, 20, Sobre a linhagem e os nome da família Pórcia, 9 [em linha]
  2. Aulo Gélio. Noctes Atticae, xiii, 20, Sobre a linhagem e os nome da família Pórcia, 8
  3. Aulo Gélio. Noctes Atticae, xiii, 20, Sobre a linhagem e os nome da família Pórcia, 14
  4. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 1.1 [em linha]
  5. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 1.2
  6. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 20.2
  7. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 20.3
  8. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 20.4
  9. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 20.6
  10. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 20.7
  11. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 20.8
  12. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 24.1
  13. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 24.2
  14. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 24.3
  15. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 24.4
  16. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 24.5
  17. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Catão, o Velho, 24.6
  18. Aulo Gélio. Noctes Atticae, xiii, 20, Sobre a linhagem e os nome da família Pórcia, 10