Margarida de Eça

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Margarida de Eça (1479-84 - ?) foi uma religiosa portuguesa.

Biografia[editar | editar código-fonte]

D. Margarida de Eça era filha sacrílega de Pedro Gomes de Abreu, Senhor de Regalados, sobrinho-neto do Bispo adiante referido, e de D. Catarina de Eça.

Foi Abadessa do Mosteiro de Lorvão.

Sobre estas religiosas, Anselmo Braamcamp Freire escreve: "foi característico o porte desregrado das senhoras das primeiras gerações dos Eças, e bem revelador do atavismo, ou melhor, da hereditariedade, a que se mostraram sujeitas". É curioso que várias pessoas da sua família, igualmente religiosas, se celebrizaram também por ilícitos amores com parentes do Bispo. Sua mãe, D. Catarina de Eça, teve um amor ilícito com Pedro Gomes de Abreu, Senhor de Regalados e sobrinho-neto do Bispo adiante referido, do qual a teve. Uma meia-tia, D. Beatriz de Eça, Abadessa do Mosteiro de Celas, teve ilícitos amores com o Bispo de Viseu, D. João Gomes de Abreu, do qual teve dois filhos. Joana de Eça, filha duma irmã e meia-irmã, respectivamente, das duas anteriores, e também Abadessa do Mosteiro de Celas, teve amores com Vasco Gomes de Abreu, Poeta dos Cancioneiros e sobrinho do Bispo. Finalmente, D. Filipa de Eça, prima-irmã da anterior e filha de D. Pedro de Eça, irmão e meio-irmão, respectivamente, das duas primeiras, Abadessa do Mosteiro de Vale de Madeiros e do Mosteiro de Lorvão, foi amante do Poeta João Gomes de Abreu. Anselmo Braamcamp Freire, que estudou este assunto, diz que as Freiras da família de Eça "parece terem tomado a peito procriarem bastardos dos Abreus".[1][2] A terminar, acrescenta que, em Carta do Rei D. João III de Portugal datada de 31 de Agosto de 1543 para o Embaixador de Portugal nos Estados Pontifícios junto do Papa Paulo III, o Rei pede ajuda para combater o comportamento dissoluto das Eças no Mosteiro de Lorvão.[3]

Referências e Notas

  1. Fortunato de Almeida. História da Igreja em Portugal. [S.l.: s.n.] pp. Tomo II. 436 
  2. Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume IX. 385 
  3. Anselmo Braamcamp Freire. Brasões da Sala de Sintra. [S.l.: s.n.] pp. Volume I. 98 

Fontes[editar | editar código-fonte]