Maria Tomaselli

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Três semanas, acrílico sobre tela, 1995. Acervo do MARGS

Maria Tomaselli Cirne Lima (Innsbruck, 1941) é uma pintora e gravadora austro-brasileira.[1]

Estudou filosofia na terra natal. Veio para o Brasil em 1965, estabelecendo-se em Porto Alegre.[1][2] Estudou pintura com Iberê Camargo, escultura com Xico Stockinger e gravura com Eduardo Sued, Danúbio Gonçalves e Anna Letycia Quadros.

Artista socialmente engajada, Maria Tomaselli incorpora questões filosóficas ao seu trabalho, questiona a arte e procura promover o intercâmbio de experiências e reflexões com outros artistas. Atuava também como cronista e colaboradora de cultura do Segundo Caderno do jornal Zero Hora até 2006.

Em 1978, participou da 1ª Bienal Latino-americana de São Paulo, na Fundação Bienal.[3]

Participou de inúmeras exposições, coletivas e individuais, no Brasil, na Europa e América Latina. Em 1999, participou da II Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, como artista convidada.

É casada com Carlos Roberto Velho Cirne Lima.

Possui doutorado em Filosofia realizado na Áustria.[4]

Em 2015, lançou o romance Kai, que conta histórias sobre a vida da autora, Maria Tomaselli e seu marido, Carlos Cirne Lima.[5][6][7] Em 2019, ela lançou o livro Ela se Chama Azelene[8] que explora temas como desigualdade social e sistema carcerário, demonstrando perplexidade frente a um contexto social desigual.[7]

Em 2019, O cineasta Henrique de Freitas Lima realizou uma série de documentários que tinha como objetivo resgatar vida e obra de artistas gaúchos. O terceiro episódio foi dedicado a Maria Tomaselli.[9][10]

Oca-Maloca[editar | editar código-fonte]

Entre 1988 e 1989, ela montou a instalação Oca-Maloca que atualmente pertence ao acervo do museu de Brasília.[4]

Trata-se de uma instalação realizada com João Melquíades. (Pedreiro com habilidades de carpintaria que auxiliou a artista na realização da Oca-Maloca, considerado por ela seu co-autor)

Segundo Fernanda Werneck Côrtes,a realização da instalação foi iniciada em 1988, a partir da utilização de pedaços de madeira retirados de casas que estavam sendo demolidas à época, o que confere cores variadas ao exterior da obra. Com uma área de aproximadamente 10m², a instalação teve então o seu interior preenchido por trabalhos de diversos artistas.[11]

Em 2010, foi realizado o projeto Restauro - O Retorno da Oca Maloca, no qual a artista restaurou e remontou a obra que discute a arte em si, o fazer coletivo e a estética urbana. Inicialmente será exposta em Brasília, depois em São Paulo e no Rio de Janeiro, apresentando as habitações, que nas palavras da própria artista, são o abrigo do corpo e do espírito. Ao final, a obra será devolvida ao MAB restaurada.[12]

Referências

  1. a b Especial Personagens de POA - Maria Tomaselli, consultado em 17 de dezembro de 2021 
  2. Rosa, Renato (2000). Dicionário de artes plásticas no Rio Grande do Sul. Decio Presser 2. ed. rev. e ampliada ed. Porto Alegre, RS: Editora da Universidade, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. OCLC 46605458 
  3. «1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo (1978) - Catálogo by Bienal São Paulo - Issuu». issuu.com (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2021 
  4. a b Especial Personagens de POA - Maria Tomaselli, consultado em 17 de dezembro de 2021 
  5. Tomaselli, Maria (2015). Kai 1a edição ed. Porto Alegre, RS: Escritos. OCLC 1097249180 
  6. disse, Marcia Tiburi (17 de maio de 2015). «Kai – Maria Tomaselli». Revista Cult. Consultado em 17 de dezembro de 2021 
  7. a b «Maria Tomaselli aborda em romance dramas sociais do Brasil». GZH. 4 de julho de 2019. Consultado em 17 de dezembro de 2021 
  8. Tomaselli, Maria (2019). Ela se chama Azelene. Porto Alegre, RS: Libretos. OCLC 1239730145 
  9. Povo, Correio do. «Terceiro filme da Série Grandes Mestres homenageia Maria Tomaselli». Correio do Povo. Consultado em 17 de dezembro de 2021 
  10. Arte, Obras de (12 de julho de 2019). «Terceiro filme da Série Grandes Mestres homenageia Maria Tomaselli | Site Obras de Arte». www.obrasdarte.com. Consultado em 17 de dezembro de 2021 
  11. Côrtes, Fernanda Werneck (2015). «Instalações artísticas do Museu de Arte de Brasília : documentação e reapresentação (1985-2015)». Consultado em 17 de dezembro de 2021 
  12. «Mostra "Oca Maloca" em cartaz na Caixa Cultural Sé». Catraca Livre. 31 de agosto de 2010. Consultado em 17 de dezembro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Ícone de esboço Este artigo sobre um(a) pintor(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.