Marta Traba

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Marta Traba
Marta Traba
Nascimento Marta Traba Taín
25 de janeiro de 1930
Buenos Aires
Morte 27 de novembro de 1983 (53 anos)
Mejorada del Campo
Cidadania Argentina
Cônjuge Alberto Zalamea, Ángel Rama
Filho(a)(s) Gustavo Zalamea
Alma mater
Ocupação escritora, professora universitária, crítica de arte, crítica literária
Prêmios
Empregador(a) Universidade Central da Venezuela, Universidad de Puerto Rico en Arecibo
Causa da morte acidente aéreo

Marta Traba Taín (Buenos Aires, Argentina, 25 de janeiro de 1930 - Madri, 27 de novembro de 1983) foi uma crítica de arte e escritora argentino-colombiana, conhecida por seus importantes contributos no estudo da Arte latinoamericana.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Seus pais eram imigrantes galegos, o jornalista Francisco Traba e Marta Taín. Estudou Filosofia e Letras na Universidade Nacional de Buenos Aires. Durante seus anos como estudante trabalhou na revista Ver y Estimar, dirigida pelo crítico de arte Jorge Romero Brest. Foi pioneira em seus escritos sobre arte colombiana e latino-americana.

Entre 1949 e 1950, estudou História da Arte na Sorbonne, Paris, e depois na Universidade de los Andes e a Universidade Nacional de Colômbia, em Bogotá, onde obteve a cátedra de História da Arte. Seu primeiro esposo foi o jornalista Alberto Zalamea. Também colaborou com programas sobre arte na recém-formada Televisora Nacional e em emissoras culturais como a HJCK. Suas colunas em revistas Semana e no jornal O Tempo enriqueceram a discussão sobre o devir artístico de Colômbia, participando nas principais polémicas da década dos sessenta: o realismo socialista contra o expresionismo abstrato, o nacionalismo versus o internacionalismo e a arte figurativo contra a arte abstrata.[1]

Na segunda universidade fundou o Museu de Arte Moderna de Bogotá.[2] Enquanto, ditava classes de Arte na Universidade de ande-los. Em 1968, durante o governo de Carlos Lleras Restrepo, os militares ocuparam a Universidade Nacional de Colômbia e expulsaram a Marta Trava do país. Como exilada, residiu em Montevideo, Caracas, San Juan de Porto Rico, Washington, Princeton, Barcelona e Paris, junto a seu segundo marido, o crítico literário uruguaio Ángel Ramo. No entanto, em 1982 pôde obter a nacionalidade colombiana.[3]

Em 1958 publicou O museu vazio, um ensaio sobre estética onde analisou o pensamento de Benedetto Croce e de Wilhelm Worringer. Também publicou vários ensaios sobre história e crítica de arte em América Latina: Em 1961 A pintura nova em Latinoamérica (1961), Duas décadas vulneráveis nas artes plásticas latinoamericanas (1950-1970) (1973), Arte de América Latina 1900-1980. Analisou a obra de vários artistas latinoamericanos, entre eles Alejandro Obregón, Fernando Botero, Leopoldo Richter, Guillermo Wiedemann, Eduardo Ramírez, Samuel Montealegre, Edgar Negret, Feliza Bursztyn e Antonio Roda. Também estudou o mundo da Arte Pop e da Arte Conceptual.[3]

Faleceu no Voo 11 de Avianca, num Boeing 747, acidente ocorrido o 27 de novembro de 1983, cerca do Aeroporto de Madri-Baralhas. Viajavam a Colômbia para assistir ao «Primeiro Encontro da Cultura Hispanoamericana», convidados pelo presidente Belisario Betancur. No mesmo acidente também faleceram seu marido Ángel Ramo, o escritor mexicano Jorge Ibargüengoitia, o escritor peruano Manuel Scorza e a pianista catalã Rosa Sabater.

Obras[editar | editar código-fonte]

  • História Natural da alegria. Buenos Aires: Editorial Losada, 1952 (poesia).
  • El museo vacío. 1958
  • Arte em Colômbia. 1960
  • Seis artistas contemporâneos colombianos. 1963
  • Os quatro monstros cardinales. 1965
  • Las ceremonias del verano. Prólogo de Mario Benedetti. La Habana: Casa das Américas, 1966. 2.ª edição: Buenos Aires: Jorge Álvarez, 1966. 3.ª edição: Barcelona: Montesinos Editor, 1981. Premio de Literatura da Casa das Américas de novela, Cuba.
  • Los laberintos insolados. Barcelona: Seix Barral, 1967 (novela).
  • Pasó así. Montevideo: Ed. Arca, 1968 (contos).
  • La Jugada del día sexto. Santiago de Chile: Edit. Universitária, 1969 (novela).
  • Dos décadas vulnerables en las artes plásticas latinoamericanas (1950-1970). México, 1973.
  • Mirar En Caracas. Caracas: Monte Ávila Editores, 1974.
  • Olhar em Bogotá. 1976
  • Homérica Latina. Bogotá: Carlos Valencia Editores, 1979 (novela).
  • Conversación al sur. México: Siglo XXI, 1981 (traduções em sueco e norueguês).
  • Historia abierta del arte colombiano. Santiago de Cali: Colcultura, 1984 [1968] (História crítica da arte).
  • Em cualquier lugar. Bogotá: Século XXI, 1984 (novela).
  • Museo de arte moderna. Bogotá: Planeta, 1984.
  • De la mañana a la noche. Montevideo: Monte SEXTO, 1986 (contos).
  • Casa sin fin. Montevideo: Monte Sexto, 1987.
  • Arte de América Latina 1900-1980.

Marta Trava ademais publicou outros volumes sobre história e crítica de arte, bem como numerosos artigos em jornais e revistas sobre esse mesmo tema.

Livros sobre Marta Traba[editar | editar código-fonte]

  • En blanco y negro, Marta Trava en la television colombiana, 1954-1958, Nicolás Gómez Echeverri, 2008.

Referências[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Beatriz González, Marta Traba en Pensamiento colombiano del siglo XX, Tomo 1, Santiago Castro, Alberto Flórez, Guillermo Hoyos, Carmen Millán, eds.
  2. «Historia del Museo de Arte Moderno de Bogotá (MAMBO)». Consultado em 29 de abril de 2016. Arquivado do original em 5 de agosto de 2011 
  3. a b Ana María Escallón. «Marta Traba: Crítica de Arte ingeniosa, punzante y conocedora». Consultado em 29 de abril de 2016. Arquivado do original em 9 de março de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]