Mata Atlântica - patrimônio natural do Espírito Santo
A Mata Atlântica é um bioma de floresta tropical que cobria todo o território do Espírito Santo e grande parte da costa do Brasil. A Mata Atlântica da Costa do Descobrimento (que inclui Bahia e Espírito Santo) foi considerada Patrimônio Natural Mundial pela Unesco em 1999.
Cobertura[editar | editar código-fonte]
A história da Mata Atlântica tem seu início há 50 milhões de anos, quando o continente sul-americano já era uma massa de terra isolada e suas formas de vida passaram a evoluir localmente, sem transtornos geológicos adicionais[1]. Essa vegetação só foi afetada por humanos cerca de 12 mil anos atrás, de acordo com os achados arqueológicos de Lagoa Santa, Minas Gerais[2].
No Espírito Santo, ela aparece de diversas formas, incluindo:
- Restinga, uma vegetação litorânea
- Manguezal, que funciona de berçário para diversas espécies
- Floresta Estacional Semidecidual
- Mata dos Tabuleiros
- Entre outras
Degradação[editar | editar código-fonte]
Os povos indígenas em geral viviam de forma integrada ao ambiente e a degradação da Mata Atlântica só iniciou em grande escala após a chegada dos portugueses no Brasil[3]. A exploração inicial foi do pau-brasil, que era utilizado para produzir corante vermelho e também para a construção de navios. O pau-brasil foi tão explorado que hoje encontra-se ameaçado de extinção.
Com o desenvolvimento da colonização e, posteriormente com a industrialização que veio no período republicano, esse processo de degradação aumentou drasticamente. um dos principais motivos foi a cultura cafeeira que se iniciou no século XIX, que levou a uma derrubada sistemática das matas nativas. Já na segunda metade do século XX, os grandes projetos industriais da ditadura militar vão levar à expansão do polo industrial no estado, levando inclusive a diversos problemas de cunho socioambiental, destruindo ecossistemas e degradando os recursos naturais[4]. Hoje, apenas 12,4% da cobertura vegetal original restam no Espírito Santo[3].
Dia Nacional[editar | editar código-fonte]
Um Decreto Federal de 1999 estabeleceu o dia 27 de maio como o Dia Nacional da Mata Atlântica[5]. O dia busca destacar a importância de preservar a biodiversidade da floresta, que passou por séculos de destruição.
A data foi escolhida por causa da Carta de São Vicente[6], escrita em 1560 pelo padre jesuíta José de Anchieta, e que é considerada a primeira descrição escrita da Mata Atlântica. Anchieta viveu no Espírito Santo por diversos anos, tendo conhecido de perto a fauna e flora do Espírito Santo. Ele também viajou por grande parte da costa brasileira, tendo participado de eventos importantes no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Unidades de Conservação[editar | editar código-fonte]
O Espírito Santo tem hoje 17 Unidades de Conservação, divididas entre Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. Essas unidades incluem principalmente Parques Estaduais e Áreas de Proteção Ambiental e tem como objetivo proteger e preservar áreas de grande beleza cênica e relevância ecológica[7].
Unidades de Proteção Integral[editar | editar código-fonte]
As Unidades de Proteção Integral têm como objetivo de preservar a natureza. Nelas, os recursos naturais podem ser utilizados apenas indiretamente, sem retirada direta, para atividades como: educação ambiental, ecoturismo e pesquisa científica. As Unidades são:
- Parque Estadual Cachoeira da Fumaça
- Parque Estadual Forno Grande
- Monumento Natural o Frade e a Freira
- Parque Estadual de Itaúnas
- Parque estadual Mata das Flores[8]
- Parque Estadual Paulo Cesar Vinha
- Parque Estadual Pedra Azul
- Monumento Natural Serra das Torres[9]
- Reserva Biológica Duas Bocas
Unidades de Uso Sustentável[editar | editar código-fonte]
Essas unidades buscam unir a conservação da natureza com o uso sustentável de seus recursos. São locais em que as pessoas buscam viver de forma harmônica com o meio ambiente. As Unidades são:
- Área de Proteção Ambiental de Conceição da Barra
- Reserva de Desenvolvimento Sustentável Concha D'Ostra[10]
- Área de Proteção Ambiental de Goiapaba-Açú
- Área de Proteção Ambiental Lagoa de Guanandy[11]
- Área de Proteção Ambiental Pedra do Elefante
- Área de Proteção Ambiental Praia Mole[12]
- Área de Relevante Interesse Ecológico Morro da Vargem[13]
- Área de Proteção Ambiental de Setiba[14]
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ DEAN, W. (2004). A Ferro e Fogo: A História e a Devastação da Mata Atlântica Brasileira. São Paulo: Companhia das Letras. 484 páginas. ISBN 85-7164-590-6
- ↑ NEVES, W. A.; PROUS, A.; GONZALES-JOSÉ, R.; KIPNIS, R.; POWELL, J. (2003). «Early Holocene human skeletal remains from Santana do Riacho, Brazil: implications for the settlement of the New World». Journal of human Evolution. 45 (1): 19-42
- ↑ a b «Mata Atlântica » As Belezas que Anchieta Viu». As Belezas que Anchieta Viu. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «Meio Ambiente » As Belezas que Anchieta Viu». As Belezas que Anchieta Viu. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «DNN8402». www.planalto.gov.br. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «Carta de São Vicente, por José de Anchieta » As Belezas que Anchieta Viu». As Belezas que Anchieta Viu. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «Unidades de Conservação » As Belezas que Anchieta Viu». As Belezas que Anchieta Viu. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «IEMA - Parque Estadual Mata das Flores». iema.es.gov.br. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «IEMA - Monumento Natural Serra das Torres». iema.es.gov.br. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «IEMA - Reserva de Desenvolvimento Sustentável Concha D' Ostra». iema.es.gov.br. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «IEMA - Área de Proteção Ambiental Lagoa de Guanandy». iema.es.gov.br. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «IEMA - APA Praia Mole». iema.es.gov.br. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «IEMA - ARIE Morro da Vargem». iema.es.gov.br. Consultado em 14 de julho de 2022
- ↑ «IEMA - APA Setiba». iema.es.gov.br. Consultado em 14 de julho de 2022